O atual prefeito e candidato à reeleição em São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), teceu várias críticas a Pablo Marçal (PRTB), segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto. Durante a participação no ‘Roda viva’, da TV Cultura, Nunes tentou se aproximar da ideologia dos eleitores bolsonaristas, ao mesmo tempo em que trouxe discurso conciliador. 


A sabatina começou com a pergunta da relação com Marçal, especialmente após o episódio do último sábado (7/9), em que o candidato do PRTB participou de um ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Eu cheguei lá na manifestação junto com o Coronel Melo, meu vice, com o presidente Bolsonaro e o governador Tarcísio, e participei do evento com muito respeito. Lembrando que ali a gente tinha o protagonismo do presidente Bolsonaro. O Pablo Marçal chegou no final quando [o ato] já havia encerrado e foi lá fazer foto e fazer selfie,  então acabou não respeitando a liderança, o protagonismo do presidente Bolsonaro”, apontou Nunes. 

 

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Questionado se o prefeito tem uma ligação tímida com o bolsonarismo, ele fez questão de dizer que tem grande identificação com os ideais defendidos por essa parte do eleitorado. “Com relação à questão de vestir figurino ou não vestir figurino,  que eu sempre defendi inclusive, tem vários repórteres aqui que me acompanharam muito tempo na minha vida empresarial e na minha vida política. Fui vereador durante 8 anos. (...) Aquelas palavras que são mestres Deus, família e liberdade têm tudo a ver com aquilo que eu sempre defendi de forma muito clara. (...) Sempre teve uma relação entre aquilo que o presidente Bolsonaro sempre defendeu e o que eu eu defendo”, garantiu. 

 

Disputa com Marçal

 

Atualmente, Nunes e Marçal disputam a mesma fatia do eleitorado, sendo que, segundo pesquisas, a maior parte dos bolsonaristas declara voto no coach. Questionado do porque ocorre esse fenômeno, o prefeito disse que o rival mente para os eleitores. “É inegável que ele tem uma grande força nas redes sociais e tem uma capacidade de mentir impressionante”, acusou. 


Segundo Nunes, Marçal divulgou relatos de encontros entre o atual prefeito e o presidente Lula (PT) e o candidato à prefeitura Guilherme Boulos (PSOL), entre outras inverdades, “ Ele fala que eu sou a favor do aborto, a favor da liberação de droga, que eu sou comunista e essas coisas. Ele vai colocando de uma forma contínua, uma irresponsabilidade, uma falta de respeito enorme e vai criando  uma concepção absolutamente errada. (...) As pessoas acabam sendo enganadas”, disse.

 


Chamando Marçal de oportunista, Nunes tentou se aproximar de uma postura conciliadora, se aproximando da postura adotada por seu antecessor, Bruno Covas (1980-2021). “Eu sou um defensor da democracia. A minha linha é muito próxima da do Bruno. Eu sou uma pessoa de centro, não sou de extrema direita nem de extrema esquerda. Tanto que, quando o Bruno foi internado, o PT soltou uma nota desejando melhoras ao Bruno e sorte para mim. Tenho ótima relação com o PT, Podemos, DEM, Republicanos”, afirmou.


“Apesar de eu discordar veementemente do posicionamento deles [vereadores do PSOL], eu recebo eles (sic), participam das minhas inaugurações. A gente precisa dar esse exemplo da boa política. Eu recebo, eu converso, eu dialogo, eles me respeitam e a gente tem as questões ideológicas que a gente diverge. Nós não somos inimigos, nós somos concorrentes”, defendeu. 

 

‘Sem radicalismo’

 

Em outro momento, Nunes garantiu que não vai interferir na agenda de eventos culturais, como a Virada, em que parte dos artistas que se apresentam dizem apoiar pautas da esquerda. “Eu governo e vou continuar governando para todos. Quando a gente ganha uma eleição, você governa para todo mundo. É assim que eu sou e assim que eu vou continuar sendo”, apontou.

 


Em meio a promessas de ser “o prefeito que mais cumpriu o plano de metas” da capital de São Paulo, Nunes teceu críticas a Boulos, atual líder das pesquisas de intenção de votos. “ Quando você tem alguém que tem um pensamento de centro, de centro-direita, e você faz um bom governo –  que é o meu caso (...) – você pode fazer uma comparação. A gente governa para todo mundo, atendendo a periferia, atendendo todas as culturas. O importante é fazer uma boa gestão para ter uma boa avaliação e poder demonstrar que não é o radicalismo, não é a extrema esquerda que vai poder fazer um bom governo”, começou. 


Em seguida, ele disse estar concorrendo com “Boulos, que invade propriedades”. Depois, voltou o foco para Marçal. “Nós temos um personagem que não respeita ninguém, que cria um monte de mentiras. É uma capacidade de inventar mentiras absurdas. (..) Nós estamos falando de um personagem que foi preso, condenado e que foi parte de um dos maiores esquemas, uma das maiores quadrilhas de roubar a conta das pessoas aposentadas. Tem o áudio dele que prova claramente que ele integrava a cúpula da organização criminosa, invadindo conta das pessoas aposentadas dos mais pobres para tirar o dinheiro que muito possivelmente faltou o recurso para a pessoa levar comida para sua casa. Esse é o Pablo Marçal”, acusou. 

 

 

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