De um cenário de indefinição, a corrida pela Prefeitura de Belo Horizonte, pesquisa após pesquisa, vai se desenhando mais nítida à medida que o momento do cidadão ir às urnas se aproxima. Contudo, os partidos que lançaram nomes ao Executivo têm também o olhar voltado para Câmara Municipal e a conquista de uma base sólida no Legislativo também é importante para se fazer presente na administração da capital.

 



 

A duas semanas da votação, as sete maiores legendas com candidatos a prefeito já desembolsaram R$ 13,8 milhões em campanhas para vereador. Levantamento do Estado de Minas mostra como essa verba foi distribuída e quem gastou mais na busca por preencher o maior percentual das 41 cadeiras disponíveis na cidade.

 

De acordo com os dados abertos do Tribunal Superior Eleitoral atualizados até sexta-feira (20/9), os candidatos a vereador pelo Partido Social Democrático (PSD) foram os que declararam, somados, a maior quantidade de dinheiro investido por uma legenda nas campanhas. Os 42 nomes que concorrem a vagas na Câmara já receberam R$ 4.472.599,90.

 

 

Atualmente, o PSD tem dois vereadores, Maninho Félix e Helinho da Farmácia, ambos buscando a reeleição. Em outra frente, a legenda comandada por Gilberto Kassab tenta a recondução também no Executivo com a campanha de Fuad Noman. Na tentativa de se perpetuar no comando, o partido investiu R$ 5 milhões na campanha do prefeito, que também é turbinada com R$ 6,95 milhões do União Brasil, que tem Álvaro Damião como vice da chapa.

 

 

Segundo a mais investir

O segundo partido que mais investiu em campanhas de vereadores é o Partido dos Trabalhadores (PT), com R$ 3.762.051,34 contabilizados até sexta-feira. Os petistas também têm dois nomes na Câmara que tentam a recondução: Bruno Pedralva e Pedro Patrus.

 

A direção petista desembolsou quase o dobro na campanha para a PBH, com R$ 7 milhões destinados à tentativa de eleger o deputado federal Rogério Correia para o Executivo da cidade. O fato curioso é que o parlamentar aparece como doador para 28 das 30 campanhas de candidatos a vereador em Belo Horizonte.

 

 

Na sequência está o Partido Liberal, com R$ 3.597.000,00 empregados nas campanhas para o Legislativo de Belo Horizonte. Claudio do Mundo Novo e Marilda Portela são os dois únicos representantes da legenda na Câmara atualmente e tentam a reeleição. Na corrida pelo Executivo, o partido aposta alto no deputado estadual Bruno Engler, que até aqui teve R$ 14 milhões à disposição de sua equipe para se manter competitivo.

 

O Podemos é o quarto partido que mais gastou em campanhas para vereador, com R$ 1.005.355,20 e empregou R$ 8 milhões na candidatura de Carlos Viana à prefeitura. O Republicanos vem na sequência com R$ 474.403,00 no Legislativo e R$ 7 milhões para Mauro Tramonte no Executivo.

 

 

O Movimento Democrático Brasileiro (MDB) gastou R$ 334 mil com sua chapa de candidatos a vereador e desembolsou R$ 3 milhões na candidatura do presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo, à prefeitura. Com cinco nomes na casa, os emedebistas formam, ao lado do Republicanos, a maior bancada do Legislativo da capital mineira.

 

Entre os partidos que buscam a prefeitura, o que menos investiu em candidaturas para vereador até agora foi o Partido Democrático Trabalhista (PDT), com R$ 242.475,00 empregados nas 42 campanhas somadas. A deputada federal Duda Salabert recebeu R$ 8 milhões na sua empreitada para se eleger prefeita.

 

Distribuição dentro das chapas

Outra questão além do dinheiro empregado é como ele foi distribuído nas numerosas chapas de candidatos. Com exceção do PT, que divide as candidaturas com a federação formada por PCdoB e PV, todas as outras legendas têm 42 concorrentes à Câmara Municipal. Os petistas são 30.

 

Considerando os cinco nomes que mais receberam verba partidária para as campanhas, o PDT é o que mais concentrou dinheiro neste grupo seleto. O top 5 de pedetistas representa 82,68% de toda a verba empregada pelo partido. Do montante total, 62,06% está na candidatura de Bruno Miranda. Atual líder do governo na Câmara Municipal, o vereador tenta a reeleição com R$ 150 mil vindos do partido, o que em números absolutos o deixa bem distante dos nomes de outros partidos que mais receberam recursos nessa disputa.

 

O MDB concentrou 73,65% do dinheiro da chapa nos cinco que mais receberam recursos. A lista conta com Cleiton Xavier, Sérgio Fernando de Pinho Tavares e Loíde Gonçalves, que tentam a reeleição. Ressalta-se que PDT e MDB são líderes em concentração, mas também os partidos que menos investiram em campanhas para o Legislativo.

 

O terceiro partido que mais concentrou dinheiro nos cinco mais bem pagos é o PL, que tem 73,65% dos recursos destinados a este grupo, o que equivale a quase R$ 2,6 milhões. As cinco candidaturas turbinadas incluem os atuais vereadores Marilda Portela e Claudio do Mundo Novo e os apadrinhados de Nikolas Ferreira e Bruno Engler: Pablo Almeida e Vile dos Santos, respectivamente.

 

Podemos e Republicanos investiram cerca de 64% da verba total entre os cinco nomes que mais receberam dinheiro. Com 38,95% e 35,02% de todos os recursos repassados ao grupo de cinco campanhas que mais ganharam verba, PSD e PT são, respectivamente, as legendas que menos concentraram o financiamento partidário dos candidatos a vereador em BH.

 

Doações de pessoas físicas

Embora o fundo partidário seja a origem da maior parte dos recursos de quem tenta uma vaga nas câmaras municipais, há também a possibilidade de financiamento por doações de pessoas físicas ou financiamentos coletivos. A consulta ao sistema de dados abertos do TSE também permite elencar as legendas que mais contam com apoios externos na tentativa de formar uma bancada numerosa no Legislativo.

 

Em Belo Horizonte, faltando duas semanas para a votação, os candidatos que receberam mais doações foram os do PT, com R$ 648.390,07 somados além da verba destinada pela própria legenda. A segunda colocação fica com o Republicanos, cujos concorrentes arrecadaram R$ 444.148,00. A lista segue com o PL, que teve R$ 308.795,22; MDB com R$ 234.932,86; PSD, com R$ 182.560,11; Podemos, com R$ 168.624,96; e PDT, com R$ 32.951,00.

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