A deputada federal Duda Salabert (PDT), candidata à prefeitura de Belo Horizonte, anunciou que pretende abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar porquê a retirada de minério na Serra do Curral continua mesmo após a Justiça de Minas Gerais ter determinado a suspensão de todas as atividades da Empresa de Mineração Pau Branco (Empabra) na Mina Corumi.

 

O anúncio foi feito junto com a apresentação de uma manifestação do Ministério Público de Minas Gerais que eleva de R$ 50 mil para R$ 100 mil a multa diária pelo descumprimento da suspensão das atividades, assim como a apreensão de todos os caminhões e demais veículos transportadores em operação na Empabra, permanecendo depositados e lacrados no próprio local, dada a ausência de outros locais para custódia.

 



 

"Eu e o Felipe Gomes (candidato a vereador em Belo Horizonte) estamos cansados de toda semana ficar na porta da mineradora Empabra, onde está tendo roubo diário de minério dentro do pátio, e trouxemos com exclusividade e ineditismo essa manifestação do Ministério Público que surgiu a partir de uma cobrança que a gente fez em relação a uma postura mais firme das autoridades sobre esse roubo de minério", explicou Duda Salabert na porta do Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Meio Ambiente, onde foi oficializada mais uma denúncia de mineração ilegal na Serra do Curral.

 

A deputada federal garante que está fazendo seu papel de fiscalização e denúncia, mas não tem poder sobre as polícias. Duda Salabert disse que já acionou e fez a denúncia sobre a continuidade das atividade ilegais de mineração na Serra do Curral para a Guarda Municipal de Belo Horizonte, a Polícia Militar de Minas Gerais e a Polícia Federal, mas nada foi feito. 

 

"Nós ficamos 8 horas na porta da mineradora, correndo o risco de ser alvejados ou atacados pela milícia armada que circula por ali, e a Polícia Militar não mandou nenhuma viatura pata combater o crime que estava acontecendo a céu aberto e também para nos proteger", afirmou a deputada federal.

 

Duda Salabert também disse que conversou com o Superintendente Regional da Polícia Federal do Estado de Minas Gerais, com o Superintendente Nacional da Polícia Federal e com o Ministro da Justiça, mas nada aconteceu: "Porque será que a Polícia do estado de Minas Gerais, a Guarda Municipal e a Polícia Federal não vão lá para combater esse crime que está acontecendo agora? Denunciamos no domingo da semana passada, denunciamos na quinta-feira de novo, eles vão esperar uma deputada ser assassinada na porta de uma mineradora "?

 

Para Duda Salabert, o Judiciário já fez sua parte ao proferir uma decisão que proíbe qualquer movimentação de máquinas e a retirada de minério na Empabra. O que falta é o Executivo fazer a sua parte, já que tem poder sobre a atuação da Polícia "A gente desconfia que a questão não é da Polícia em si, mas de forças superiores a ela, que não tem colocado a energia necessária para que tenha fiscalização"


Duda Salabert e Felipe Gomes apresentam manifestação do Ministério Público de Minas Gerais majorando multa para mineração na Serra do Curral

Cadu Passos/Divulgação

 

Mesmo com CPI, Duda Salabert não perde de vista a prefeitura de BH

 

Mesmo apresentando  a intenção de abrir a CPI, Duda Dalabert não perde de vista a campanha para a prefeitura de Belo Horizonte. Ela afirmou que vai sair vitoriosa e, antes de assumir o cargo, terá dois meses como deputada federal, tempo que será usado para buscar assinaturas para a criação da CPI para investigar o que estaria impedindo a atuação do Estado para impedir a mineração na Serra do Curral.

 

"Se eu for prefeita dessa cidade, se necessário for eu monto um gabinete na porta da mineradora e vou despachar de lá, e ver se essa mineradora que me ameaça com arma vai ter coragem de passar trator e caminhão por cima da prefeita eleita. Vamos ficar eu e a Guarda Municipal na porta, porque a mina só tem uma entrada", disse Duda Salabert.

 

A candidata ainda provocou o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, ao afirmar que falta vergonha na cara e respeito à Serra do Curral, já que ele não determinou à Guarda Municipal que fosse colocada uma viatura na porta da mineradora: "É uma vergonha uma decisão judicial não estar sendo cumprida e o Poder Executivo ignorar isso a 4 quilômetros da Afonso Pena 1.212 (endereço da prefeitura de Belo Horizonte). Estão roubando R$ 3 milhões por dia a céu aberto e o prefeito ignora isso".

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