A Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, foi palco de uma manifestação a favor do impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Em discurso, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) destacou que o Brasil vive uma “democracia de prostituta”, afirmando também que Moraes é um “psicopata” e que, "se Deus quiser", a direita voltará ao poder em 2027.
O ato reuniu diversos manifestantes de direita, que expressaram suas críticas a Moraes, ao presidente Lula (PT) e ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD). Nikolas criticou a atuação de Pacheco, chamando-o de “covarde” por não votar a favor do impeachment. Segundo ele, essa falta de posicionamento permite que o senador ande em paz pelas ruas de Belo Horizonte: “É o covarde do Pacheco que, na sua terra, consegue andar em paz aqui nas ruas de Belo Horizonte”.
O deputado fez uma ironia ao afirmar que “preferia a Dilma” no poder do Senado, pois “pelo menos ela iria fazer a gente rir”. Em sua visão, os mineiros se tornaram complacentes: “Infelizmente, ao longo do tempo, nós mineiros ficamos muito confortáveis esquecendo de lutar, deixando de lado a nossa coragem por conta de picaretas que foram eleitos a nossas custas por conta de um voto do menos pior”.
Nikolas ressaltou a importância da mobilização da direita: “A gente entende a necessidade da gente ser visto manifestando. Eu tenho que dizer a você, muita gente, principalmente por conta das eleições, ficou desanimada... quando você não vem pra rua, você está fazendo exatamente o que o Lula quer que você faça.”
Ele enfatizou que a luta pela mudança depende da mobilização dos eleitores de candidatos de direita, contra a atuação de Moraes. “Quantos homens serão necessários para que a direita retorne ao poder novamente? Eu não sei, mas uma coisa eu posso ter certeza, depende de vocês. Depende da tua luta, depende da tua força, porque não é somente uma pessoa que consegue guiar esse país”, disse.
“O medo paralisa. O medo não pode permanecer nos corações. E aqui dá uma demonstração que Belo Horizonte e os mineiros não têm medo de enfrentar ditadura, não têm medo de enfrentar tirania, mesmo que isso nos custe e muito”, afirmou o deputado federal.
Além disso, o deputado criticou a situação atual da democracia, nomeando-a como "democracia de prostituta": “Vocês já viram algum deputado de esquerda perder e ser cassado o seu mandato? Que democracia é essa? A democracia que nós estamos vivendo é uma democracia de prostituta, que é comprada, que tem preço. Nós não queremos uma democracia de preço, não. Nós queremos uma democracia de valor”, afirmou aos manifestantes.
Ainda, em meio a gritos de "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão", o deputado federal afirmou que, se forem prendê-lo por chamar o presidente da República de ladrão, teriam que prender metade do país.
Nikolas finalizou sua fala reafirmando a esperança da reeleição da extrema-direita nas próximas eleições presidenciais: “O presente é deles, mas o futuro é nosso. Força, Belo Horizonte! A gente vai vencer!”.
Outros discursos
Também na manifestação, em cima de trio elétrico, o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) afirmou que o presidente Lula deveria estar preso, mas está em comando do país. Se direcionando a Moraes, ele disse que "não irá desistir" do impeachment. "Quem que ter medo é eles, eu não tenho medo de nada não", afirmou.
Ele também dirigiu a palavra ao presidente do Senado, sugerindo votação popular pelo impeachment do ministro do STF: "Rodrigo Pacheco, você fala tanto de democracia, seja democrático. Coloque o pedido de impeachment de Moraes pra gente votar. Vamos separar homens de covardes. Quer ser democrático? Respeite seu eleitor, e coloque o impeachment de Moraes o mais rápido possível.
Ele insinuou também que não apenas Alexandre de Moraes deveria sofrer um impeachment, mas também "Barroso e todos os ministros que acham que são 'Deus'". "Nós precisamos obstruir tudo, não vamos deixar passar nada não", concluiu.
O deputado estadual e candidato à Prefeitura de Belo Horizonte, Bruno Engler (PL), também esteve presente na manifestação. Em discurso, ele criticou a atuação do ministro no STF. “A gente vê um processo completamente iniciado no Supremo Tribunal Federal, em que o Alexandre é ao mesmo tempo a vítima, o juiz, o acusador, sem respeitar o devido processo legal”.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba em primeira mão notícias relevantes para o seu dia
Engler também mandou um "recado" ao presidente do Senado: "Rodrigo Pacheco, não seja bundão, vote o impeachment do Xandão”.
No ato, também estiveram presentes Nikolas Ferreira (PL-MG), Eduardo Girão (Novo-CE), Bia Kicis (PL-DF), Bruno Engler (PL-MG), Marcel Van Hatten (Novo-RS), Eros Biondini (PL-MG), Magno Malta (PL-ES) e outros nomes.