O terceiro bloco do debate entre os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte, realizado neste sábado (28/9) na TV Record, foi marcado por críticas aos padrinhos políticos de Mauro Tramonte (Republicanos) e ao prefeito Fuad Noman (PSD), além de abordar temas como mobilidade, escolas cívico-militares, lixo e fome.
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Dos sete candidatos com representação no Congresso Nacional, seis estiveram presentes nos estúdios da TV; apenas o prefeito estava ausente.
A primeira pergunta foi feita por Duda Salabert (PDT), que escolheu Gabriel (MDB) para discutir a gestão do prefeito Fuad Noman. A deputada federal pediu um diagnóstico da cidade, que o vereador avaliou como “péssimo”.
“Você é uma política de esquerda. Eu não sou. Sou fascinado pela resolução de problemas. Belo Horizonte conhece. Está caro morar em BH. Estão se mudando para a Região Metropolitana. O prefeito nunca participou de um debate e usou a Prefeitura como desculpa para não estar nos últimos embates”, afirmou o chefe da Câmara Municipal.
Os dois trocaram farpas sobre um projeto de distribuição de absorventes. Duda alegou que Gabriel, como presidente da Câmara, não deu andamento ao texto. Por sua vez, o vereador afirmou que a proposta era inconstitucional.
Em seguida, Gabriel questionou Bruno Engler (PL), afirmando que ambos são os mais jovens na corrida eleitoral. O embate foi pautado pela mobilidade urbana, pela lagoa da Pampulha e pelo trabalho do deputado estadual na ALMG. “Vou fazer o que Kalil não teve coragem: abrir a caixa-preta da BH Trans”, disse Engler.
Gabriel ainda acusou Engler de não fiscalizar os contratos de ônibus metropolitanos. Em resposta, o deputado afirmou se orgulhar de sua trajetória na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
A terceira pergunta foi feita por Engler, que escolheu Mauro Tramonte (Republicanos) para questionar sobre escolas cívico-militares. O bolsonarista relembrou que o governador Romeu Zema (Novo), apoiador de Tramonte, é um defensor da pauta. “Eu não quero implementar. Não vou. Preciso cuidar dos professores. O prefeito trocou cinco secretários da Educação”, disse o apresentador de TV.
“Você fala em melhorar, mas não apresenta propostas. O modelo da escola cívico-militar é aplicável para alunos de 5 e 6 anos. É um modelo que cabe no nosso orçamento”, afirmou Engler.
Em seguida, Tramonte questionou o senador Carlos Viana (Podemos) sobre o lixo na capital. Segundo ele, “BH está fedendo, está cheirando mal”. Viana respondeu criticando Alexandre Kalil, padrinho do apresentador de TV. “Você não promete nada e vai fazer igual ao Kalil, não vai cumprir nada.” Depois, o senador defendeu o reforço das cooperativas de catadores. “Eles também ajudarão a resolver a questão dos moradores de rua, que é um grande problema em BH.”
Tramonte continuou apresentando propostas e disse que pretende usar motos para melhorar o recolhimento de lixo. “Eu não sou advogado do Kalil; toda hora vocês falam dele. Não estou aqui para defendê-lo”, concluiu.
Viana ainda citou Adolf Hitler, afirmando que “tinha um discurso agradável e levou seu povo à destruição”, fazendo uma comparação com Tramonte. O senador depois questionou Rogério Correia (PT) sobre a fome. O petista elogiou as propostas de Viana e continuou defendendo a “Bolsa BH”, programa que ele elaborou. “Eu tenho gostado da sua nova postura, de não ficar grudado na extrema direita. Amanhã eles estarão discutindo o impeachment de Alexandre de Moraes. Não querem discutir BH”, afirmou. Em resposta, Viana disse que o futuro prefeito não pode “permitir a fome”.
A última pergunta foi feita por Rogério Correia (PT), que resolveu fazer uma “dobradinha” com Duda Salabert para falar sobre saúde. Os dois criticaram as filas das UPAs, a falta de médicos e insumos. “Temos muito em comum”, afirmou o petista.
Para além, os dois também voltaram a criticar as escolas cívico militares em BH. "Isso é pauta ideológica."
Debate
A Record organiza o quarto debate entre os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte com transmissão na TV aberta. O primeiro aconteceu em 8 de agosto, antes mesmo do início oficial da campanha. Na ocasião, todos os sete principais candidatos participaram do programa.
Em 3 de setembro a Rede Minas organizou o segundo encontro, desta vez sem a presença de Carlos Viana (Podemos), Mauro Tramonte (Republicanos) e Fuad Noman (PSD). No dia 11, a TV Alterosa transmitiu o terceiro debate e, desta feita, apenas o atual prefeito da capital não compareceu para a troca de propostas e ataques entre os candidatos.
O cenário que antecede o encontro dos concorrentes na sede da Record em BH é o mais quente desde o início da campanha eleitoral. A uma semana do pleito, diferentes pesquisas mostram que a briga está aberta para definir os dois nomes que disputarão o segundo turno na tentativa de governar a capital mineira.
A última pesquisa Datafolha, divulgada em 19 de setembro, mostrou Mauro Tramonte na frente com 28%, confirmando os resultados anteriores. A briga pelo segundo turno, porém, se cristalizou entre Fuad e o deputado estadual Bruno Engler (PL), ambos com 18% de intenção de voto, segundo o levantamento.
Contratada pela Folha de S. Paulo e pela TV Globo, a pesquisa Datafolha ouviu 910 eleitores belo-horizontinos presencialmente em 17 e 18 de setembro. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo MG-07919/2024 e tem margem de erro de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Quatro dias depois, no entanto, pesquisa divulgada pelo Instituto AtlasIntel revirou o contexto da disputa ao mostrar Engler liderando com, 25,2%; Mauro Tramonte na segunda posição com 15,3%; seguido por Gabriel Azevedo (MDB), com 14,4%; Duda Salabert (PDT), com 13,7%; Fuad Noman, com 13,5%; e Rogério Correia (PT), com 10%.
A pesquisa da AtlasIntel ouviu 1.598 eleitores entre 17 a 22 de setembro, com margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos e registrado no TSE com o número MG-06581/2024.