FOLHAPRESS - O prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou que está reconsiderando participar do debate promovido pelo grupo Flow nesta segunda-feira (23/9). Neste final de semana, Nunes declarou que não iria comparecer ao evento por já ter compromissos marcados.
Depois de participar de um culto evangélico, na noite deste domingo (22/9), o prefeito disse à Folha que está reavaliando a questão.
"Estou considerando desmarcar os compromissos de amanhã, porque ir ao debate é importante. Eu não queria deixar de ir às agendas que já tinha marcado sem, pelo menos, mandar um representante, porque já tinha me comprometido, mas estou vendo se consigo ir [ao debate]", afirmou.
A fala do prefeito acontece depois de o candidato Guilherme Boulos (PSOL) tê-lo criticado pela ausência no debate, durante um compromisso de campanha na Avenida Paulista, nesta manhã.
"O Ricardo Nunes precisa explicar por que está fugindo do debate. Eu não entendi quando decidiu não ir. Talvez porque tenha receio de ser questionado sobre a ineficiência da sua gestão, de três anos e meio, em que não cumpriu as metas. Mas também pode ser porque tenha receio de ser questionado sobre os escândalos da sua gestão. Não acredito que isso vai funcionar na cabeça do eleitor", afirmou Boulos.
Em agenda de campanha no sábado (21/9), Nunes tinha dito que tinha três compromissos marcados na segunda-feira e que seria "deselegante" não comparecer a eles.
"Eu não tenho mais como ficar cancelando minhas agendas para passar horas e horas em debates. A gente vai ter outros dois debates televisionados ainda. Eu acabei de participar de seis debates [...]. Eu já estive no Flow, fiquei o tempo todo que ele [apresentador] quis, foi muito importante a participação, mas na segunda-feira não tem como", disse na ocasião.
Neste domingo, Nunes participou de cinco compromissos com a temática religiosa. Mais cedo, teve um encontro com lideranças da Igreja Adventista, almoçou na Catedral da Sé com o arcebispo Padre Luiz Eduardo Pinheiro Baronto e participou de outras duas celebrações religiosas.
Perguntado se a intensa agenda com figuras católicas e evangélicas era uma maneira de acenar para o público cristão, o prefeito respondeu que não. "Domingo é dia do Senhor, tenho bastante alegria. Eu tenho participado e ido a igrejas por toda a minha vida, mesmo antes do mandato como vereador, então é um ambiente que eu frequento há muito tempo", disse.
O Datafolha mais recente mostra que Ricardo Nunes e o influenciador Pablo Marçal (PRTB) seguem tecnicamente empatados na liderança entre o eleitorado evangélico na corrida para a Prefeitura de São Paulo.
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Pela primeira vez desde o final de agosto, porém, Nunes lidera numericamente nesse segmento. Ele oscilou positivamente três pontos e chegou a 32% nesse estrato, enquanto o autodenominado ex-coach oscilou quatro pontos para baixo e marcou 26%.
Em dois momentos da agenda deste domingo, Nunes criticou falas de Marçal sobre personagens bíblicos e disse que o adversário "se igualou a um falso profeta". Em resposta, Marçal disse que vai colocar Nunes na cadeia e afirmou, sem evidências, que o prefeito é pró-aborto.