O ‘Grito dos Excluídos’, tradicional manifestação de movimentos sociais realizada no dia 7 de setembro em Belo Horizonte, reuniu quatro candidatos à Prefeitura de BH (PBH). Além da defesa do meio ambiente, houve apresentações teatrais e palavras de ordem contra o governador Romeu Zema (Novo).
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O cortejo partiu da Praça Vaz de Mello, na Lagoinha, em direção à Praça Sete, no Centro da cidade.
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Neste ano, o lema do movimento foi “Todas as formas de vida importam. Mas, quem se importa?”. Segundo os organizadores, o objetivo era dar visibilidade à luta de pessoas que enfrentam discriminações diárias.
Dentre os presentes, estavam Rogério Correia (PT), Duda Salabert (PDT), Wanderson Rocha (PSTU) e Indira Xavier (UP). Todos conversaram com o Estado de Minas e enfatizaram o meio ambiente como tema central do protesto. Embora os quatro candidatos estivessem no local, apenas Rogério Correia teve a oportunidade de discursar. Ao lado de sua vice, Bella Gonçalves (Psol), ele foi ovacionado com gritos de "Lula lá, Rogério em BH". Durante seu discurso, o petista mencionou a preservação da Serra do Curral e prometeu plantar árvores pela cidade. Curiosamente, durante a concentração, ele chegou a dividir os holofotes com Duda Salabert.
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Quando questionado pelo EM sobre a possível aliança com Duda no segundo turno, Correia respondeu: “No Grito dos Excluídos, todos me apoiam. Duda também virá”. Ele ainda aproveitou para criticar as manifestações bolsonaristas que ocorreram na Pampulha e na Praça da Liberdade. “Aqui fazemos o contraponto. Este é o grito pela liberdade e pela democracia. Lá, é o grito da tentativa de golpe. Foram derrotados em 8 de janeiro (de 2023), mas não desistiram. Enquanto Bolsonaro não for condenado e preso, continuarão pregando o golpe e promovendo ações antidemocráticas”, disse.
Duda Salabert, bastante assediada por apoiadores, não discursou, mas falou com os manifestantes sobre políticas ambientais, pauta que defende tanto no Congresso Nacional quanto em sua campanha. “Todo ano participo do Grito dos Excluídos. É uma obrigação fortalecer as lutas que aqui se constroem. Sou a única candidata que, de fato, coloca a questão ambiental no centro, com uma candidatura climática. Nosso plano de governo é o único que discute a qualidade do ar. Nenhum outro candidato trouxe algo tão sério”, afirmou a deputada.
Duda também criticou setores da esquerda que resistem à sua candidatura. “O Grito dos Excluídos acontece há décadas como um espaço de união das forças democráticas. Mas, ainda há muito a avançar. Sou a única pessoa trans aqui, a única travesti, o que mostra que alguns setores da esquerda ainda têm dificuldade em lidar com a diversidade e o preconceito", ressaltou.
Ela destacou ainda que, embora seja a única candidata com chances reais de chegar ao segundo turno, segundo ela, parte da esquerda se recusa a apoiá-la, evidenciando o preconceito que persiste na sociedade.
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Segundo os organizadores, Duda foi convidada a discursar, mas recusou. A maioria dos manifestantes carregava bandeiras do Partido dos Trabalhadores.
Com a população
Wanderson Rocha (PSTU) e Indira Xavier (UP) participaram distribuindo panfletos e conversando com os manifestantes. Wanderson declarou que o protesto tem como foco a independência do Brasil, que, segundo ele, está nas “mãos da elite”. “Isso amplia a exploração, como vemos na mineração, que coloca o lucro acima da vida das pessoas e do meio ambiente. Estamos aqui para denunciar isso e nos colocarmos como alternativa para a população de Belo Horizonte”, afirmou.
Indira Xavier, por sua vez, lembrou que o 7 de setembro também é uma data simbólica para a extrema direita e defendeu a ocupação das ruas por aqueles que lutam pela vida e pela democracia. “Esta manifestação é fundamental para barrar as tentativas de golpe. É a manifestação do povo, dos que defendem a pátria e a democracia. A Unidade Popular pelo Socialismo sempre esteve nas ruas, junto ao movimento de luta em bairros, vilas e favelas, que hoje ocupam 40 Carrefours pelo país para denunciar a fome. Esta pátria é a pátria da fome", enfatizou.
Confusão
O evento terminou em confusão quando uma senhora bolsonarista discutiu com manifestantes. Usando um colar de girassóis, símbolo de pessoas com autismo, e vestida de verde e amarelo, ela carregava placas com os dizeres “Fora, Lula”. Após ser hostilizada, foi levada para um local seguro por apoiadores do PT. Uma mulher não identificada a acompanhou até um ponto de ônibus.
Além disso, uma ambulante, também apoiadora de Bolsonaro, se envolveu na confusão, gritando: “Comunistas, vocês são comunistas!”. Em resposta, um homem tentou acalmá-la, dizendo: “Somos mesmo, não tem problema, isso não é ofensa”.