Bruno Luis Barros
Durante sua passagem por Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, na tarde desta sexta-feira (6/9), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que seus opositores não desejam sua prisão, mas, sim, sua morte. A declaração ocorreu em um palanque no Centro da cidade, onde ele aproveitou para reforçar o apoio ao ex-deputado federal por Minas Gerais Charlles Evangelista, candidato do PL à Prefeitura de Juiz de Fora, cidade onde Bolsonaro foi esfaqueado durante a campanha presidencial de 2018.
Ao relembrar a invasão em Brasília, na Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, Bolsonaro falou que um "pressentimento" o fez deixar o país à época. "Caso eu ficasse aqui, teria sido preso, ou melhor, morto, porque o sistema não me quer na prisão, mas sem vida", declarou.
Críticas a ministros
O ex-chefe do Executivo nacional também focou suas críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), chamando os eleitores para uma manifestação, neste sábado (7/9), na Avenida Paulista, em São Paulo. "Não iremos lá comemorar a Independência, porque não existe país independente com um povo sem liberdade. Vamos desafiar o sistema. Aquele ministro não dá mais. Ele não tem dignidade e age como um obcecado para perseguir minha pessoa", disse.
Ao fazer críticas ao governo Lula e compará-lo com seu mandato, Bolsonaro acabou citando a acusação de assédio sexual feita pela ministra Aniellle Franco contra o agora ex-ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida. "Ninguém esperava minha eleição em 2018, mas aconteceu. E tivemos a coragem de escolher um ministério sem participação do Legislativo, como sempre havia sido feito até então. Hoje, temos até ministro acusado de assédio sexual", avaliou.
Discurso antivacina
Bolsonaro também ressuscitou o discurso antivacina, afirmando não se arrepender do modo como lidou com a pandemia de Covid-19. "Não obriguei ninguém a se vacinar, até porque não há comprovação científica até hoje", afirmou. Antes de discursar, Bolsonaro chorou ao abraçar um dos filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PL), que apontou responsabilidade da "extrema-esquerda" pelo atentado ao pai em 2018, embora a Polícia Federal (PF) tenha concluído que Adélio agiu sozinho. "Volta, Bolsonaro! É isso que Deus vai nos usar para fazer", disse o senador ao citar as eleições em 2026.
Além do filho mais velho, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), dentre outros correligionários, acompanharam Bolsonaro em Juiz de Fora.
Nessa quinta-feira (5/9), marcando a primeira visita ao estado de olho nas eleições municipais, o ex-presidente cumpriu agenda em Belo Horizonte ao participar da campanha de Bruno Engler (PL), deputado estadual e candidato à prefeitura da capital. Ele também esteve em Santa Luzia e Contagem, ambas cidades na Grande BH.