O primeiro bloco do debate na TV Globo foi marcado por ataques entre os candidatos -  (crédito: TV Globo/ Cris Mattos)

O primeiro bloco do debate na TV Globo foi marcado por ataques entre os candidatos

crédito: TV Globo/ Cris Mattos

O último debate do primeiro turno na corrida pela Prefeitura de Belo Horizonte, realizado pela TV Globo, foi marcado por críticas ao prefeito Fuad Noman (PSD), que busca novo mandato, embates polarizados e propostas para o transporte público, saúde e despoluição da Lagoa da Pampulha. Os principais confrontos ocorreram entre Duda Salabert (PDT) e o prefeito, assim como entre Rogério Correia (PT) e Bruno Engler (PL).

O primeiro bloco, de perguntas livres, foi repleto de acusações e direitos de resposta. Correia iniciou as perguntas direcionando seu questionamento a Mauro Tramonte (Republicanos), sobre suas ausências na Assembleia Legislativa. O deputado defendeu seu trabalho citando a aprovação de 19 projetos e a realização de diversas audiências públicas.

O próximo foi Fuad, que interpelou Duda sobre os projetos de Engler, a quem rotulou de “transfóbico”. Salabert rebateu, classificando os projetos como “inconstitucionais” e enfatizando a importância da educação, além de destacar a necessidade de enfrentar a fome.

Sorteada para a terceira pergunta, Duda optou por manter o foco em Fuad. Disse que ele estava no Exército durante a ditadura militar. Em Minas, Fuad serviu em um batalhão que é apontado pela Comissão da Verdade Nacional como palco de tortura e cárcere de presos políticos. O prefeito refutou a acusação, alegando que sua trajetória militar não tem relação com a violência citada pela adversária.

Em seguida, Gabriel Azevedo (MDB) fez pergunta a Correia sobre o transporte público. O petista criticou a gestão do prefeito, prometendo um novo contrato para o sistema de ônibus. O atual presidente da Câmara ainda acusou Fuad de ser “ausente” e de se aliar à “máfia dos ônibus”. Por isso, foi concedido ao prefeito o direito de resposta, no qual ele defendeu sua integridade, ressaltando que uma CPI, feita pelo próprio Azevedo, não encontrou irregularidades.

Engler direcionou sua pergunta a Azevedo sobre a Lagoa da Pampulha, chamando o prefeito de “omisso” e denunciando um “crime ambiental” da Copasa. Depois, Tramonte perguntou a Carlos Viana (Podemos) sobre a saúde em BH, e o senador criticou as discussões do bloco como “perda de tempo”, defendendo a necessidade de mais médicos na cidade. Por fim, o senador indagou Engler sobre seu cartão de vacinação. O deputado do PL admitiu não ter tomado vacina contra a COVID-19, mas afirmou ter se imunizado na infância. Ele ainda chamou o candidato do Podemos de “papagaio da esquerda”.

O segundo bloco foi monótono, com exceção de embate acalorado entre Correia e Engler, que discutiram sobre seus padrinhos políticos, Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Engler acusou Correia de usar droga, imitando o gesto de tocar o nariz feito por Pablo Marçal (PRTB), candidato da extrema direita em São Paulo, para acusar Guilherme Boulos (Psol). Essa acusação gerou um direito de resposta para Correia.

No terceiro bloco, que foi de tema livre, Tramonte começou questionando Duda sobre transporte e a relação de Fuad com Aécio Neves (PSDB). A deputada, por sua vez, confrontou o prefeito sobre saúde, destacando filas e a falta de médicos. Fuad insinuou que Gabriel havia orientado as perguntas de Duda nos bastidores. Rogério Correia voltou a criticar Tramonte, discutindo a gestão do governador Romeu Zema (Novo) e as privatizações. Tramonte negou que vai fazer privatizações se for eleito.

Viana e Azevedo atuaram juntos, criticando Tramonte, enquanto o senador passou a palavra ao vereador, que se aprofundou no transporte público. Fuad, então, questionou Viana sobre o aeroporto Carlos Prates, e Azevedo indagou Engler sobre trabalho. Os dois usaram pesquisas eleitorais para se posicionarem em um possível segundo turno. O bloco foi encerrado com um embate entre Correia e Engler, em torno da segurança pública.

Por fim, o bloco final teve como foco mais propostas. Os candidatos abordaram questões relevantes como transporte público. Tramonte e Fuad debateram a eficiência do sistema; clima, na troca entre Azevedo e Tramonte; e emprego e renda, com um confronto entre Correia e Viana. Engler e Duda discutiram a Lagoa da Pampulha, enquanto Duda questionou Correia sobre o trânsito. Fuad e Gabriel debateram questões de saúde, e Viana provocou Engler sobre investimentos, buscando esclarecer as propostas de cada um para a cidade.