SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), dividiu palanque neste sábado, 7 de Setembro, com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na avenida Paulista durante o protesto para pedir o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
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Discreto, o prefeito subiu ao caminhão de som sem ser anunciado. Ali, cantou o Hino Nacional e não fez discursos, motivo pelo qual afirmou não ter sido anunciado.
Segundo Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o nome de Nunes não foi divulgado porque poderia se voltar contra eles, na forma de acusações de respeito à lei eleitoral. "Mas tá todo mundo vendo ele aqui", disse o parlamentar.
Nunes, porém, estava no meio do veículo, de onde dificilmente era visto pelo público no chão.
Na tentativa de se reeleger, Ricardo Nunes disputa o voto bolsonarista com o influenciador Pablo Marçal (PRTB), em cenário no qual o próprio Bolsonaro dá sinais de manter um pé em cada canoa. Durante o protesto, Nunes disse à Folha que os eleitores vão descobrir as mentiras de Marçal e suas propostas inviáveis para a cidade.
Bolsonaro chegou a dizer que seria "muito cedo" para entrar massivamente na campanha de Nunes, na quinta (5/9), durante viagem a Minas Gerais, ignorando o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que defende a atuação na eleição do prefeito e que tem agenda intensa de campanha.
Mesmo tendo oficializado um vice indicado pelo ex-presidente, o coronel da reserva da PM Ricardo Mello Araújo (PL), o prefeito de São Paulo é visto por parte importante do bolsonarismo como alguém que não defende os valores da direita, discurso ecoado por Marçal. Mello Araújo também esteve no ato na Paulista.
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O ex-presidente chegou a gravar um vídeo chamando seus apoiadores para um ato na Avenida Paulista, e deu um aparente recado a Nunes. No vídeo, postado na semana passada, ele afirmou que "qualquer candidato a prefeito" de São Paulo poderia comparecer. A candidata Marina Helena (Novo) compareceu ao protesto.
Bolsonaro e seus filhos chegaram a abrir fogo contra o autodenominado ex-coach, mas recuaram diante da reação negativa do seu público.
Na sexta-feira (6/9), Nunes afirmou que o ato na Paulista era "em defesa do Estado democrático de Direito", ignorando que a convocação tem como mote o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
"Minha vida inteira eu defendi a democracia. Eu vou estar lá dentro desse contexto", disse na sabatina realizada pela Folha e pelo UOL.