Manifestantes encheram a Praça da Liberdade em protesto contra Moraes no 7 de Setembro -  (crédito: Jair Amaral/EM/D.A. Press)

Manifestantes encheram a Praça da Liberdade em protesto contra Moraes no 7 de Setembro

crédito: Jair Amaral/EM/D.A. Press

Com grande presença de candidatos bolsonaristas à Câmara Municipal de Belo Horizonte, manifestantes encheram a alameda central da Praça da Liberdade em protesto contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na manhã deste sábado (7/9). Apesar da vasta campanha de pretendentes a vereador pelo PL, o nome do partido para a prefeitura da capital (PBH), Bruno Engler, não passou pelo ato da cidade. O deputado estadual preferiu ir direto ao evento similar organizado na Avenida Paulista, em São Paulo.


Engler afirmou, em nota, que decidiu participar apenas do ato paulista para atender a um pedido de Jair Bolsonaro (PL). O candidato à PBH se junta a outras lideranças aliadas ao ex-presidente, incluindo seu principal cabo eleitoral local, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL).

 


"Sou candidato à Prefeitura de BH, tenho o olhar voltado para nossa capital, mas neste momento a união é nacional, em prol de uma luta que não se restringe apenas a BH. Precisamos unir forças para combater tanta arbitrariedade no nosso país", disse Engler.


Sem ele, outros nomes ganharam destaque no carro de som colocado na parte final da alameda da praça, próximo ao Palácio da Liberdade. Discursaram personalidades como o deputado federal e candidato à Prefeitura de Contagem, Cabo Junio Amaral (PL); a pastora da Igreja Getsêmani, Daniela Linhares; e o blogueiro Allan dos Santos, foragido da Justiça brasileira que participou via chamada de vídeo.


Além dos candidatos a vereador pelo PL, havia barracas com a representação de nomes do Partido Novo. O diretório local da legenda, inclusive, preparou uma bandeira de Minas Gerais com cerca de oito metros de comprimento por quatro de altura para manifestantes assinarem seus nomes como um protesto contra Moraes. O artefato depois será entregue ao senador Eduardo Girão (Novo-CE) como forma de pressionar seus colegas a abrir o processo de impeachment do magistrado, procedimento que cabe à Casa Alta do Congresso Nacional.



Mais cheio que o de costume, o evento seguiu um repertório tradicional das manifestações pela deposição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sempre realizadas na Praça da Liberdade aos fins de semana. Além do petista e de Alexandre de Moraes, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi muito atacado e criticado por não agir contra o que consideram um desmando do magistrado.


Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante a corrida presidencial, Moraes foi rígido nas decisões tomadas sobre os ataques feitos por Bolsonaro ao sistema de votação do país. Além disso, após a derrota no pleito, o ministro do STF foi o relator dos julgamentos que levaram à cadeia centenas de bolsonaristas responsáveis pelos atentados de 8 de janeiro de 2023, que destruíram as sedes dos três poderes em Brasília. Durante o protesto deste sábado em BH, manifestantes circularam com um abaixo-assinado pedindo anistia aos condenados pelos atos de vandalismo, por eles tratados como presos políticos.



O mais recente embate com o empresário Elon Musk só acrescentou mais lenha na fogueira. O bilionário sul-africano é um notório apoiador de causas associadas a Donald Trump nos Estados Unidos e, por consequência, a outros líderes da extrema direita mundial. Dono do X, antigo Twitter, ele já vinha apostando em uma escalada de críticas à Justiça brasileira devido a pedidos de bloqueio de perfis ultraconservadores que disseminavam conteúdo criminoso na plataforma. A defesa da manutenção dos materiais era feita no escopo da proteção da liberdade de expressão irrestrita.


No fim de agosto, a corda já muito esticada arrebentou. O ministro do STF ameaçou suspender o X se a empresa não nomeasse um representante legal no país. A promessa foi cumprida diante da desobediência à decisão, e, desde o último dia 30, a rede social está suspensa em território nacional. Diante do cenário de eleições municipais, a medida alimentou campanhas à direita em todo o Brasil.