FOLHAPRESS - O engajamento no Instagram do candidato José Luiz Datena (PSDB) após a cadeirada em Pablo Marçal (PRTB) no debate da TV Cultura foi 16 vezes maior em relação ao registrado em cerca um mês e meio.
Com apenas duas publicações sobre o ocorrido no debate de domingo (15/9), o apresentador chegou à média de quase 100 mil interações por postagem, ante aproximadas 6.200 de 17 de julho a 8 de setembro.
Marçal também foi alavancado pela agressão, atingindo engajamento duas vezes maior. Ele fez 23 publicações - fora as apagadas ao longo da noite - que renderam média de 265 mil interações por postagem. Entre 19 de maio e 8 de setembro, mais de três meses, o valor médio foi de 133 mil.
Os dados são de um levantamento realizado pelo Datafolha e pela empresa Codecs de 15 a 16 de setembro, considerando apenas Datena e Marçal. O instituto considera interações como a soma das curtidas e comentários nas postagens dos candidatos no Instagram.
Em números absolutos, até as 13 horas desta segunda-feira (16) o autodenominado ex-coach reunia 6,1 milhões de interações com o conteúdo postado. Datena teve cerca de 200 mil interações em seus dois posts.
Datena e Marçal também cresceram em número de menções. Datena passou de uma média de 1.860 menções na última semana para 79 mil após o debate. Marçal chegou a 76 mil menções após o episódio.
Entre 17 de julho, quando foi oficializado candidato, e 15 de setembro, Datena havia postado 91 conteúdos em seu perfil, que tiveram uma média de 6.195 interações por postagem. Com as duas publicações pós-debate, a média de interações do candidato chegou a 100 mil por postagem, cerca de 16 vezes mais que o período anterior.
Pelo que a postura dos dois candidatos indica, ambos vão continuar explorando a agressão em suas redes e aparições públicas. Datena afirmou que não se arrepende de ter lançado a banqueta contra Marçal e o influenciador repetiu as provocações feitas no debate em atividade de campanha na segunda-feira (16).
Os outros candidatos na disputa, que tiveram suas performances eclipsadas pela agressão, solidarizaram-se majoritariamente com Datena. Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB) ligaram para o tucano, enquanto Tabata Amaral (PSB) enviou mensagem de texto dizendo que Marçal estava "trabalhando para que isso acontecesse desde o dia zero".
Nunes falou em "noite lamentável" e "desrespeito à sociedade" ao comentar o episódio, ponderando, no entanto, que Datena foi provocado pelo influenciador.
"O Datena errou, indiscutivelmente, nenhuma ação que utilize agressão a gente pode concordar", disse em entrevista à Rádio CBN na segunda-feira. "Mas o nível de provocação do Pablo Marçal é inaceitável [...] conseguir tirar [do sério] uma pessoa que é âncora de tantos anos daquela forma, é algo para reflexão".
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Em vídeo publicado logo após o debate, Boulos também citou a postura do candidato do PRTB ao comentar a agressão. "Desde o começo das eleições nós temos tido um nível muito baixo nos debates, e isso em grande medida pela atuação do Pablo Marçal de inventar mentira, provocar, atacar, promover baixaria em todos os debates", disse.
Diante do ocorrido, Marçal busca explorar a cadeirada para reforçar a narrativa de que é um candidato perseguido pelo sistema.