Reeleição de Fuad; ataques a Zema, Kalil e Tramonte e relação com a Câmara Municipal pautaram entrevista de candidato a vice-prefeito -  (crédito: Gladyston Rodrigues/EM/ D.A. Press)

Reeleição de Fuad; ataques a Zema, Kalil e Tramonte e relação com a Câmara Municipal pautaram entrevista de candidato a vice-prefeito

crédito: Gladyston Rodrigues/EM/ D.A. Press

Companheiro e vice da chapa de Fuad Noman (PSD), o vereador Álvaro Damião (União Brasil) abriu nesta segunda-feira (16/9) a série de sabatinas do Estado de Minas com os candidatos a vice-prefeito de Belo Horizonte. O parlamentar não poupou elogios ao atual prefeito da capital e se mostrou confiante na reeleição. 


Líder nas pesquisas, o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos) foi o grande alvo de Damião na entrevista, que focou as críticas no mandato do oponente na Assembleia Legislativa e nas alianças construídas em torno de sua campanha, apoiada pelo governador Romeu Zema (Novo) e pelo ex-prefeito Alexandre Kalil, antigos antagonistas. 


 

Damião ainda falou sobre a ausência de Fuad Noman nos últimos debates e concentrou suas virtudes para uma eventual atuação na vice-prefeitura em sua capacidade de diálogo com a Câmara Municipal, casa onde ocupa uma cadeira há oito anos. Leia abaixo sobre os principais tópicos da entrevista, que pode ser conferida na íntegra no canal do YouTube do Portal Uai.



Críticas a Tramonte


Tramonte foi o principal alvo de Damião durante a entrevista. A distância entre o deputado e Fuad caiu no último levantamento, publicado pela Quaest na quarta-feira (11/9). O vereador focou os ataques com veemência no possível adversário de segundo turno e teve como um de seus pontos de destaque a variação negativa do rival em suas duas eleições para a Assembleia Legislativa.


“Mauro Tramonte, o senhor teve 500 mil votos para Deputado Estadual em 2018. Em 2022, 400 mil pessoas se arrependeram de votar no senhor. Dos seus 500 mil votos, praticamente 250 mil foram em Belo Horizonte. Quatro anos depois, 30 mil pessoas votaram no senhor. Por que 200 mil pessoas em Belo Horizonte se arrependeram de votar no senhor? O senhor acha que é porque trabalha muito? Por seus projetos? O senhor acha que é um baita deputado estadual e por isso o senhor teve essa rejeição tão grande em Belo Horizonte? As pessoas não vão votar no senhor para prefeito”, questionou.


Em 2018, Tramonte foi o deputado estadual mais votado, se elegendo pelo PRB com 516.390 votos. Quatro anos mais tarde, foi reconduzido ao cargo, mas com apenas 110.741 votos. 



Elogios a Fuad


Damião falou sobre o convite que recebeu para compor a chapa com Fuad e afirmou reiteradamente que considera o atual prefeito o único nome da disputa preparado para comandar a cidade. Em tom emocionado, o vereador chegou a dizer que está apaixonado pelo pessedista e que ele se tornou uma figura paterna para ele.


Também com intenção de criticar a gestão de Alexandre Kalil, Damião disse que Fuad foi o responsável pelos êxitos do ex-prefeito, de quem foi secretário de Fazenda e vice no segundo mandato.


“Posso falar que sou vereador. Fuad é quem conversava com a Câmara para aprovar projetos financeiros. Eu fui até o prefeito Kalil várias vezes, e ele respondia que o assunto deveria ser resolvido com Fuad. Era ele quem fazia as coisas acontecerem, era o principal secretário, tanto que foi chamado para ser vice. Olha, as pessoas têm vários sentimentos, mas não consigo conviver com a ingratidão”, afirmou Damião se referindo também à ruptura de Kalil com Fuad.



Críticas à aliança Zema-Kalil-Tramonte

Damião também teceu críticas à ausência do governador Romeu Zema na campanha eleitoral do deputado estadual Mauro Tramonte. O vice da chapa afirmou que Zema declarou apoio à candidatura de Tramonte publicamente, mas, até o momento, não compareceu a nenhuma agenda eleitoral ao lado do candidato. Damião também comentou o apoio do ex-prefeito Alexandre Kalil ao deputado estadual, que avaliou a aliança com Tramonte como "ingratidão".

 

"Para mim, foi um gesto de ingratidão. E deixa ele viver a vida dele, a escolha dele. A pessoa tem o direito de escolher o que quiser para a vida dela, e depois vai viver abraçado nessa pessoa. Estou querendo ver a cena, não consigo ver. Vou fazer um convite aqui: faça essa cena acontecer. Belo Horizonte está doida para ver o Zema e o Kalil abraçados junto com o Mauro Tramonte. Zema, Kalil e Tramonte, nós queremos vocês juntos. Se possível, coloque também a vice. E fale para Belo Horizonte. Pare de mentir e dizer: 'Não, não é bem assim'. É bem assim, sim. Kalil e Zema vão mandar na Prefeitura de Belo Horizonte porque o Mauro Tramonte se sujeitou a isso".


Damião ainda criticou o que considera uma invisibilização de Luísa Barreto (Novo), vice na chapa de Tramonte, durante a campanha. A candidata foi secretária de Planejamento e Gestão de Zema.

 

"Está apoiando, indiciou a vice, mas não tem uma foto dele com o cara. Não faz caminhada com o cara. Eu gostaria muito que fizesse, porque estou fazendo e estou vendo". 



Relação com a CMBH

Damião também teceu críticas à ausência do governador Romeu Zema na campanha eleitoral do deputado estadual Mauro Tramonte. O vice da chapa afirmou que Zema declarou apoio à candidatura de Tramonte publicamente, mas, até o momento, não compareceu a nenhuma agenda eleitoral ao lado do candidato. Damião também comentou o apoio do ex-prefeito Alexandre Kalil ao deputado estadual, que avaliou a aliança com Tramonte como "ingratidão".

 

“Nossa base, pode ter certeza, será a maior base da história de Belo Horizonte. Sabe por quê? Porque o vice que vai estar junto com o Fuad, respeita os vereadores que vão entrar e aqueles que lá estão, e ele tem o respeito dos vereadores. Sou amigo dos vereadores e das vereadoras. Não procuro saber se o cara está do meu lado ou contra mim. Se ele me respeita, o respeito, e se ele não respeita, faço de tudo para que me respeite. É assim que a gente vai construir uma cidade diferente, diferente no sentido de relação entre Câmara e prefeitura”, analisou.