BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) deve conversar no começo desta semana com a deputada estadual de Minas Gerais Macaé Evaristo (PT), cotada para assumir o Ministério dos Direitos Humanos.

 

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Evaristo é apontada como favorita para substituição de Silvio Almeida, demitido por Lula na sexta-feira (6), um dia depois da publicação de reportagem do portal "Metrópoles" que apontou que uma das supostas vítimas de assédio sexual seria a titular da Igualdade Racial, Anielle Franco.

 

Aliados do presidente ressaltam, porém, que ela teria a pretensão de disputar a eleição em 2026. Sua intenção de concorrer a uma cadeira do Legislativo federal é encarada por interlocutores de Lula como um obstáculo a ser demovido, já que, nesse caso, ela não poderia ficar até o final do mandato.

 



 

Outro nome citado é o da ex-ministra Nilma Lino Gomes. Militantes do movimento negros, as duas se encaixam no perfil delimitado para a vaga. Aliados do presidente defendem uma mulher negra para o cargo. A escolha de uma delas também contemplaria a esquerda de Minas Gerais, que se queixa de sub-representação na Esplanada.

 

 

As duas são apontadas como referências também na área de Educação. Primeira reitora negra de uma universidade federal (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira), Nilma foi ministra no governo Dilma Rousseff (PT) de Igualdade Racial.

 

 

Macaé é professora desde os 19 anos, segundo sua biografia na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Em 2022, foi eleita como deputada estadual. Ela foi secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação (MEC), em 2013 e 2014.

 

 

O episódio de Almeida, acusado de assédio sexual contra a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, virou munição para a direita, e o caso tem gerado divergências dentro do campo político da esquerda.

 

Bolsonaristas usam o episódio que culminou na demissão do ministro para criticar os adversários, inclusive o presidente Lula (PT), que soube do episódio pelo menos sete dias antes de as acusações serem tornadas públicas, como mostrou a Folha.

 

Dentro da própria esquerda, apesar de uma majoritária solidariedade a Anielle, houve nomes que defenderam Almeida.

 

Após a divulgação das acusações, uma série de nomes da direita foi às redes sociais para criticar o ex-ministro, o governo Lula e a esquerda.

 

A área dos direitos humanos era, no início do mandato petista, uma das principais apostas governistas, diante da má imagem, inclusive internacional, que o governo Jair Bolsonaro (PL) tinha nesse setor -o ex-mandatário tem histórico de declarações preconceituosas contra minorias.

 

Bolsonaro chamou o ex-auxiliar de Lula de "taradão da Esplanada" horas depois de o caso ser divulgado na quinta (5). Ele e seu filho senador, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), compartilharam nas redes a manchete da notícia das acusações de assédio.

 

O governo passada também teve denúncias de assédio contra um importante membro: Pedro Guimarães, então presidente da Caixa Econômica Federal. Próximo a Bolsonaro, ele foi acusado por no mínimo cinco funcionárias do banco de assédio sexual.

 

Guimarães acabou demitido após intensa pressão, e Bolsonaro nomeou Daniella Marques para Caixa Econômica Federal.

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