Seis candidatos à PBH participam de debate na TV Record a uma semana do primeiro turno da eleição na capital mineira -  (crédito: Marcos Vinicius/Record Minas)

Seis candidatos à PBH participam de debate na TV Record a uma semana do primeiro turno da eleição na capital mineira

crédito: Marcos Vinicius/Record Minas

Críticas ao prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), e ao ex-prefeito Alexandre Kalil dominaram o debate da TV Record, realizado nesse sábado (28/9), com seis dos sete candidatos à Prefeitura da capital com representação no Congresso Nacional. Entre os temas abordados também estavam as escolas cívico-militares, o contrato dos ônibus, a saúde e a gestão da BHTrans. Mauro Tramonte (Republicanos), que lidera as pesquisas, foi o principal alvo dos concorrentes. Apenas Noman, que busca a reeleição, não compareceu.

 

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A primeira pergunta foi feita por Carlos Viana (Podemos), que escolheu Bruno Engler (PL) como alvo. O senador criticou Kalil, afirmando que sua administração foi desastrosa, deixando Belo Horizonte sob o comando de seu vice. Segundo ele, o ex-prefeito prometeu não fazer nada e cumpriu, atrasando a cidade em oito anos. Viana também questionou Engler sobre o déficit da prefeitura. O deputado bolsonarista argumentou que, pela primeira vez, a PBH não fechou as contas. Para ele, Fuad vem gastando excessivamente em ano eleitoral para tentar se reeleger.

 

 

Kalil voltou a ser o centro das atenções em um embate com Engler e Tramonte. O deputado da extrema direita alegou que ex-secretários de Kalil estariam cotados para cargos na Prefeitura, caso Tramonte vença. A ausência do apresentador na Assembleia Legislativa (ALMG) e a questão da segurança pública também foram debatidas. Engler desafiou o jornalista a esclarecer a veracidade das alegações.

 

 

Tramonte, então, questionou Duda Salabert (PDT) sobre o transporte público. Ele criticou a qualidade do sistema, mencionando tarifas altas e ônibus poluentes, além da diminuição da frota durante a pandemia. Duda defendeu o uso de tecnologia e atacou as alianças do apresentador, ressaltando a importância da Serra do Curral para o abastecimento de água de Belo Horizonte.

 

A deputada federal também interagiu com Rogério Correia (PT), e ambos criticaram Fuad Noman. Eles abordaram a desigualdade em Belo Horizonte, onde 20% da população vive com menos de um salário mínimo. Correia mencionou um estudo da Universidade Federal sobre insegurança alimentar e propôs o programa Bolsa BH, que visa oferecer apoio financeiro adicional a quem recebe o Bolsa Família.

 

O embate entre Correia e Gabriel (MDB) focou no transporte público e nas doações de campanha de Fuad. O presidente da Câmara Municipal, autor da proposta de tarifa zero para vilas e favelas, destacou a falta de fiscalização dos contratos com os empresários de ônibus.

 

Segundo bloco

 

Na segunda parte do debate, as críticas continuaram, mas de forma mais moderada. Engler e Tramonte discutiram a queda de Belo Horizonte no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e a necessidade de mais vagas em creches. A conversa evoluiu para críticas sobre a gestão de saúde, onde ambos discutiram a falta de médicos e a situação dos serviços públicos na cidade.

 

Na sequência, Tramonte escolheu o senador Carlos Viana para debater sobre a situação atual da saúde em Belo Horizonte. O embate começou com críticas à suposta falta de médicos na cidade e um ataque à gestão de Fuad Noman. A troca de propostas, porém, terminou em farpas entre os dois candidatos, que têm em comum o fato de terem feito longas carreiras como apresentadores de telejornais.

 

Viana afirmou que saiu do jornalismo para atuar como senador e aprender a construir propostas para a população, alfinetando o concorrente, que alia seu trabalho no telejornalismo com a função de deputado estadual e é criticado por sua baixa assiduidade na Assembleia. Tramonte respondeu que aprendeu a defender o povo em sua ação como jornalista: “Eu aprendi a sentir a dor do cidadão que sofre na UPA, no trânsito, que sofre por não conseguir chegar a uma prefeitura e ser atendido.”

