FOLHAPRESS - O empresário e candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) inseriu uma tela preta como capa do vídeo de direito de resposta gravado por Guilherme Boulos (PSOL) e inserido ontem de madrugada, às 0h27, no Instagram do autodenominado ex-coach, por ordem da Justiça Eleitoral.
A capa de um vídeo é a imagem destaque exibida na página do perfil responsável pela postagem. Enquanto outros conteúdos postados por Marçal exibem imagens do candidato ou de conversas dele com jornalistas, o vídeo gravado por Guilherme Boulos exibe apenas uma tela preta.
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Entre a postagem com o direito de resposta e as duas da madrugada, Marçal postou outros seis vídeos com cortes do candidato no programa Roda Viva.
Alegando manipulação, a campanha do deputado federal protocolou na tarde de ontem pedido no Tribunal Regional Eleitoral para que Marçal poste novamente o direito de resposta, sem alterações.
"[Marçal] propositalmente visou limitar o alcance da publicação aos usuários da rede, tanto por veiculá-la em horário em que poucos usuários estão ativos, quanto por veicular o vídeo com capa de fundo preto", diz trecho do pedido.
Marçal foi condenado pela Justiça Eleitoral a conceder direitos de resposta a Boulos após acusá-lo, sem provas, de ser usuário de drogas. Reportagem da Folha mostrou que o candidato do PRTB se baseia em processo contra um homônimo.
As falas postadas em páginas de Marçal, que alcançaram milhões de visualizações, continham trechos de debates em que o influenciador indicou com palavras e gestos que o rival seria usuário de cocaína. Boulos acionou a Justiça e conseguiu ordens para que o rival apagasse os materiais.
No vídeo postado nas redes de Marçal nesta terça, Boulos volta a dizer que suas filhas voltaram chorando da escola ao ouvirem acusações contra o pai e afirma que as acusações de Marçal tentam ferir sua família, sua história e sua reputação.
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"Desde o início da minha vida profissional como professor, sempre ensinei pros meus alunos o que é liberdade de expressão", diz. "Mas a gente não pode confundir liberdade de expressão com liberdade para cometer crime e mentir sobre os outros de maneira baixa."
A campanha de Pablo Marçal foi procurada, mas não se manifestou até a publicação desta reportagem.