Guilherme Boulos (Psol), Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB), candidatos à Prefeitura de São Paulo -  (crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press - Divulgação/Alesp - Reprodução UOL/Folha)

Guilherme Boulos (Psol), Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB), candidatos à Prefeitura de São Paulo

crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press - Divulgação/Alesp - Reprodução UOL/Folha

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Depois de mais uma semana de ataques e até agressão física na campanha pela Prefeitura de São Paulo, a nova pesquisa Datafolha mostra um cenário de estabilidade. Ricardo Nunes (MDB), com 27%, e Guilherme Boulos (PSOL), com 25%, lideram a corrida.

 

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Pablo Marçal (PRTB) manteve o terceiro lugar, com 21%, agora colado em Boulos. O deputado do PSOL pontua no limite máximo da margem de erro em relação a Marçal, quando um empate é considerado improvável. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

 

 

Há uma semana, Nunes marcava os mesmos 27%, Boulos tinha 26% (agora oscilou um ponto para baixo) e Marçal, 19% (agora oscilou dois para cima). A margem daquele levantamento era de três pontos, para mais ou para menos.

 

 

No segundo pelotão da pesquisa desta semana, o jogo também está estável. Tabata Amaral (PSB) marcou 9%, contra 6% de José Luiz Datena (PSDB), em empate técnico. Na rodada anterior, eles tinham 8% e 6%, respectivamente. Marina Helena (Novo) tem 2% (eram 3% na anterior).

 

Declaram voto branco ou nulo 6%, e não responderam 3%, exatamente como na pesquisa anterior.

 

O Datafolha entrevistou 1.610 eleitores paulistanos de terça-feira (24) até esta quinta (26). Encomendado pela Folha de S.Paulo, o levantamento está registrado na Justiça Eleitoral sob o código SP-06090/2024.

 

Na pesquisa espontânea, na qual o entrevistado cita seu candidato preferido sem ver a lista de opções, Boulos lidera com 21% (eram 23% há uma semana), seguido de Nunes, com os mesmos 16% da anterior, e Marçal, 16% (15% antes). A dez dias do primeiro turno da eleição, são 28% os que dizem não saber, mesmo índice da semana passada.

 

A pesquisa também aponta que 41% acreditam que Nunes vai ganhar a eleição deste ano. A pergunta sobre quem você acha que vai vencer é diferente da de quem você irá votar. Há 22% que afirmam que Boulos vai ganhar. Outros 20% respondem que Marçal será o vencedor.

 

Os resultados mostram que o soco de um dos assessores de Marçal, Nahuel Medina, no marqueteiro de Nunes, Duda Lima, o principal fato político da campanha nesta semana, parece não ter abalado as preferências dos eleitores -e tampouco mexeu com a estratégia do MDB e do PSOL, que preveem um enfrentamento no segundo turno, algo que os números desta quinta corroboram.

 

Marçal chegou a embolar a disputa pelo primeiro lugar no fim de agosto, mas estagnou desde meados de setembro e se descolou de Boulos e Nunes, que engataram uma trajetória de alta. Na sexta-feira (20), o candidato do PRTB ensaiou uma virada em sua campanha, afirmando que iria abandonar a postura agressiva e iria se comportar como um governante.

 

Ele deu mostras disso no debate do SBT, mas durou pouco. Na segunda-feira (23), o influenciador voltou a atacar os rivais e chegou a bater boca com Nunes no debate do Flow, do qual acabou expulso e que terminou com a agressão.

 

Nunes, por sua vez, investiu nos últimos dias no público conservador, por meio de entrevistas a canais bolsonaristas nas quais passou a se declarar contrário à obrigatoriedade da vacina da Covid. Além disso, percorreu as igrejas evangélicas, muitas vezes acompanhado de Tarcísio de Freitas (Republicanos), que se firmou como seu principal cabo eleitoral dada a ausência de Jair Bolsonaro (PL) em atos de campanha.

 

Já Boulos tem centrado sua mira em Nunes e buscado crescer na periferia, com carreatas e associação com o presidente Lula (PT). A estratégia, porém, sofreu um revés com o cancelamento da viagem do petista à capital paulista no sábado (28). Lula só deve visitar a cidade no dia 5, véspera do primeiro turno. Boulos e aliados esperam uma participação mais intensiva do presidente no segundo turno.

 

NÚMERO DO CANDIDATO

 

O Datafolha perguntou aos eleitores se eles sabem o número dos seus candidatos. O índice de respostas corretas foi maior, 48%, do que o registrado há uma semana, de 42%. Ainda assim, a dez dias da votação, 42% não sabem o número do seu candidato (ante 48% na semana passada). E 10% erraram o número (eram 11%).

 

Nesse quesito, Boulos e Marçal levam vantagem. Entre os eleitores do candidato do PSOL, 61% acertam o número, 31% não sabem e 8% erram -a margem de erro nesse grupo é de 5 pontos. Para o candidato do PRTB, há também 61% de acertos, 32% de desconhecimento e 6% de erro, sendo a margem de erro de 5 pontos.

 

Nunes, apesar de dominar 65% do espaço na propaganda de rádio e TV, tem uma parcela de 44% daqueles que declaram não saber o número do MDB, enquanto 48% acertam e 8% erram. A margem de erro é de 5 pontos no grupo que vota nele.

 

Tabata e Datena têm mais eleitores que declaram não saber seus números. Para a candidata do PSB, 58% não sabem, 38% sabem e 4% erram,; a margem de erro é de 8 pontos. No caso do candidato do PSDB, 77% não sabem, 14% sabem e 9% erram; a margem de erro é de 10 pontos.

 

AVALIAÇÃO DE NUNES

 

O Datafolha traz ainda os dados de avaliação da gestão de Nunes à frente da Prefeitura de São Paulo, que permanece estável. Aprovam o trabalho de Nunes 27%, enquanto 23% desaprovam e 47% o consideram regular. Na semana passada, eram 28%, 22% e 47%.

 

A pesquisa mostra que Nunes lidera entre os mais pobres, a parcela de 31% dos entrevistados que recebe até dois salários-mínimos -a margem de erro é de 4 pontos. O prefeito do MDB marca 32% no grupo que Boulos busca conquistar com a ajuda de Lula e chega a 21%. Marçal tem 15%.

 

Já o grupo que está na mira do prefeito, os evangélicos, que são 22% dos entrevistados, se dividem entre 30% para Marçal, 29% para Nunes, e 16% para Boulos, com margem de erro de 5 pontos.

 

Entre as mulheres, que são 47%, a preferência é por Boulos (27%), Nunes (26%) e Marçal (16%), que tem tentado estancar sua rejeição nesse grupo, em que a margem de erro é de 3 pontos.