Duda questionou a atuação de Fuad como soldado do Exército durante o período da ditadura militar, insinuando que ele era conivente com torturas -  (crédito: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)

Duda questionou a atuação de Fuad como soldado do Exército durante o período da ditadura militar, insinuando que ele era conivente com torturas

crédito: Edesio Ferreira/EM/D.A Press

O prefeito de Belo Horizonte e candidato à reeleição, Fuad Noman (PSD), entrou com uma ação criminal de calúnia e difamação na Justiça contra a deputada federal Duda Salabert (PDT), em razão das acusações feitas pela parlamentar durante o último debate eleitoral, na quinta-feira (3/10). Na ocasião, Duda questionou a atuação de Fuad como soldado do Exército no período da Ditadura Militar.

 

No processo, Fuad alega que Duda o acusou falsamente de crimes como desvio de verba pública e conivência com atos de tortura durante o regime militar, com o objetivo de prejudicá-lo na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Em sua petição, o candidato à reeleição argumenta que Duda o teria difamado ao afirmar, sem provas, que ele teria "colaborado com a ditadura" enquanto servia no Exército entre 1965 e 1976, período em que teria trabalhado em um batalhão onde supostamente ocorreriam torturas.

 

Além disso, Fuad a acusa de calúnia por afirmar que ele teria destinado R$ 1 bilhão em recursos públicos à "máfia do transporte", dinheiro esse que seria utilizado pelos empresários para "tomarem champanhe".

 

O prefeito afirma, no texto, que Duda tem conhecimento de que os repasses para as empresas de ônibus são previstos na Lei Orçamentária Anual e lastreados em leis aprovadas pela Câmara Municipal, não se configurando, portanto, como desvio de recursos.


À imprensa, na manhã deste sábado (5/10), Fuad disse que a insinuação de Duda é um “ato desesperado”. Ele ainda classificou a atitude da parlamentar como um “golpe eleitoreiro para chamar a atenção”. 


“Acho que as pessoas precisam ter respeito com a história da outra pessoa. Nunca ataquei ninguém. Nunca ataquei ela (Duda) ou nenhum outro candidato, porque respeito todos eles. Acho que estamos em uma disputa eleitoral para discutir os problemas de Belo Horizonte. Falar uma coisa que eu poderia ter feito quando tinha 18 anos, um soldado de exército recruta... O quê é um recruta? Quantos soldados passaram pelo 12º? Quer dizer que todo mundo é torturador? É uma mentira deslavada. Nunca participei de nada, ela sabe disso”, disse.

 

 

Fuad ainda afirmou que Duda está “desesperada” por estar perdendo apoio porque, segundo ele, os eleitores dela estão migrando para seu lado. Para o prefeito, os ataques têm o intuito de tentar reverter a situação.


 

Ao ser questionado sobre um eventual apoio da deputada federal caso vá para o segundo turno, Fuad se esquivou da pergunta. “Estou preocupado em passar para o turno. Segundo turno, se eu passar, é que eu vou pensar nisso”, afirmou.