A candidata do PCO à prefeitura de Belo Horizonte, Lourdes Francisco, tem uma proposta fora do comum para a segurança pública a nível municipal: extinguir a Guarda Municipal, substituindo-a por conselhos populares formados por cidadãos. "A Guarda Municipal é um instrumento de opressão da população", disse a candidata em entrevista ao Estado de Minas.
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De acordo com a proposta de Lourdes Francisco, os membros dos conselhos populares citados receberiam treinamento e armamento antes de entrar em ação. Para a candidata, os resultados seriam melhores do que os obtidos pela Guarda Municipal. "Inclusive, quando a gente fala em feminicídio, os membros (dos conselhos) já conhecem a comunidade, porque fazem parte dela", avaliou.
Curiosamente, no que diz respeito ao acesso a armas, a candidata do PCO, um partido de esquerda, tem uma proposta semelhante à do ex-presidente Jair Bolsonaro e a de outros políticos do PL, partido de direita: a liberação.
Lourdes Francisco pondera que o objetivo não é praticar violência, e sim se defender de opressores. "Depois de uma formação, todo trabalhador deveria ter uma arma", declarou Lourdes. "E os conselhos municipais também poderiam estar armados para se defender dos opressores, desde que estejam formados e organizados", opinou.
Fim das polícias
A extinção da Guarda Municipal, segundo Lourdes Francisco, é a implantação, na esfera municipal, de uma política de extinção das polícias, proposta pelo partido nos níveis estadual e federal. "Nós, do PCO, vemos a polícia com certa negatividade. A Guarda Municipal, principalmente se estiver armada, é muito negativa para o trabalhador", pontuou.
"A Guarda Municipal é um tipo de polícia que está se tornando muito violenta", explicou a candidata. "O que achamos negativo é a violência usada contra o trabalhador, que é recorrente", prosseguiu. Ela cita, como exemplo, ações de combate ao contrabando, nas quais os agentes confiscam mercadorias de camelôs e vendedores ambulantes.
Devido a esse tipo de ação, a candidata do PCO vê a Guarda Municipal como um instrumento de opressão da população. "O país está em uma crise muito grande, e não há emprego. O trabalhador precisa se virar", acrescentou. Por fim, Lourdes Francisco pondera que os agentes seriam realocados para outros órgãos municipais com o fim da instituição, a fim de não gerar desemprego.