Presidente Bolsonaro fechou a noite em Belo Horizonte -  (crédito: MARCOS VIEIRA/EM/DAPRESS)

Presidente Bolsonaro fechou a noite em Belo Horizonte

crédito: MARCOS VIEIRA/EM/DAPRESS

Com discursos que prometiam a volta da direita conservadora, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) concluiu seu primeiro dia em Minas Gerais com uma agenda que, pela primeira vez, após duas tentativas frustradas, concretizou o apoio dele a lideranças políticas em Belo Horizonte, Contagem e Santa Luzia. As falam do ex-presidente tiveram temas distintos, como alianças políticas, o marco de seis anos da facada em Juiz de Fora, a suspensão do X, críticas ao Supremo e projeções para as eleições de 2026. 

 

 


 

O dia do ex-presidente começou em Santa Luzia, onde participou de um almoço em um restaurante self-service, ao lado da candidata do deputado federal Nikolas Ferreira (PL) na cidade, Fabia (PL). Em seguida, seguiu para Contagem, na Grande BH, onde o deputado federal Junio Amaral (PL) também lançou sua candidatura à prefeitura. Lá, durante cerca de 10 minutos, ele destacou os novos nomes da direita e disse que “os conservadores voltarão ao poder” para “conduzir o nosso país para o porto seguro”.

 

 

 

 

 

“Querem calar nossa voz. Um país livre, mas com o povo sem liberdade. E quem acha que estou errado, vai no X. Somos negligentes com a política, pois sempre achamos que os políticos são iguais. Mostramos juntos, a partir de 2019, que não era bem assim. Fizemos um governo diferente, buscamos pessoas certas e técnicas para construir uma grande nação”, afirmou Bolsonaro.

 

 

 

Depois do comício, o ex-presidente, que estava acompanhado por Nikolas, pelo senador Cleitinho (Republicanos) e pelo candidato do PL à prefeitura de BH, Bruno Engler (PL), seguiu para a capital mineira, onde fez uma pausa em um hotel na Região da Savassi. Depois, Bolsonaro seguiu para o BeFlyHall, que marcou o primeiro ato com o líder do PL na campanha de BH.

 

 

No local, centenas de apoiadores aguardavam o ex-presidente, vestindo camisas verde e amarelas e gritando “mito” e "volta, Bolsonaro". Em discurso que durou cinco minutos, o ex-presidente citou o Supremo Tribunal Federal (STF), mencionou a facada, que completava seis anos, e convocou os apoiadores para o dia 7 de setembro, que terá um evento na Avenida Paulista, em São Paulo.

 

 

“É com orgulho que retorno à minha segunda terra natal. Quando partir, estarei comemorando seis anos de caminhada. Vocês deixaram uma marca em mim. Não há tristeza na imigração, só alegria. Todos nós somos passageiros nesta Terra. Agradeço a Deus pela segunda chance e pela missão que Ele me deu ao estar à frente por quatro anos na Presidência. Já que não conseguimos antes, agora vamos competir”, afirmou. “No dia 7, convidamos vocês a assistirem aos pronunciamentos na Paulista. É sobre nossa liberdade”, concluiu Bolsonaro.

 

 

Pela primeira vez

O comício na Savassi marcou a primeira vez em que Bolsonaro subiu ao palanque ao lado de Bruno Engler como candidato oficial em BH. Em seu discurso, para uma plateia que o ovacionava, o deputado estadual agradeceu a presença do ex-presidente e mencionou os problemas da cidade, dando também cutucadas em outras candidaturas. 

 

 

“Quero dizer uma coisa: o senhor (Bolsonaro), querido soldado, que sempre esteve ao lado dos brasileiros, nos inspira. Esse amor ao Brasil, com Deus, Pátria, Família e Liberdade sempre em primeiro lugar, colocando o Brasil acima de tudo, e Deus acima de todos. Aqui em BH, nós somos a verdadeira direita. Tem gente por aí fazendo campanha de meia bandeira, mas quem é a candidatura de direita de verdade somos nós. Apoiados pelo presidente Bolsonaro, pela nossa primeira-dama, pelo Nikolas, pelo Flávio e tantas outras boas lideranças que estão aqui”, declarou Engler.

 

 

Quem também discursou foi o senador Cleitinho, que declarou que, apesar de ter sido "pressionado pelo sistema" para escolher outro candidato, decidiu apoiar Bruno Engler. Segundo ele, foi o deputado estadual quem o apresentou ao ex-presidente Bolsonaro. "O sistema queria que eu escolhesse outro candidato. Mas eu escolhi Bruno Engler. Eu não seria senador se não fosse ele, porque foi ele quem me apresentou Jair Bolsonaro", declarou. O senador é filiado ao Republicanos, partido que lançou Mauro Tramonte como candidato à Prefeitura de BH. Nos bastidores, comenta-se que, desde a chegada do ex-prefeito Alexandre Kalil à legenda, Cleitinho estaria com as malas prontas para se transferir para o PL.

 

 

Já Nikolas Ferreira mencionou o Supremo e fez duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes. "Não tem autoridade para dizer que o Supremo é o povo. Tem ministro aí, todos, né? Que nunca tiveram um voto. O meu voto foi pro Bolsonaro. Nunca votei em ministro do STF. Foi nele que depositei meu voto”, afirmou o deputado.

 

 

Coletiva

Depois do comício, Bolsonaro concedeu uma coletiva de imprensa de cerca de 17 minutos. O ex-presidente afirmou ter aberto uma exceção para os mineiros, por sempre ser tratado bem pela imprensa local. Questionado pelo Estado de Minas, o ex-presidente falou sobre o governador Romeu Zema (Novo), indicou Cleitinho ao governo de Minas e ainda criticou o senador Rodrigo Pacheco (PSD).

 

 

Sobre Zema, Bolsonaro evitou falar sobre alianças e apenas disse que não ficou incomodado com o governador ter escolhido Mauro Tramonte para apoiar nas eleições à PBH. Em seguida, o ex-presidente mencionou Pacheco, afirmando ser “uma vergonha em todos os aspectos". "É uma pessoa que não está preocupada com o Brasil e sim consigo próprio”, disse. “O Cleitinho vai ganhar por W.O. do Pacheco”, brincou sobre 2026.