Luisa Barreto esteve no estúdio do jornal Estado de Minas para sabatina em parceria com Portal Uai -  (crédito: EDESIO FERREIRA/EM/DAPRESS)

Luisa Barreto esteve no estúdio do jornal Estado de Minas para sabatina em parceria com Portal Uai

crédito: EDESIO FERREIRA/EM/DAPRESS

“Gosto pessoalmente do Fuad Noman, mas não da gestão que ele realiza em Belo Horizonte. Estamos falando da falta de zeladoria urbana”, foi assim que Luisa Barreto (Novo), vice na chapa de Mauro Tramonte (Republicanos), avaliou a gestão do prefeito, que tenta a reeleição. A ex-secretária de Gestão e Planejamento do governo Romeu Zema (Novo) esteve nos estúdios do Estado de Minas, onde participou da sabatina em parceria com o Portal Uai.

 

 

“Ele tem uma carreira técnica, e eu conheço o Fuad há bastante tempo. Inclusive, tenho o maior respeito por ele; é uma pessoa de quem eu gosto pessoalmente. No entanto, não gosto da gestão que ele realiza em Belo Horizonte. Somos pessoas com pensamentos um pouco diferentes, mas, mais do que isso, não gosto do que ele entrega enquanto gestor. Vejo uma administração que abandona questões cruciais”, disse. “Estamos falando, por exemplo, da zeladoria urbana, que foi deixada de lado – algo que deveria ser básico em qualquer gestão municipal. Além disso, observamos que, em dois anos, ele trocou o secretário de educação cinco vezes. A educação em Belo Horizonte precisa ser resgatada, e um prefeito que não consegue dar continuidade em uma área tão importante demonstra falhas na gestão.”

 

Luisa falou sobre educação, saúde e mobilidade urbana. A relação com o governador Romeu Zema (Novo) e com o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, também moldaram a conversa.

 

 

A escolha de Tramonte

Antes das eleições, Luisa Barreto foi procurada por alguns candidatos para compor chapa. Ela recebeu convites de Carlos Viana (Podemos), Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD). Apesar disso, escolheu embarcar na campanha com Tramonte. Ela comentou sobre o assunto, afirmando que o deputado estadual tinha as “melhores propostas”. Segundo Luisa, a aliança foi "natural". "Quando conversamos, fez total sentido me unir ao Mauro para somarmos forças e trabalharmos juntos por uma Belo Horizonte melhor.”

 

"Sempre digo que é fundamental entender nosso propósito ao entrar na política. A política é um ambiente repleto de vaidade e ego, mas eu nunca entrei nesse meio por essas razões. Meu objetivo sempre foi transformar a vida das pessoas, melhorar a sociedade através do meu trabalho. Jamais aceitaria ser vice em uma chapa se não visse reais possibilidades de implementar essas mudanças”, disse. "Recebi propostas de vários candidatos e conversei com muita gente, mas foi com o Mauro que encontrei o que Belo Horizonte precisa urgentemente. Ele tem liderança, visão e conhece profundamente a cidade. Além disso, não está na política por vaidade ou ego. É uma pessoa amplamente reconhecida e querida. Quem anda com o Mauro nas ruas percebe isso: ele não é apenas alguém famoso pela TV, mas uma pessoa em quem as pessoas confiam e reconhecem o trabalho como deputado."

 

"Ele reúne muitas qualidades e tem uma personalidade que complementa a minha. Não somos parecidos, e essa complementaridade é muito positiva. Percebi que, ao lado do Mauro, posso usar meu trabalho na política para realmente transformar a vida das pessoas, pois ele tem o melhor plano e a visão mais clara para a cidade", acrescentou.

 

 

Relação com Kalil

Na época em que foi candidata à Prefeitura pelo PSDB, Luisa não aprovava o estilo de Kalil ao governar a capital mineira, criticando seu temperamento e a gestão rígida durante a pandemia de COVID-19. Questionada sobre o assunto, ela reforçou que, apesar da aliança com o ex-prefeito, não recuou em suas opiniões. “Acho que quem acompanha nossas agendas já nos viu juntos em várias ocasiões, e isso é natural. Sempre fui coerente, inclusive quando concorri contra Kalil em 2020. Fiz críticas na época, e não vou recuar delas.”

