SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) recebeu alta do Hospital Sírio-Libanês após ser agredido no debate da TV Cultura neste domingo (15/9) e disse que irá pedir o indeferimento da candidatura de José Luiz Datena (PSDB), que lhe deu uma cadeirada.

 

A equipe de Marçal afirmou que ele irá ao IML (Instituto Médico Legal) em seguida. O instituto realiza exames de corpo de delito. Após a alta, o candidato do PRTB ironizou o adversário do PSDB. "Foi só um esbarrão, né, Datena", disse. "Estou com o sexto arco costal com uma leve fissura".

 

Em nota, o hospital afirmou que Marçal teve traumatismo na região do tórax à direita e no punho direito, "sem maiores complicações associadas".

 



 

Ao sair do local, com o braço direito em uma tipoia e uma tala no dedo, o candidato do PRTB atacou a imprensa e os demais candidatos que, segundo ele, não o apoiaram.

 

"Aos brasileiros que comemoraram [a agressão] e disseram que eu mereci, realmente, têm merecido os governantes que a gente tem", disse. "Quero dar os parabéns para a maior parte da imprensa que está passando pano. O descontrole emocional foi dele, ele já começou o debate dizendo que tinha vontade de me bater", continuou.

 

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No início da tarde, ele voltou a criticar os adversários e afirmou que, "se fosse alguém pobre, negro e de periferia que tivesse dado a cadeirada, certamente estaria preso. O mesmo aconteceria se tivesse sido eu."

 

"Não recebi solidariedade de nenhum dos candidatos, que ao contrário, enquanto eu era socorrido, continuaram com ofensas contra mim na minha ausência e me acusaram até de ter fugido do debate. Já levei muita pancada nessa vida e não vai ser uma cadeirada que vai me impedir de lutar pelo povo que também apanha todos os dias desses canalhas", declarou.

 

Do hospital, Marçal seguiu para o Instituto Médico Legal (IML) para fazer o exame de corpo de delito. Durante sua estadia no Sírio-Libanês, ele apareceu em vídeo postado em suas redes sociais usando uma pulseira verde. A cor do acessório indica que seu caso foi considerado de baixo risco.

 

O verde é usado para identificar paciente com baixo risco de morte e pouca urgência de atendimento, segundo o protocolo de Manchester. O critério é universal e usado para indicar a classificação de risco em atendimentos de urgência.

 

 

Marçal passou a noite com, segundo assessores, dores na região torácica, dificuldade para respirar e lesão nos dedos atingidos pela cadeirada. O hospital, por sua vez, disse que ele teve trauma no tórax e no punho "sem maiores complicações".

 

Em nota divulgada na manhã desta segunda-feira (16), Datena descartou a possibilidade de desistir da corrida pela prefeitura de São Paulo (SP). Ele afirmou que, até o domingo, não defendia o uso da violência como forma de resolver conflitos, mas que, diante da postura de Marçal, não sente remorso pela agressão.

 

"Errei, mas de forma alguma me arrependo", declarou. "Preferia, sinceramente, que o episódio não tivesse ocorrido. Mas, fossem as mesmas as circunstâncias, não deixaria de repetir o gesto, resposta extrema a um histórico de agressões perpetradas a mim e a muitos outros por meu adversário".

 

A agressão ocorreu quando Marçal questionou Datena sobre uma denúncia de assédio sexual feita por uma ex-funcionária da Band.

 

O caso citado por Marçal ocorreu em 2019, quando Bruna Drews, então repórter do programa Brasil Urgente, apresentado por Datena na Band, disse ter sido assediada pelo tucano. A jornalista afirmou, na época, que o apresentador frequentemente fazia comentários sobre seu corpo, em tom sexual.

 

Após a repercussão do caso, ela se retratou e protocolou uma declaração em cartório em que afirma ter mentido. Dias depois, afirmou nas redes ter sido induzida a se retratar.

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