SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seguem divididos entre o influenciador Pablo Marçal (PRTB) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB), mostra nova pesquisa Datafolha. O primeiro tem 41% das intenções de voto entre o grupo, e o segundo, 40%.

 

 

Na rodada anterior da pesquisa, há uma semana, Marçal tinha 42% ante 39% de Nunes. A margem de erro nesse segmento é de cinco pontos percentuais, para mais ou para menos.

 

O Datafolha entrevistou pessoalmente 1.204 moradores da cidade de terça-feira (17) até esta quinta (19), com margem de erro geral de três pontos percentuais. A pesquisa, contratada pela Folha e pela TV Globo, foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número SP-03842/2024. O nível de confiança é de 95%.

 



 

Nunes e Marçal vêm travando uma disputa entre os eleitores da direita conservadora, que identificam no autodenominado ex-coach os seus valores e bandeiras, enquanto desconfiam da lealdade do prefeito em relação a esse campo.

 

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Marçal havia ultrapassado Nunes com folga entre o eleitorado bolsonarista no mês de agosto. Contribuiu para o avanço do influenciador o fato de Bolsonaro, apesar de oficialmente apoiar o prefeito, ter sinalizado também em direção a Marçal, para evitar ataques do próprio público.

 

Entre aqueles que votaram no ex-presidente, o influenciador marcou 29% em 8 de agosto, disparou para 44% em 22 de agosto, seguiu para 48% em 5 de setembro e regrediu a 42% em 12 de setembro. Nunes, por sua vez, desidratou e se recuperou nesse público, marcando respectivamente: 38%, 30%, 31% e 39%.

 

Já entre os que votaram no governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em 2022, Nunes manteve a liderança em relação a Marçal, recuperada na semana passada. O prefeito agora oscilou de 42% para 43%, enquanto seu adversário variou de 36% para 37%, mostra a pesquisa desta quinta.

 

Na outra ponta, Guilherme Boulos (PSOL) segue líder absoluto entre quem declarou ter votado em Lula (PT) -ele tem 48% das intenções de voto neste grupo, mesma porcentagem da semana anterior- e também entre quem optou pelo hoje ministro Fernando Haddad (PT) para governador (53%).

 

 

Alguns fatores podem ter contribuído para que Nunes se recuperasse entre os eleitores de Bolsonaro, como sua participação no ato bolsonarista do 7 de Setembro -enquanto Marçal foi criticado publicamente pelo ex-presidente por ter chegado ao final e se aproveitado do evento.

 

Além disso, Tarcísio de Freitas intensificou sua presença na campanha de Nunes e se tornou o principal cabo eleitoral do prefeito, fazendo a ponte entre ele e Bolsonaro. O prefeito levou o governador para a propaganda na TV, na qual ele reforça que Nunes é conservador e que o voto em Marçal é um risco.

 

Ao mesmo tempo, o prefeito tem feito acenos ao eleitor de Bolsonaro. Em entrevistas recentes a podcasts bolsonaristas, admitiu o impeachment do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, defendeu anistia para os presos do 8 de janeiro e disse se arrepender de ter defendido a obrigatoriedade da vacina e o fechamento do comércio durante a pandemia.

 

Marçal, por outro lado, tem sido alvo de ataques dos adversários, que reagiram ao crescimento do influenciador nas pesquisas no último mês. Boulos, Nunes e Tabata têm explorado a condenação contra o empresário em 2010 por furto qualificado, assim como reportagens que apontaram suspeitas de vínculos de membros de seu partido com a facção criminosa PCC.

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