Lula em 79ª Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira (24/9) -  (crédito: Reprodução/ONU)

Lula em 79ª Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira (24/9)

crédito: Reprodução/ONU

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou, na manhã desta terça-feira (24/9), na 79ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Durante sua fala, Lula criticou a falta de autonomia dos Estados em relação às plataformas digitais e à inteligência artificial (IA), defendendo uma IA que reflita a identidade do Sul Global.

 

 

“Interessa-nos uma inteligência artificial emancipadora, que represente a diversidade cultural do Sul Global, respeite os direitos humanos, proteja dados pessoais e promova a integridade da informação. Acima de tudo, deve ser uma ferramenta para a paz, e não para a guerra”, afirmou Lula.

 

 

O presidente destacou que a riqueza gerada por essas tecnologias está concentrada “sem precedentes” em um pequeno número de pessoas e empresas, localizadas em um número ainda menor de países, o que resulta em assimetrias que levam a um “verdadeiro oligopólio do saber”.

 

Ele enfatizou a necessidade de criar uma IA que incorpore as características dos países fora do eixo do Norte Global e defendeu uma regulamentação intergovernamental que assegure a participação de todos os Estados. “A falsa oposição entre Estado e mercado foi abandonada pelas nações desenvolvidas, que voltaram a praticar políticas industriais ativas e forte regulação da economia doméstica”, afirmou.

 

 

Lula também fez uma crítica indireta à política de governança de Elon Musk, proprietário do X, em relação à justiça brasileira. “O futuro de nossa região passa pela construção de um Estado que enfrente todas as formas de discriminação e que não se intimide diante de indivíduos, corporações ou plataformas digitais que se julgam acima da lei”, disse.

 

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“Elementos essenciais da soberania incluem o direito de legislar, julgar disputas e fazer cumprir as regras dentro de seu território, incluindo o ambiente digital”, completou, ressaltando que a liberdade é a primeira vítima de um mundo sem regras.

 

“O meu governo não terceiriza responsabilidades nem abdica da sua soberania”, finalizou o presidente brasileiro.