 

"As críticas que fiz continuam válidas. Agora, Kalil decidiu apoiar Mauro Tramonte. Ele é uma figura que ama Belo Horizonte. Alguém tem dúvidas de que Kalil é apaixonado pela cidade? Eu, sinceramente, não. Que ele quer o melhor para BH? Também não tenho dúvidas. Ele conheceu as propostas do Mauro, viu o trabalho do Tramonte e optou por apoiá-lo. Esse apoio é muito bem-vindo. Quem diria que não gostaria de ter ao lado alguém que ama tanto Belo Horizonte? Aliás, todos que compartilham esse amor pela cidade serão bem-vindos”, afirmou.

 

Indagada sobre 2026, já que Kalil migrou para o Republicanos com intenção de disputar o governo de Minas, Luisa evitou o tema, preferindo focar nas eleições municipais. A ex-secretária aposta na candidatura do colega de partido, Mateus Simões, pelo Novo. "Tentar prever o futuro é um hábito perigoso na política. Agora, estamos numa eleição municipal, e o foco é garantir uma gestão melhor para Belo Horizonte. A cidade não está bem administrada, e precisamos mudar isso. Quanto a 2026, pensaremos nisso após as eleições. Tenho muito carinho pelo Mateus e pela relação que construímos, mas é cedo até para ele falar sobre isso”, ponderou.

 

Gestão Pública

Luisa também falou sobre sua relação com a gestão pública. Formada em Políticas Públicas e Gestão Governamental e pós-graduada em Gestão Estratégica pela Fundação João Pinheiro (FJP), ela é servidora pública de carreira.

 

Entre 2019 e 2020, foi secretária-adjunta de Planejamento e Gestão de Minas Gerais (Seplag). Liderou ações da secretaria, como a reparação de danos socioeconômicos e socioambientais provocados pelo rompimento das barragens em Mariana e Brumadinho, além da reforma administrativa realizada no estado em 2019. Em dezembro de 2020, Luísa assumiu a presidência da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), onde permaneceu até 2021, quando foi empossada como titular da Seplag pelo governador Romeu Zema (Novo).

 

“Eu sempre digo que a gestão pública é o que eu amo fazer; sou formada nisso, administradora pública por formação. Não é simples. Fazer as coisas acontecerem exige uma série de regras e lógicas diferentes. Não basta a vontade; você tem que saber os melhores caminhos para atingir aquele objetivo. Muitas pessoas têm bons objetivos e propósitos, mas ao chegar aos lugares, não sabem como fazer. E eu vejo que esse é o ponto em que mais agrego. Com esse meu conhecimento técnico, ajudei a fazer. Fiz uma ótima dupla com o Mauro.”

 

Educação e Saúde

Luisa também falou sobre Saúde e Educação, pautas que são gargalos do governo Romeu Zema (Novo). Questionada, ela admitiu as críticas, mas afirmou que BH teria administrações diferentes. “Estamos falando de realidades distintas. Críticas todos os governos sofrem. Eu digo que governar também exige aceitar críticas; se você não aceita, não deve entrar para a política. Se você ganhar uma eleição, vai ter que enfrentar críticas, pois isso faz parte do jogo democrático. No entanto, não concordo muito com essas críticas. Quando olhamos o que o governador Romeu Zema fez na educação e na saúde, estamos falando de um Estado que nunca havia investido o mínimo constitucional nessas áreas. Fizemos isso, apesar do déficit orçamentário e da crítica situação fiscal do Estado, com um investimento recorde em saúde e educação.”

 

“Agora, a realidade do governo de Minas e a da Prefeitura são muito diferentes. Quando falamos de educação no governo e na prefeitura, lidamos com tipos diferentes de educação. A prefeitura precisa lidar com a educação infantil, que hoje é um problema. Precisamos expandir as vagas no ensino infantil; mais de 1.600 crianças aguardam uma vaga nas escolas de 0 a 3 anos. Há uma grande necessidade de expandir o ensino integral, que iremos implementar em Belo Horizonte”, disse.

 

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Ao falar sobre educação, Luisa avaliou a situação como “semelhante”. “A prefeitura é responsável pela saúde básica e pelo atendimento de urgência e emergência em suas UPAs, e isso não tem funcionado. Essa é a realidade: algo que não funciona. Portanto, quando falamos de organizar, de ter mais médicos para atender essa população, da redução da fila de cirurgias eletivas — com 28 mil pessoas aguardando —, de modernizar o sistema de saúde e de nos comunicarmos com as pessoas pelo WhatsApp, através do Zap da Saúde, são várias propostas que fazem sentido e serão benéficas para Belo Horizonte. E são políticas distintas, porque lidamos com uma realidade diferente e com outros serviços prestados pela Prefeitura”, concluiu.