O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve se reunir na tarde desta sexta-feira (6/9) com os ministros da Igualdade Racial, Anielle Franco, e dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, para tratar da denúncia de assédio sexual contra Almeida. O caso veio à tona ontem (5/9), e envolve Anielle como uma das possíveis vítimas. O ministro nega as acusações.
Lula está em Goiânia nesta manhã para sua primeira agenda do mandato em Goiás, mas volta a Brasília no início da tarde. Segundo interlocutores do Planalto ouvidos pelo Correio, o caso gerou um desconforto total no governo. Um dos motivos foi a divulgação de uma nota que expôs o nome de mulheres que atuam no ministério e na organização Me Too Brasil, que confirmou ter recebido denúncias contra Almeida.
Anielle e Silvio devem ser recebidos por Lula em horários diferentes, para não se encontrarem. A expectativa no governo é que a permanência do ministro no governo fique insustentável frente às acusações, mas ele responderá a uma investigação feita pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Advocacia-Geral da União (AGU), aos quais já prestou esclarecimento.
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Ontem, a Me Too Brasil divulgou uma nota confirmando que recebeu uma série de acusações de assédio sexual contra Almeida. A organização preservou o nome das vítimas, mas veio à tona que uma delas é a ministra Anielle. A denúncia envolve falas e toques inadequados, e já seria conhecida entre ministros do governo. Os casos teriam ocorrido ao longo do ano passado.
Anielle não se manifestou sobre o caso, mas recebeu apoio de integrantes do governo. A primeira-dama Janja postou uma foto em sua conta no Instagram em que beija a testa da ministra, mas sem citar o caso.
Ministro negou as acusações
Silvio Almeida, por sua vez, negou veementemente as acusações, e afirma ser vítima de um ataque coordenado. Em vídeo publicado nas suas redes, classificou as denúncias como “mentirosas e absurdas”, e disse que vai tomar as devidas medidas legais contra o que chamou de “calúnia”.
“Tais difamações não encontrarão par com a realidade. De acordo com movimentos recentes, fica evidente que há uma campanha para afetar a minha imagem enquanto homem negro em posição de destaque no Poder Público, mas estas não terão sucesso”, afirmou o ministro.