Alessandra Mello
Em discurso emocionado de quase 13 minutos, a deputada estadual Macaé Evaristo (PT) se despediu nesta terça-feira (10/9) dos colegas de parlamento. Ela foi nomeada ministra dos Direitos Humanos e Cidadania em substituição a Silvio Almeida, exonerado em função de denúncias de assédio sexual, as quais ele nega.
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“Sou uma mulher preta, nascida em São Gonçalo do Pará e em uma família que apostou na educação para vencer o racismo”, destacou a deputada ao falar sobre a importância de pessoas negras e periféricas ocuparem espaços de poder e “serem a voz de quem não tem voz”.
“Assumo como uma grande responsabilidade dar encaminhamento às quase sete mil denúncias de assédio, dentre elas, assédio sexual contra crianças e adolescentes, recebidas no Ministério dos Direitos Humanos no ano de 2024. Minha prioridade é essa, de fortalecer as políticas desse ministério, que são políticas que salvam vidas”, destacou.
Segundo a nova ministra, direitos humanos significam ter acesso a moradia, comida na mesa, “ser como a gente nasceu”.
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A deputada disse ainda que não podia deixar o cargo sem antes pedir aos colegas que aprovem o Estatuto da Igualdade Racial. Macaé é uma das autoras do Projeto de Lei (PL) 817/23, que institui o estatuto.
Macaé também agradeceu aos parlamentares e aos servidores do Legislativo pelo convívio e desejou o bem a todos, inclusive à oposição, pois, de acordo com a deputada, “pensar diferente não é motivo se odiar”.
Macaé Evaristo é a primeira mulher deputada da ALMG a deixar o cargo para ocupar um ministério em Brasília. Antes dela, apenas o ex-deputado Anderson Adauto se afastou para o mesmo objetivo, há mais de 20 anos, em 2003.