A candidata à Prefeitura de São Paulo, Tabata Amaral (PSB), falou sobre sua relação com seu pai, Olionaldo Francisco de Pontes, que foi usuário de drogas. A história serviu como pano de fundo para a promessa da atual deputada federal para acabar com as 72 cracolândias da cidade e ampliar a rede de acolhimento a dependentes de drogas.
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“Esse é um compromisso de vida. Perdi meu pai para as drogas. Tenho total clareza que dependência química não é sobre força de vontade da pessoa, é doença. E eu espero fazer, como fiz em Brasília, criando a primeira bancada da saúde mental, fazer com que São Paulo seja referência no assunto. Todo posto, toda UBS (Unidades Básicas de Saúde) tenha uma equipe de saúde mental. Todo hospital municipal tenha uma enfermaria psiquiátrica”, declarou durante a sabatina UOL/Folha nesta quinta-feira (5/9).
A candidata assumiu o compromisso de pôr um fim nas cracolândias no período de quatro anos, apontando que está há dois anos estudando para criar um plano robusto para isso, junto a representantes de centro-esquerda e centro-direita.
O cobrador Olionaldo Francisco, então com 39 anos, se suicidou em meio a uma crise de dependência química. O pai da candidata era usuário de craque e tentou se livrar do vício. A morte aconteceu quando Tabata tinha apenas 18 anos e se preparava para viajar para o intercâmbio na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Essa não é a primeira vez que ela fala da história do seu pai. Em julho, ela lançou uma espécie de série documental sobre sua vida e, no primeiro episódio, abordou o assunto. Na ocasião, ela deu mais detalhes. “Eu perdi meu pai pro preconceito, pro tabu que existe em torno dos transtornos mentais! Ele passou a vida toda querendo se internar, mas nunca conseguiu uma vaga. Saúde mental não deveria ser luxo! E a gente precisa mudar a forma como a sociedade encara os transtornos mentais para que não sejam vistos como fraquezas, mas como doenças que merecem um tratamento digno e acolhimento”, disse ao UOL.