Record TV recebe candidatos para debate  -  (crédito: Marcos Vinícius/Record Minas)

Record TV recebe candidatos para debate

crédito: Marcos Vinícius/Record Minas

O primeiro bloco do debate da Record Minas com os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte começou com críticas ao prefeito Fuad Noman (PSD), que não compareceu, e ao ex-prefeito Alexandre Kalil. Dos sete candidatos com representação eleitoral, seis estavam presentes nos estúdios da emissora. O debate foi sendo transmitido ao vivo pela TV, YouTube e PlayPlus.

 

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A primeira pergunta foi feita por Carlos Viana (Podemos), que escolheu Bruno Engler (PL) como alvo. O senador criticou o ex-prefeito Alexandre Kalil, afirmando que sua administração foi desastrosa, deixando Belo Horizonte sob o comando de Fuad Noman. “Kalil ganhou prometendo não fazer nada e, de fato, não fez, atrasando a cidade em oito anos. Agora, ele quer impor um candidato marionete (Mauro Tramonte) para continuar mandando.”

 

 

Viana também questionou Engler sobre o déficit da prefeitura. O deputado citou dados e afirmou que, pela primeira vez, a PBH arrecadou R$ 19,6 bilhões, enquanto gastou R$ 19,8 bilhões. “Isso não é normal. O prefeito precisa gastar muito em ano eleitoral para tentar se reeleger. Precisamos fomentar a economia de Belo Horizonte e revisar o Plano Diretor para atrair novamente o setor da construção civil”, disse Engler. “Tenho compromisso com a redução de impostos. Acredito que é melhor ter uma fatia menor de um bolo robusto do que uma fatia gigante de um bolo minúsculo”, concluiu.

 

Em seguida, Kalil voltou ao centro das atenções, enfrentando Engler e Mauro Tramonte (Republicanos). Os dois trocaram farpas ao discutir as supostas indicações que o ex-prefeito teria na PBH. Engler afirmou que ex-secretários de Kalil estariam cotados para cargos na Prefeitura caso Tramonte vença as eleições. A ausência do apresentador de TV na Assembleia Legislativa e a questão da segurança pública também foram destacados no embate. “Alguém está mentindo nessa história, quem é? Você ou Kalil?”, provocou Engler.

 

“Quando fechei um acordo político com Kalil, ele não me pediu nada”, respondeu Tramonte. “Uma pena que não posso mostrar vídeos aqui; poderia mostrar Kalil afirmando que tem indicações”, completou Engler.

 

A terceira pergunta foi feita por Tramonte, que escolheu Duda Salabert (PDT) para o confronto. O tema foi o transporte em Belo Horizonte. “O transporte público é de péssima qualidade, com tarifas altas, ônibus poluentes que não circulam de madrugada e sempre atrasados. Durante a pandemia, a frota diminuiu e não retornou ao que era antes. Isso é inaceitável! O bilhão destinado à Prefeitura e aos empresários de ônibus não trouxe melhorias significativas para o transporte público”, afirmou Tramonte.

 

Duda criticou a mobilidade e defendeu o uso de tecnologia. Em seguida, atacou as alianças de Mauro Tramonte. “Ele se apresentou como autor do tombamento da Serra do Curral, mas isso é inconstitucional; quem deve garantir o tombamento é o governador Romeu Zema, que ainda não o fez. Defendemos a Serra do Curral, essencial para o abastecimento de água de Belo Horizonte. O governador já declarou apoio à mineração na Serra. Se ele for eleito com esse apoio, a Serra corre risco ainda maior”, concluiu.

 

Duda, então, interagiu com Rogério Correia (PT), pautando o debate sobre a fome. Ambos criticaram Fuad Noman. “Belo Horizonte é uma das capitais mais desiguais do Brasil. Temos bairros com qualidade de vida semelhante a países ricos e outros que se assemelham a países pobres. Vinte por cento da população vive com menos de um salário mínimo”, afirmou a deputada.

 

“Um estudo da Universidade Federal mostrou que 40% de algumas favelas e morros de Belo Horizonte enfrentam grave insegurança alimentar. Precisamos resolver isso. Vamos implantar o Bolsa BH, onde quem recebe o Bolsa Família ganhará R$ 300 a mais por mês, destinado a combater a fome. Além disso, a Prefeitura buscará garantir acesso à educação para que essas famílias possam encontrar emprego”, respondeu Correia.

 

A quinta pergunta ficou com o petista, que escolheu Gabriel (MDB) para falar sobre transporte público. Rogério lembrou que Fuad Noman recebeu doações de empresários para sua campanha. O presidente da Câmara, autor da proposta de tarifa zero para vilas e favelas, criticou as alianças do prefeito. “Enquanto vereador, abri uma CPI para investigar os contratos e mostrei que os empresários usaram o mesmo computador para criá-los. O atual prefeito não cancelou esses contratos e, em vez disso, enviou um projeto que apenas distribui dinheiro aos empresários de ônibus”, disse Gabriel.

 

Por fim, o embate entre Gabriel e Viana abordou o metrô de Belo Horizonte. O senador relembrou seus esforços para a ampliação da linha na capital e criticou as candidaturas da extrema direita. Viana, que foi candidato ao governo apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também fez críticas ao antigo aliado. “Precisamos ter cuidado com esses candidatos”, alertou o senador.

 

Debate

 

A Record organiza o quarto debate entre os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte com transmissão na TV aberta. O primeiro aconteceu em 8 de agosto, antes mesmo do início oficial da campanha. Na ocasião, todos os sete principais candidatos participaram do programa.


Em 3 de setembro a Rede Minas organizou o segundo encontro, desta vez sem a presença de Carlos Viana (Podemos), Mauro Tramonte (Republicanos) e Fuad Noman (PSD). No dia 11, a TV Alterosa transmitiu o terceiro debate e, desta feita, apenas o atual prefeito da capital não compareceu para a troca de propostas e ataques entre os candidatos.


O cenário que antecede o encontro dos concorrentes na sede da Record em BH é o mais quente desde o início da campanha eleitoral. A uma semana do pleito, diferentes pesquisas mostram que a briga está aberta para definir os dois nomes que disputarão o segundo turno na tentativa de governar a capital mineira.


A última pesquisa Datafolha, divulgada em 19 de setembro, mostrou Mauro Tramonte na frente com 28%, confirmando os resultados anteriores. A briga pelo segundo turno, porém, se cristalizou entre Fuad e o deputado estadual Bruno Engler (PL), ambos com 18% de intenção de voto, segundo o levantamento. 


Contratada pela Folha de S. Paulo e pela TV Globo, a pesquisa Datafolha ouviu 910 eleitores belo-horizontinos presencialmente em 17 e 18 de setembro. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo MG-07919/2024 e tem margem de erro de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.


Quatro dias depois, no entanto, pesquisa divulgada pelo Instituto AtlasIntel revirou o contexto da disputa ao mostrar Engler liderando com, 25,2%; Mauro Tramonte na segunda posição com 15,3%; seguido por Gabriel Azevedo (MDB), com 14,4%; Duda Salabert (PDT), com 13,7%; Fuad Noman, com 13,5%; e Rogério Correia (PT), com 10%.


A pesquisa da AtlasIntel ouviu 1.598 eleitores entre 17 a 22 de setembro, com margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos e registrado no TSE com o número MG-06581/2024.