Duda Salabert a caminho de seu local de votação, no Bairro Caiçara -  (crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)

Duda Salabert a caminho de seu local de votação, no Bairro Caiçara

crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press

Quinta candidata mais votada na eleição para a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), Duda Salabert (PDT) preferiu não dar entrevistas após a divulgação do resultado das urnas. Em nota, a deputada federal agradeceu a seus eleitores e comemorou a campanha sob o viés de ter mostrado ser viável a candidatura de uma pessoa transexual ao Executivo de uma grande capital.


A parlamentar teve 7,68% dos votos válidos na capital mineira com 97,31% das urnas apuradas, cenário que já determinava um segundo turno entre o deputado estadual Bruno Engler (PL) e o atual prefeito, Fuad Noman (PSD). Duda comemorou seus mais de 94 mil votos, por ela caracterizados como um momento histórico.


 

“Recebemos o resultado da eleição para a Prefeitura de Belo Horizonte com grande orgulho da trajetória que construímos e na certeza de que marcamos um momento histórico na política brasileira. Pela primeira vez, o Brasil (país que mais mata pessoas trans há 15 anos consecutivos) teve uma candidatura com fôlego e competitiva de uma pessoa trans ao Executivo em uma capital. Esta eleição não foi apenas sobre a busca pelo voto, mas sobre propor a cidade que a gente quer construir, sobre quebra de barreiras e a representatividade de todas as pessoas que, por muito tempo, foram silenciadas ou invisibilizadas”, disse.



A nota segue mantendo o tom otimista e projeta novas campanhas no futuro: “Nossos sonhos não cabem nas urnas, nossa luta vai muito além de resultados imediatos. Mostramos que é possível sonhar e trabalhar por uma cidade mais justa, sustentável, sem corrupção, inclusiva e que coloque a educação em primeiro lugar. [...] Nossa luta segue, com a esperança de um futuro mais justo e humano, na certeza que com prioridade, BH pode sim se tornar uma cidade educadora”.

 

Duda começou sua trajetória política em 2018 pelo Psol em campanha malograda por uma cadeira no Senado. Desde então, a professora de literatura teve vitórias nas urnas sendo a vereadora mais votada da história de BH até então em 2020, já pelo PDT. Dois anos mais tarde, ela foi eleita deputada federal.