O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), descartou o risco de apagões pelo Brasil em 2024. Em entrevista ao EM Minas, programa da TV Alterosa em parceria com o Estado de Minas e Portal Uai, nesse sábado (21/9), ele explica que o planejamento feito pelo ministério garante a segurança hídrica no ano, mas alerta que novas medidas precisam ser pensadas para os próximos anos.
Segundo Silveira, o país passa pela pior seca dos últimos 94 anos, mas medidas como reduzir a vazão de hidrelétricas conseguiu evitar um colapso no sistema. O ministro ainda afirma que o objetivo é equilibrar a distribuição de energia com modicidade tarifária - menor preço para o consumidor.
“Eu quero fazer também uma constatação: graças a eu ter conseguido, em fevereiro deste ano, por meio do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), diminuir a vazão de (Usina Hidrelétrica) Jupiá e Porto Primavera de 4.600 milhões de litros por hora para 3.900 milhões, nós conseguimos ampliar em 11% a capacidade hídrica dos nossos lagos no sudeste, o que nos permitiu chegar até 60 dias atrás com a bandeira verde e nos permitiu chegar podendo fazer essa afirmativa de que não haverá crise hídrica”, explicou.
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Contudo, o titular da pasta no governo Lula (PT) reconheceu a crise climática e disse que o momento é de planejar os próximos anos e evitar o uso exagerado de usinas térmicas. Questionado sobre o horário de verão, ele criticou o fim da medida no governo de Jair Bolsonaro (PL), e disse que a volta da medida é uma “possibilidade real”.
“O horário de verão é uma possibilidade real, nós estamos trabalhando nesse sentido. Eu estou dialogando firmemente com todas as áreas do governo, porque o horário de verão é transversal, tem um impacto energético, mas tem também um impacto na economia, em alguns setores muito positivo, outros nem tanto. A opinião pública se divide muito, mas nós temos que levar em consideração”, emendou Alexandre Silveira.
Conta de luz
O ministro também afirmou que conseguiu reduzir a conta de luz em 10% pagando uma conta de R$ 10 bilhões deixada pelo governo Bolsonaro. Segundo Silveira, ao acabar com o horário de verão, o antigo mandatário teve que usar recursos de uma conta especial para momentos de escassez hídrica.
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“Aquilo diminuiu a conta da escassez hídrica e o ministro Paulo Guedes teve que ir até o mercado financeiro e contrair uma dívida de R$10 bilhões em nome do consumidor brasileiro a juros altíssimos, o que fez a conta de luz aumentar em mais de 20%. O que nós fizemos esse ano foi exatamente pagar essa conta de escassez hídrica e reduzir a conta de energia em 10%. Nós sabemos que a energia é cara para o consumidor residencial, que recebe a conta da distribuição em casa”, explicou.