Após denúncias de assédio sexual contra o ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e o denunciado para reuniões separadas no Planalto. Segundo testemunhas, o encontro com Anielle, que aconteceu nessa sexta-feira (6/9), contou apenas com mulheres, além do chefe do Executivo.

 

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Ao blog da jornalista Andréia Sadi, do G1, as participantes Geisi Hoffmann, presidente do PT e deputada federal, Ester Dweck, ministra de Gestão e Inovação, e Cida Gonçalves, ministra das Mulheres, relataram que o clima da reunião foi de tristeza, atenção e solidariedade e que o presidente teria ouvido Anielle com "respeito e afeto".

 



 

Apesar de Silvio Almeida dizer que pediu para ser dispensado do cargo, o presidente já havia decidido demitir o ministro e, segundo as participantes, em momento algum considerou mantê-lo no governo. Na manhã de sexta, Lula já havia afirmado que não achava possível que Silvio continuasse no governo.

  

"Vamos ter que apurar corretamente, mas acho que não é possível a continuidade no governo, porque o governo não vai fazer jus ao seu discurso, à defesa das mulheres, à defesa, inclusive, dos direitos humanos, com alguém que esteja sendo acusado de assédio", afirmou à Radio Difusora, de Goiânia (GO).

 

Segundo as testemunhas da reunião, Lula deixou claro que o motivo da demissão eram todas as denúncias vinculadas ao então ministro dos Direitos Humanos e que não precisava do relato de Anielle para confirmar a decisão. Da mesma forma, a ministra da Igualdade Racial preferiu contar o episódio de importunação sexual.

 

Depois da demissão, Rita Cristina de Oliveira foi indicada para assumir o cargo, mas desistiu por "lealdade, respeito e admiração eternos" a Silvio Almeida. Agora, Esther Dweck, presente na reunião, ocupará a cadeira no Ministério dos Direitos Humanos de forma interina.

 

*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata

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