A cada quatro anos, a Feira Hippie torna-se palco para campanhas políticas quando se avizinha a eleição municipal. A tradicional ocupação dominical da Avenida Afonso Pena, no Centro de Belo Horizonte, por centenas de barraca, artistas e vendedores é o espaço escolhido por candidatos à prefeitura e à Câmara Municipal de diferentes espectros políticos para o corpo-a-corpo com eleitores e, no último domingo (22/9), os candidatos a vereador João Fernandes (Novo) e Iza Lourença (Psol) se envolveram em uma confusão com direito a troca de acusações de assédio e assalto.

 


O encontro das duas campanhas na feira gerou atritos que renderam repercussão nas redes sociais. No próprio domingo, após o ocorrido, Fernandes gravou um vídeo em que acusa a equipe de Lourença de ter assaltado um microfone de lapela utilizado pelo candidato para gravar vídeos no local. 




 

Fernandes alega que eles se valeram do código eleitoral que impede que candidatos sejam presos durante período de campanha para cometer o suposto crime, ainda que a lei não se aplique a prisão em flagrante e não se estenda às equipes, valendo apenas para os concorrentes. À reportagem, o candidato do Partido Novo afirmou que não fez um boletim de ocorrência no dia pois tinha compromisso de campanha em outra região da campanha, mas fez o registro posteriormente.



Iza Lourença, que tenta a recondução à Câmara Municipal, gravou um vídeo de resposta em que acusa Fernandes de assédio. Ela cita que o candidato tem um histórico de perseguição a parlamentares de esquerda e frequentemente a intimidava dentro da casa legislativa da capital.



Em contato com a reportagem, a parlamentar afirmou que registrará a ocorrência por "assédio perseguição e calúnia" contra Fernandes na tarde desta terça-feira (24/9). "Eu, como uma jovem negra, me senti muito desrespeitada por um menino branco e rico falar que roubei ele. É um estigma que enfrentamos independente do cargo que ocupamos na sociedade", afirmou Iza.


João Fernandes tem 23 anos e ganhou notoriedade pela atividade que ele mesmo descreve como “influenciador político”. Alinhado ideologicamente ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o candidato tem parte de seu conteúdo feito a partir de vídeos em que ele se grava questionando e confrontando políticos e militantes da esquerda. 


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Fernandes e outros influenciadores da extrema direita mineira têm um histórico de gravações em prédios públicos do estado. Em fevereiro, o atual candidato pelo Novo era um dos envolvidos em uma confusão nos corredores da Assembleia Legislativa (ALMG) durante audiência pública em que ele protestava contra a obrigatoriedade da vacinação infantil.


 

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