 

No embate seguinte, Viana e Duda Salabert voltaram a falar sobre educação e criticaram a troca de cinco secretários para a área em dois anos durante a gestão de Fuad. O alvo rapidamente migrou para Tramonte, quando os dois concordaram em afirmar que o deputado estadual não apresenta propostas concretas ao longo de sua campanha.

 

Nas interações seguintes, Duda, Engler, Gabriel e Correia tiveram trocas amistosas de propostas sobre segurança pública e educação.

 

Bloco final

 

O terceiro bloco trouxe novas críticas, especialmente em relação à gestão do prefeito de BH. Duda Salabert questionou Gabriel sobre a situação da cidade, que ele avaliou como “péssima”. Ambos trocaram farpas sobre projetos de distribuição de absorventes e a atuação do vereador na Câmara Municipal.

 

Engler levantou questões sobre mobilidade urbana e a lagoa da Pampulha, prometendo abrir a “caixa-preta” da BHTrans. A discussão sobre as escolas cívico-militares se intensificou, com Engler defendendo o modelo, enquanto Tramonte se posicionava contra, citando a necessidade de cuidar dos professores.

 

Viana, em resposta a Tramonte sobre a questão do lixo na capital, criticou Kalil e defendeu a ampliação das cooperativas de catadores. Tramonte apresentou suas propostas para melhorar a coleta de lixo, mas Viana o comparou a figuras históricas problemáticas.

 

O debate também abordou a fome, com Correia voltando a defender a Bolsa BH e a necessidade de garantir alimentação para todos. A última pergunta foi uma dobradinha entre Correia e Duda, que criticaram as filas nas UPAs e a falta de médicos, reiterando que a gestão de saúde precisa de reformas.

 

Debate

 

A Record organizou o quarto debate entre os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte com transmissão na TV aberta. O primeiro aconteceu em 8 de agosto, antes mesmo do início oficial da campanha. Na ocasião, todos os sete principais candidatos participaram do programa.


Em 3 de setembro a Rede Minas organizou o segundo encontro, desta vez sem a presença de Carlos Viana (Podemos), Mauro Tramonte (Republicanos) e Fuad Noman (PSD). No dia 11, a TV Alterosa transmitiu o terceiro debate e, desta feita, apenas o atual prefeito da capital não compareceu para a troca de propostas e ataques entre os candidatos.


O cenário que antecede o encontro dos concorrentes na sede da Record em BH é o mais quente desde o início da campanha eleitoral. A uma semana do pleito, diferentes pesquisas mostram que a briga está aberta para definir os dois nomes que disputarão o segundo turno na tentativa de governar a capital mineira.


A última pesquisa Datafolha, divulgada em 19 de setembro, mostrou Mauro Tramonte na frente com 28%, confirmando os resultados anteriores. A briga pelo segundo turno, porém, se cristalizou entre Fuad e o deputado estadual Bruno Engler (PL), ambos com 18% de intenção de voto, segundo o levantamento. 


Contratada pela Folha de S. Paulo e pela TV Globo, a pesquisa Datafolha ouviu 910 eleitores belo-horizontinos presencialmente em 17 e 18 de setembro. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo MG-07919/2024 e tem margem de erro de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.


Quatro dias depois, no entanto, pesquisa divulgada pelo Instituto AtlasIntel revirou o contexto da disputa ao mostrar Engler liderando com, 25,2%; Mauro Tramonte na segunda posição com 15,3%; seguido por Gabriel Azevedo (MDB), com 14,4%; Duda Salabert (PDT), com 13,7%; Fuad Noman, com 13,5%; e Rogério Correia (PT), com 10%.


A pesquisa da AtlasIntel ouviu 1.598 eleitores entre 17 a 22 de setembro, com margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos e registrado no TSE com o número MG-06581/2024.