O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), fez uma série de críticas ao governador Romeu Zema (Novo) neste sábado (21/9) e avaliou que o chefe do Executivo mineiro tem colocado projetos pessoais à frente das prioridades do estado. Em entrevista ao EM Minas, programa da TV Alterosa em parceria com o Estado de Minas e o Portal UAI, o ministro do governo Lula (PT) comentou a possibilidade de Zema disputar a presidência em 2026.

 

“O que eu percebi é que ele ganhou as eleições e não desceu do palanque. Ele já subiu em outro palanque para a eleição nacional. Eu acho que é um direito dele ser candidato, ou vice como ele já se lançou - eu nunca vi candidato ser lançado à vice. Acho que ele deveria cuidar de Minas, como o presidente Lula tem cuidado do Brasil, e em um momento adequado falar em eleição”, disse.

 



Em julho, Zema admitiu que pode concorrer ao Palácio do Planalto nas próximas eleições nacionais, mas destacou que tem conversado com outros governadores para encontrar o melhor candidato. Com Jair Bolsonaro (PL) inelegível até 2030, nomes como do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), e do governador mineiro são cotados para a vaga da direita.

 

Silveira ainda criticou a relação de Zema com Bolsonaro no segundo turno de 2022, quando o mineiro apoiou o ex-presidente e fez ataques pessoais a Lula. Segundo o ministro, Zema quebrou a tradição dos governadores de Minas em se manter isentos e nutrir boas relações com os concorrentes.

 

 

“Os mineiros pagam um preço muito caro por projetos pessoais. Nem terminou as eleições e o atual governador já está falando na campanha nacional. É um direito ter seus projetos pessoais, mas era obrigação dele a partir de reeleito, mesmo tendo tratado o presidente Lula com tanto desrespeito, inclusive quebrando as tradições mineiras, porque os governadores no segundo turno sempre foram muito prudentes no trato e em evitar uma agressões, ter uma boa relação pela governabilidade”, frisou Silveira.

 

‘Minas está aquém do que pode ser’

O ministro de Lula também afirmou que o estado está sendo mal governado, e que falta visão estratégica na gestão Zema. De acordo com Silveira, o governo não aproveita as potencialidades naturais para desenvolver a economia.

 

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“Eu acho que Minas está muito aquém do que pode ser para o Brasil. Eu tenho andado o país e quero fazer uma constatação: Minas Gerais é o estado que menos cresce no ponto de vista das suas potencialidades, e não há como não reconhecer o que diz Guimarães Rosa: 'Minas são várias'. A economia do Norte de Minas, do Jequitinhonha, Mucuri, Centro-Oeste, Triângulo, Sudoeste, Sul, Zona da Mata e Região Metropolitana tem peculiaridades completamente diferentes. Enquanto a gente não tiver uma visão estratégica, independente das colorações partidárias, Minas não vai avançar”, afirmou.

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