Plenário da Câmara Municipal de Belo Horizonte: Mulheres ocuparão 12 das 41 cadeiras a partir de 2025. Atualmente, são 11 -  (crédito: LEANDRO COURI/EM/D.A.PRESS)

Plenário da Câmara Municipal de Belo Horizonte: Mulheres ocuparão 12 das 41 cadeiras a partir de 2025. Atualmente, são 11

crédito: LEANDRO COURI/EM/D.A.PRESS

Seguindo a tendência nacional, o número de vereadoras eleitas em Minas Gerais cresceu nestas eleições municipais em relação à disputa de 2020. Das 8.526 cadeiras nas câmaras municipais do estado, 15,6% serão ocupadas por mulheres. No pleito passado, esse percentual era de 13,98%. Em números absolutos,em Minas Gerais, serão 1.332 vereadoras nos próximos quatro anos e 7.194 homens no mesmo cargo. Nas eleições passadas, foram eleitos 7.294 homens para as câmaras municipais e 1.186 mulheres. Nesta disputa, o número de vagas era menor (8.480). Elas aumentaram em função do crescimento populacional verificado pelo censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), já que as vagas de cada câmara são definidas conforme o número de habitantes.

Caiu também o número de cidades mineiras sem vereadora. No pleito deste ano, 156 dos 853 municípios mineiros não elegeram nenhuma parlamentar. Atualmente, em 189 deles só há homens no parlamento. O número de vereadoras na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) também cresceu, passou de 11 para 12 eleitas entre as 41 cadeiras. Atualmente, o Legislativo da capital conta com 10 mulheres, apesar de 11 terem sido eleitas em 2020. Em 2021, a então vereadora Sônia Lansky (PT) renunciou ao mandato três meses depois de tomar posse, por problemas de saúde. Quem assumiu no lugar dele foi o suplente, Pedro Patrus.


EXPRESSIVAS

Com votações expressivas, a nova bancada feminina da capital mineia também emplacou quatro parlamentares entre os cinco candidatos mais votados para a CMBH. A Professora Marli (PP) foi a segunda mais votada, seguida por Iza Lourenço (Psol), Fernanda Pereira Altoé (Novo) e Marcela Trópia (Novo). Todas elas foram reeleitas com votação bem mais expressiva do que na disputa de 2020. Também foram eleitas Flávia Borja (Democracia Cristã), Luiza Dulci (PT), Cida Falabella (Psol), Janaina Cardoso (União Brasil), Juhlia Santos (Psol), Dra Michelly Siqueira (PRD) e Marilda Portela (PL). Uma delas, Juhlia Santos, é mulher trans, a segunda a ser eleita para a Câmara Municipal de Belo Horizonte. A primeira foi Duda Salabert (PDT), hoje deputada federal. A mais votada entre as mulheres teve 23.773 votos, o que representa 1,97% dos votos válidos. Marli ficou atrás apenas de Pablo Almeida (PL), primeiro colocado na disputa por uma das vagas na Câmara, com 39.960 votos ou 3,31% do total.

BAIXA REPRESENTATIVIDADE

O número de vereadoras também aumentou em todo o Brasil neste pleito em relação ao de quatro anos atrás. Foram eleitas 10.624 mulheres, um crescimento de 13,47% em relação a 2020, quando foram eleitas 9.371 para os cargos no Legislativo municipal. Apesar do crescimento, a presença das mulheres nas câmaras municipais de todo o país segue baixa em relação à participação masculina e ainda longe do percentual de 30% de candidatas estabelecido pelas cotas de gênero. As novas vereadoras, que serão empossadas no ano que vem, representam hoje apenas 18,24% dos cargos legislativos municipais contra 88,76% dos 47.675 homens eleitos para a mesma função.


COTAS DE GÊNERO

Em relação às eleições de 2004, primeira eleição municipal em que foi exigida a garantia de 30% de candidatas, o aumento é ainda mais expressivo, mas ainda tímido face ao eleitorado brasileiro, formado em sua maioria (53,4%) por mulheres. Nestas eleições, as mulheres conquistaram 12,63% das cadeiras, elegendo 6.548 vereadoras contra 45.274 homens para o mesmo cargo. Em relação à disputa deste ano, foi registrado um aumento de 62,40% em relação há 20 anos. n