Pablo Marçal é candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB. Ele já era conhecido do eleitorado por ser influenciador digital e empresário, ganhando notoriedade por suas palestras motivacionais e cursos voltados para desenvolvimento pessoal. Atualmente, ele rejeita o título de coach.
O empresário terá o número 28 na urna. A vice dele é Antônia de Jesus (PRTB). Nascido em Goiânia, Marçal tenta atrair o eleitorado bolsonarista, mesmo sem o apoio formal de Jair Bolsonaro, que se alinha ao atual prefeito Ricardo Nunes. Pablo Marçal é casado com Ana Carolina Marçal, com quem tem quatro filhos.
Em 2022, ele ganhou notoriedade por liderar uma expedição com 60 alunos ao Pico dos Marins, na Serra da Mantiqueira. Com um ingresso que custava R$ 3 mil, a expedição prometia uma experiência para "superar a vida e tornar-se um vencedor". Metade do grupo desistiu da trilha por conta das más condições climáticas, mas 32 pessoas – incluindo Marçal – precisaram ser resgatadas pelo Corpo de Bombeiros. Segundo Paulo Roberto Reis, capitão dos bombeiros e chefe da operação de resgate, Marçal colocou as pessoas sob "risco de morte".
De acordo com as equipes, o resgate foi solicitado por volta das 2h30 da madrugada, após ventos fortes arrastarem as barracas e deixarem os integrantes do grupo molhados, em risco de hipotermia. Durante a noite, as temperaturas no Pico podem chegar perto de 0°C.
No mesmo ano, ele ingressou na política, anunciando sua candidatura à presidente da República pelo extinto Pros, mas o partido desistiu da candidatura. Ele resolveu então concorrer a deputado federal por São Paulo e chegou a ser eleito, com 243 mil votos, mas não tomou posse, por problemas na documentação.
Ainda em 2022, uma pessoa morreu em maratona promovida pela empresa de Marçal. Segundo participantes, a corrida foi chamada de última hora, após o intitulado ex-coach fazer uma publicação afirmando ter corrido 42 km e "não ser trouxa". Na ocasião, Bruno da Silva Teixeira faleceu depois de sofrer uma parada cardíaca durante uma maratona de rua organizada por um grupo empresarial liderado por Marçal. A família de Bruno clama por justiça e exige uma investigação aprofundada. A Polícia Civil de São Paulo está tratando o caso como "morte suspeita".
O advogado Tasso Renam Souza Botelho, representante de Marçal, afirmou ao GLOBO que seu cliente optou por não se pronunciar publicamente para proteger a família. Ele também esclareceu que a maratona não foi uma iniciativa da empresa, mas sim um "treino entre amigos que resultou nessa tragédia".
No entanto, desde antes de ser influenciador digital, o candidato tem atitudes que chamam a atenção negativamente. Ele foi preso em 2005 em uma investigação de fraudes bancárias e solto dias depois após repassar informações à polícia. A investigação da PF afirma que, além de fazer a manutenção dos computadores da quadrilha, Marçal operava um programa responsável por captar e-mails para os quais seriam enviados spams. Por meio desses últimos, a quadrilha fisgaria dados das contas bancárias das vítimas. A condenação veio apenas em 2010.
Propostas
Entre suas propostas para a capital paulista, destacam-se ideias ambiciosas, como a construção do prédio de 1 km e a implementação de uma rede de teleféricos para melhorar a mobilidade urbana. Marçal também propõe modernizar a cidade com o uso de tecnologias como inteligência artificial e big data para gestão pública, além de incluir a disciplina de empreendedorismo no currículo escolar.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba em primeira mão notícias relevantes para o seu dia
Sua campanha, marcada por uma abordagem agressiva nas redes sociais, reflete sua estratégia de se posicionar como uma alternativa conservadora e inovadora aos principais adversários, como Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB).
No entanto, a abordagem agressiva se materializou em embates presenciais, envolvendo outros candidatos e assessores. Em debate da TV Cultura, Marçal acusou José Luiz Datena (PSDB) de "não ser homem", uma vez que ele já admitiu ter vontade de agredí-lo em outros momentos, o que resultou na agressão conhecida como "cadeirada". Já em outro debate, promovido pelo grupo Flow, o ex-coach foi expulso por infringir as regras do debate e, como reação, seu videomaker, Nahuel Gomez Medina, agrediu o assessor de Nunes, Duda Lima.
Na corrida eleitoral, o candidato se mantém empatado tecnicamente com Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB), segundo pesquisa da Quaest.