José Luiz Datena, apresentador de TV e candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSDB, está prevendo a derrota nas eleições municipais. Em sabatina da Folha/UOL, na manhã desta sexta-feira (13/9), o candidato chegou a chorar jogando a toalha, apesar de afirmar que ainda não perdeu as esperanças.


 

“Eu realmente tenho esperança. Eu reforcei nessas eleições que eu tentei ajudar as pessoas a votar em mim (sic). Eu até agora não consegui, p***a, o que eu posso fazer?”, afirmou o candidato, com lágrimas nos olhos. 


 

“E outra coisa que eu encerro bem é, tendo o maior respeito por vocês, jovens de imprensa, eu já sou um velho jornalista e reconheço a ética e capacidade da maioria de vocês. Muito obrigado” disse, enquanto retirava os fones de ouvido e levantava da cadeira, chorando, antes de que os jornalistas e entrevistadores Fabíola Cidral, Raquel Landim e Fábio Haddad pudessem se despedir completamente. Datena não voltou mais à transmissão.

 

O pessimismo é resultado das pesquisas eleitorais. Datena afirmou confiar nelas e, por isso, ficou bastante “baqueado” com os resultados da última pesquisa do Datafolha. Segundo o levantamento, as intenções de voto ao candidato do PSDB caíram de 7% para 6% em uma semana. Ele chegou a registrar 14% das intenções de voto no início da corrida eleitoral.

 

 

“A gente fica muito baqueado quando vê um resultado de pesquisa. Primeiro porque essa é a maior prova que eu confio em pesquisa. Porque, na realidade, eu fiquei chateado pra caramba. Mas o que eu gostaria de ter sido, eu infelizmente vou morrer sem cumprir meu sonho. É uma pena, né?”, lamentou, relembrando que já “fez tudo o que devia fazer na comunicação”, mas não está conseguindo cumprir o sonho de “servir o povo”. 

 

Ele ainda afirmou que, caso não seja eleito, é o fim de sua vida política. “Acabou, pra mim acabou. Se eu não for eleito prefeito de São Paulo, pra mim acabou a política. Foi uma boa experiência, espero que seja, espero ser eleito ainda. Tenho esperança em ir pro segundo turno, tenho sim”, afirmou.


Segundo ele, um arrependimento é ter se candidatado pela primeira vez a um cargo político que precise de votos majoritários, e que seria melhor ter se candidatado como senador. “Como senador teria sido melhor porque eu teria mais tempo de me aperfeiçoar politicamente, aprender melhor politicamente. (...) Da mesma forma, no Senado, você poderia ajudar muita gente”, afirmou Datena.

 

 

Porém, para ele, a experiência de campanha política foi e está sendo proveitosa. “Foi muito legal aprender a lidar com o público, estar com o público, conversar com o público. Isso foi bacana pra caramba, juro por Deus. Foi a melhor coisa que eu conheci na minha vida, foi estar no meio do povão. Eu saio de casa do trabalho e do trabalho, eu volto pra casa, eu não vou em lugar nenhum. E de repente, quando eu vou em lugares populares, o povo vem pra cima de mim e chora. Eu sei que isso é uma alegria ou uma tristeza, mas chora, diz que vê meu programa e tal. Isso foi excepcional”, comemorou. 


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Datena acredita que, graças à sua profissão de repórter, pôde conhecer as pessoas de fato: “Eu vi um cara deitado ali na marginal com aquele cobertorzinho sem vergonha que a prefeitura dá. Conversei com ele e posso falar, percebi um cara articulado, descobri a vida dele aos poucos, com o repórter que ainda sou”, afirmou. 


“Senti de perto, senti de perto a dureza que as pessoas enfrentam na rua. A dor do povo é muito pior do que eu imaginava”, finalizou o candidato.

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