FOLHAPRESS - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), evitou citar o ministro do STF Alexandre de Moraes, mas falou em anistia ao presos pelos ataques golpistas de 8 de janeiro em seu discurso a bolsonaristas na avenida Paulista neste sábado, no ato de 7 de Setembro.

 

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Ele também não mencionou o prefeito Ricardo Nunes (MDB), a quem tem tentado reforçar seu apoio à reeleição nos últimos dias, e voltou a exaltar feitos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "Estamos com Jair Messias Bolsonaro. Sempre estivemos, sempre estaremos", afirmou.

 

 

 



Em seu último discurso em um ato bolsonarista na avenida Paulista, em fevereiro deste ano, Tarcísio fez uma fala rápida, mas carregada de elogios ao ex-presidente. Nunes teve presença discreta e não chegou a discursar, apesar de ter sido citado por Bolsonaro.

 

"Estamos aqui para celebrar hoje o verde e amarelo, o amor ao nosso país, o Estado Democrático de Direito", afirmou na ocasião o governador, que cobrou liberdade de expressão e mencionou o "desafio da segurança jurídica" no país. "Para que a gente tenha previsibilidade, para trazer os investimentos que vão fazer a diferença", disse.

 

 

Tarcísio também afirmou que "não era ninguém" antes de ter sido escolhido por ele como ministro da Infraestrutura e depois candidato em São Paulo. Ele disse que o aliado não era mais só uma pessoa: "Você representa todos eles que descobriram que vale a pena brigar pela família, pela pátria, pela liberdade", declarou daquela vez.

 

Tarcísio tem uma boa relação com Alexandre de Moraes, apesar de o ministro do STF ser o principal alvo do protesto deste sábado. O governador, por exemplo, disse em abril ter ouvido Moraes ao escolher o novo procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa.

 

Ainda em dezembro de 2022, antes de tomar posse, também incomodou bolsonaristas ao ser fotografado aos risos com ele em evento do STJ (Superior Tribunal de Justiça) em Brasília. Na semana passada, porém, Tarcísio criticou Moraes por censurar a entrevista da Folha de S. Paulo com Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro.

 

 

A última vez que o governador discursou no 7 de Setembro foi em 2022, um mês antes do pleito que o elegeu governador e cinco meses depois de deixar o cargo de ministro de Bolsonaro. O ex-presidente não foi à Paulista naquele ano, mas, concorrendo à reeleição, fez grandes atos políticos em Brasília e no Rio.

 

Na ocasião, o governador subiu no caminhão de som do movimento Nas Ruas e, em tom patriótico, defendeu a gestão do ex-presidente e elogiou os bandeirantes, colonizadores responsáveis por incursões no território paulista.

 

Ele disse então que o Brasil era "o único país do mundo que estava gerando emprego", "que estava conseguindo combater a inflação". "Um país que teve condução firme e forte do presidente comprometido com seu povo, que trouxe de volta o verde e amarelo, os valores da família", declarou na época.

 

Já no ano passado, primeiro evento sob o governo Lula (PT), ele não discursou nem teve participação no desfile militar ocorrido no Sambódromo do Anhembi. Apenas assistiu da arquibancada, depois de subir num blindado do Exército e fazer a tradicional revista das tropas de forma reservada ao lado de Nunes.

 

Naquele ano, bolsonaristas se dividiram quanto à estratégia a adotar. Parte deles sugeriu esvaziar o evento, enquanto outros pediram que manifestantes fossem de preto em sinal de protesto. No fim, o público foi pouco politizado. Estavam ali por familiares militares, por respeito à data ou para ver o desfile.

 

Pesquisa Datafolha feita nesta semana mostrou que Pablo Marçal mantém a liderança entre os eleitores de Tarcísio, apesar do apoio formal do governador a Nunes. Marçal passou de 41% para 45% nesse segmento na última semana, enquanto o prefeito variou de 28% para 30%.

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