“O gordinho do Bolsonaro”. Foi assim que o deputado estadual Bruno Engler, de 27 anos, se apresentou ao se candidatar à Prefeitura de Belo Horizonte. Candidato mais jovem na disputa, ele representa o PL ao lado da vice, Coronel Cláudia, de 56 anos. Fundador do Direita Minas – movimento que lançou diversos nomes bolsonaristas no estado –, Engler está no círculo próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e foi o deputado estadual mais votado da história de Minas Gerais, em 2022, com 637.412 votos.
Nascido em Curitiba, Engler vinha a Belo Horizonte quando criança para visitar a avó. Ele afirma que essas são suas melhores lembranças de infância, destacando a casa cheia, as brincadeiras, a boa comida e os familiares reunidos. Na adolescência, mudou-se em definitivo para BH, onde estudou em colégios renomados e começou a se envolver com política.
Na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, onde está desde 2018, o deputado é autor de seis leis, incluindo a remoção de tomadas em presídios e o congelamento do IPVA em 2022, iniciativas que destacou em sua campanha. Com um tom conservador, chegou a ser contra a vacinação e pautou assuntos ligados à extrema direita. Contudo, em sua campanha à PBH, se apresenta como moderado, falando em propostas que conectam “todos, sem diferença de raça, gênero ou sexualidade”.
Foi Engler quem lançou o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) à Câmara de Belo Horizonte em 2020. Os dois jovens formaram uma dupla que surpreendeu nas eleições municipais. Enquanto Nikolas se tornou o segundo vereador mais votado da história de BH, Engler disputou a prefeitura e ficou em segundo nas urnas, perdendo apenas para Alexandre Kalil, que ganhou no primeiro turno. Hoje o ex-vereador é deputado federal e o maior cabo eleitoral do PL no Brasil.
Engler também foi responsável por outro fenômeno, o senador Cleitinho (Republicanos), que neste ano deixou a fidelidade partidária, sem apoiar Mauro Tramonte (Republicanos), para estar ao lado do amigo por “gratidão”. Cleitinho declarou em palanque em BH que nunca estaria no Congresso Nacional ou conheceria Bolsonaro se não fosse por Engler.
Nas redes sociais, segue como um bolsonarista ativo. Os posts mostram o rosto do ex-presidente, o tom verde-amarelo e defendem pautas ligadas ao que ele chama de “patriotismo”. Jair Bolsonaro esteve em Belo Horizonte durante a campanha, onde participou de um comício ao lado de nomes da direita no estado para elogiar Engler e o lançar como seu candidato em BH.
Entre as propostas para BH, estão a criação de salas sensoriais em escolas que atendem alunos com transtorno do espectro autista (TEA), o desenvolvimento de um aplicativo para informar, em tempo real, sobre filas em unidades de saúde, agendamentos de consultas e exames e a disponibilidade de medicamentos e vacinas.
Além disso, o deputado também defende a ampliação da atuação da Guarda Municipal nas escolas, postos de saúde e hospitais. Engler também quer a implementação do modelo cívico-militar em escolas da rede municipal, uma bandeira que já defende como parlamentar.
O bolsonarista ainda deseja criar “subprefeituras” em cada uma das nove regionais de Belo Horizone e defende a presença no governo de secretários técnicos, mas não se opõe a indicações políticas.