Camisas de Elon Musk à venda durante evento com Bolsonaro em Contagem, na Grande BH -  (crédito: Tulio Santos/EM/D.A. Press)

Camisas de Elon Musk à venda durante evento com Bolsonaro em Contagem, na Grande BH

crédito: Tulio Santos/EM/D.A. Press

Há quase 222 anos, Dom Pedro I decretava a independência do Brasil do subjugo português. O dia 7 de setembro, desde então, está marcado nos calendários e no imaginário do país. Desde a idealizada e historicamente equivocada versão heroica com dezenas de cavaleiros, espadas e chapéus erguidos ao céu no quadro de Pedro Américo pintado mais de seis décadas após o feito de seu xará; passando pela instituição das paradas cívico-militares instituídas por Getúlio Vargas na década de 1930 e reforçadas durante a ditadura militar de 1964; e terminando na mais recente roupagem oficial instituída pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

 

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Neste ano, os atos marcados para a data prometem repetir as temáticas da antiga gestão do Palácio do Planalto e versar sobre os diferentes conceitos de democracia para os grupos que protagonizam o embate político do país e o protagonismo de figuras como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e o bilionário sul-africano, Elon Musk.


Em Belo Horizonte, em meio à campanha eleitoral, nomes da direita na capital mineira preparam um protesto contra Moraes na manhã de sábado. A manifestação começará no Mineirão, Região da Pampulha, de onde parte, às 8h, uma motociata com destino à Praça da Liberdade, Centro-Sul da cidade. Lá, às 10h, está marcado um ato com trio elétrico para pedir a deposição do magistrado.

 

Persona non grata do universo reacionário brasileiro nos últimos cinco anos, o juiz do STF comprou recentemente uma briga global ao determinar o bloqueio da rede social X, antigo Twitter, no Brasil. A plataforma pertence a Elon Musk, apoiador de Donald Trump e figura querida por movimentos de extrema direita ao redor do mundo.

 


Figura de maior projeção nacional entre os bolsonaristas mineiros, o deputado federal Nikolas Ferreira deve participar apenas do ato de mesmo teor marcado para a Avenida Paulista, em São Paulo. Candidato à Prefeitura de Belo Horizonte pelo partido do ex-presidente, Bruno Engler ainda não confirmou presença na Praça da Liberdade, mas os organizadores esperam contar com o deputado estadual na manifestação. Nomes de maior destaque do PL na disputa pela Câmara Municipal de BH, como Vile, Pablo Almeida e Cristiano Reis estarão no evento.


Desde sua primeira campanha presidencial, em 2018, Bolsonaro faz da data cívica uma celebração dos valores que norteiam seu grupo político. O momento de maior tensão se deu em 2021, quando o então presidente anunciou que não cumpriria mais decisões do STF, embora tenha voltado atrás no dia seguinte, e pediu a saída de Moraes da corte o chamando de “canalha”.

 

 

À esquerda

Se a agenda bolsonarista na campanha no sábado em Belo Horizonte foi capturada pelos atos do 7 de Setembro, os candidatos mais associados à esquerda se concentram no Grito dos Excluídos, manifestação também tradicional na data. O evento começa às 9h na Praça Vaz de Melo, no Lagoinha e segue com uma caminhada rumo à Praça Sete, no hipercentro da capital mineira.


Mesmo concorrendo à mesma vaga, cinco candidatos a prefeito de BH confirmaram a participação no Grito dos Excluídos à reportagem. A deputada federal Duda Salabert (PDT); o deputado federal Rogério Correia (PT); Indira Xavier (UP); Lourdes Francisco (PCO); e Wanderson Rocha (PSTU) vão ao evento.


O deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos) e o senador Carlos Viana (Podemos) não participarão de eventos alheios às campanhas e ainda não divulgaram agenda para sábado. Já Gabriel Azevedo (MDB) e Fuad Noman (PSD) participarão do desfile cívico-militar oficial na Avenida Afonso Pena cumprindo compromisso como presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) e prefeito da capital, respectivamente.



São Paulo

A manifestação em apoio a Elon Musk e repúdio a Moraes se repetirá pelo país, mas a principal reunião de integrantes da direita nacional acontecerá na Avenida Paulista, em São Paulo. O primeiro escalão do bolsonarismo confirmou presença no evento. Além do próprio ex-presidente, estarão no ato paulistano o governador local Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB).

 

Nikolas Ferreira também é um dos que deve estar no evento acompanhado de colegas bolsonaristas do Congresso Nacional, como o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO).