A deputada federal Duda Salabert (PDT), candidata à Prefeitura de Belo Horizonte, disse que o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos), também candidato, tem uma proposta para a saúde pública muito “rasteira” e “simplista”. “Há que se complexificar o debate”, disse a candidata durante uma visita a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Oeste, no Bairro Jardim América, na manhã desta quinta-feira (5/9).

 

O local também foi visitado por Tramonte na terça-feira (3/9) que, em linhas gerais, propôs a contratação de mais médicos e a ampliação de atendimento dos centros de saúde de Belo Horizonte

 

No local, Duda conversou com funcionários da UPA para ouvir as demandas dos profissionais de saúde e segurança pública que trabalham na unidade. A candidata também conversou com alguns pacientes que aguardavam atendimento.

 

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“Nós viemos prestar o nosso respeito, solidariedade aos servidores, que também são vítimas de um processo de desmonte da saúde pública nas últimas gestões, e quando eu falo últimas, no plural, porque nós não vivemos gestões tanto na esfera nacional, estadual, municipal, que colocasse a saúde como protagonista”, disse a candidata durante a visita a UPA Oeste.

 



 

Ao criticar as propostas de Tramonte, Duda ressaltou que respeita a trajetória do parlamentar, mas afirmou que é preciso pensar em políticas mais “modernas”. “Ele tem uma visão muito rasteira da política pública e não consegue pensar uma Belo Horizonte mais moderna, que esteja em sintonia com as principais políticas públicas que acontecem em outras grandes capitais e também no mundo. Ele veio discutir, por exemplo, a questão da UPA, mas debate a saúde de uma visão muito simplista”, disse. 

 

Para Duda, a área da saúde é abrangente e vai além da “simples ausência de doenças”. A candidata propõe, por exemplo, a proteção das áreas verdes e a expansão do sistema de monitoramento da qualidade do ar como maneiras de elevar a qualidade de vida da população.

 

Ela também destacou a necessidade de contratar mais médicos, relacionando a ausência de profissionais à demora nos atendimentos das UPAs. Além disso, defendeu a realização de concursos públicos para a categoria e propôs melhorias nas condições de trabalho para tornar a profissão mais atraente, incluindo a revisão do plano de carreira.

 

“Eu acho que o primeiro ponto é valorizar os profissionais da saúde pagando salários melhores para eles, para que torne atrativo a rede municipal para os médicos, porque hoje em Belo Horizonte 50% das UPAs não têm ortopedista, estão faltando pediatras, ou seja, muitos profissionais preferem trabalhar em Contagem, onde o salário é maior para a pediatra do que em Belo Horizonte, por exemplo”, disse.

 

 

Além do aumento salarial, Duda também propõe melhorias nas infraestruturas das UPAs e a segurança desses espaços. “Estivemos conversando aqui com pacientes que disseram que os banheiros, por exemplo, dessa UPA e de outras também, estão em condições longe de ser ideais, ambiente que acaba sendo propício também para a propagação de doenças”, disse. 


“E um detalhe que acho que é fundamental é a segurança na UPA. A gente conversou com pacientes e servidores que alegam que a violência acaba escalonando no momento de tensão, porque demora para ser atendido, e, ao demorar para ser atendido, as pessoas com ânimos exaltados às vezes acabam agredindo servidores. Ter a guarda municipal nesse espaço é fundamental para garantir a segurança”, completou.

 

Duda também quer um diálogo maior com as prefeituras da Grande BH. Ela quer redesenhar a rede de saúde intermunicipal para melhorar a distribuição de pacientes entre Belo Horizonte e cidades vizinhas. A candidata sugere conversar com prefeitos de outras localidades para evitar sobrecarregar as UPAs de BH e promover um melhor alinhamento no atendimento de saúde entre os municípios.

 

“Muitas das UPAs em Belo Horizonte acabam tendo pacientes de outros municípios que vêm para cá. Então a gente tem que conversar com outros prefeitos e redesenhar essa rede, a fim de não inchar só a rede municipal de BH”, disse.

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