Câmara Municipal de BH -  (crédito: BERNARDO DIAS/CMBH)

Câmara Municipal de BH

crédito: BERNARDO DIAS/CMBH

Alessandra Mello, Bruno Nogueira e Gabriel Ronan

 

Seguindo a tendência nacional, o número de vereadoras eleitas em Minas Gerais cresceu nestas eleições municipais em relação à disputa de 2020. Das 8.526 cadeiras nas câmaras municipais do estado, 15,6% serão ocupadas por mulheres. No pleito passado, esse percentual era de 13,98%. Em números absolutos, em Minas Gerais, serão 1.332 vereadoras nos próximos quatro anos e 7.194 homens no mesmo cargo.

 

Nas eleições passadas, foram eleitos 7.294 homens e 1.186 mulheres para as câmaras municipais. Nesta disputa, o número de vagas era menor (8.480). Elas aumentaram em função do crescimento populacional verificado pelo censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), já que as vagas de cada câmara são definidas conforme o número de habitantes. Caiu também o número de cidades mineiras sem vereadora. No pleito deste ano, 156 dos 853 municípios mineiros não elegeram nenhuma parlamentar. Atualmente, em 189 deles, só há homens no parlamento.

 

 

O número de vereadoras na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) também cresceu, de 11 para 12 eleitas entre as 41 cadeiras. Atualmente, o Legislativo da capital conta com dez mulheres, apesar de 11 terem sido eleitas em 2020. Em 2021, a então vereadora Sônia Lansky (PT) renunciou ao mandato três meses depois de tomar posse, por problemas de saúde. Quem assumiu no lugar dela foi o suplente, Pedro Patrus.

 

Expressivas


Com votações expressivas, a nova bancada feminina da capital mineira também emplacou quatro parlamentares entre os cinco candidatos mais votados para a CMBH. Professora Marli (PP) foi a segunda mais votada, seguida por Iza Lourenço (Psol), Fernanda Pereira Altoé (Novo) e Marcela Trópia (Novo). Todas elas foram reeleitas com votação bem mais expressiva do que na disputa de 2020.

 

 

Foram eleitas ainda Flávia Borja (Democracia Cristã), Luiza Dulci (PT), Cida Falabella (Psol), Janaina Cardoso (União Brasil), Juhlia Santos (Psol), Dra Michelly Siqueira (PRD) e Marilda Portela (PL). Uma delas, Juhlia Santos, é mulher trans, a segunda a obter uma vaga na Câmara Municipal de Belo Horizonte. A primeira foi Duda Salabert (PDT), hoje deputada federal.

 

A mais votada entre as mulheres teve 23.773 votos, o que representa 1,97% dos votos válidos. Marli ficou atrás apenas de Pablo Almeida (PL), primeiro colocado na disputa por uma das vagas na Câmara, com 39.960 votos ou 3,31% do total.

 

Baixa representatividade

 


O número de vereadoras também aumentou em todo o Brasil neste pleito em relação ao de quatro anos atrás. Foram eleitas 10.624 mulheres, um crescimento de 13,47% em relação a 2020, quando foram eleitas 9.371 para os cargos no Legislativo municipal. Apesar do crescimento, a presença das mulheres nas câmaras municipais de todo o país segue baixa em relação à participação masculina e ainda longe do percentual de 30% de candidatas estabelecido pelas cotas de gênero. As novas vereadoras, que serão empossadas no ano que vem, representam hoje somente 18,24% dos cargos legislativos municipais contra 88,76% dos 47.675 homens eleitos para a mesma função.

 

Cotas de gênero


Em relação às eleições de 2004, primeira eleição municipal em que foi exigida a garantia de 30% de candidatas, o aumento é ainda mais expressivo, mas ainda tímido face ao eleitorado brasileiro, formado em sua maioria (53,4%) por mulheres. Nestas eleições, elas conquistaram 12,63% das cadeiras, elegendo 6.548 vereadoras contra 45.274 homens para o mesmo cargo. Foi registrado um aumento de 62,40% em relação há 20 anos.