O pastor Silas Malafaia é um dos principais apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) -  (crédito: Reprodução/Youtube)

O pastor Silas Malafaia é um dos principais apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

crédito: Reprodução/Youtube

O pastor Silas Malafaia, um dos principais apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), afirmou que o ex-presidente “chorou sem parar” quando achou que seria preso. Ele ainda acusa Bolsonaro de ser omisso e covarde por falta de posicionamento firme nas eleições municipais de São Paulo e Curitiba.

 

Segundo Malafaia, ele apoiou o ex-presidente em momentos cruciais da vida dele, como no dia em que, "perto de ser preso", chorou por cinco minutos ao telefone sem parar. Para o pastor, é por essa razão que Bolsonaro não o xingou ou o bloqueou após ter enviado duras mensagens críticas sobre o posicionamento do ex-presidente no período eleitoral.

 

 

“Um político é reconhecido por seus posicionamentos. Qual foi a sinalização que o Bolsonaro passou? ‘Eu não sou confiável em meus apoios políticos’”, afirmou o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo sobre o ex-presidente.

 

Segundo o pastor, em fevereiro de 2024, o ex-presidente se “desesperou” com medo de ser preso, após a apreensão do seu passaporte durante investigações da Polícia Federal sobre envolvimento em tentativa de golpe de Estado. “Estava depressivo porque as pessoas em volta dele foram todas presas. Estava angustiado. Ele chorou por cinco minutos comigo no telefone antes de abrir a boca, no visor [chamada de vídeo]”.

 

 

Entre os presos da operação, estavam o ex-assessor especial de Bolsonaro, Marcelo Câmara, e o ex- assessor internacional, Filipe Martins.

 

“Eu falei: ‘Vamos para a rua!’. Ele estava desnorteado. [Perguntou] ‘Mas como é que vai ser?’ Eu falei: ‘Deixa comigo. Eu só preciso que você grave um vídeo para convocar o povo’”, contou Malafaia.

 

Omissão de Bolsonaro

 

Para o pastor, a omissão de Bolsonaro foi responsável pela divisão da direita nas eleições. “Bolsonaro não entra em confronto quando as redes sociais estão dizendo uma coisa com força. Ele foi omisso por causa disso, e por medo de o Pablo Marçal vencer e ele ser derrotado”, disse.

 

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“Em São Paulo ele ficou em cima do muro. No Paraná, tendo candidato [indicado pelo PL] a vice [de Eduardo Pimentel, que concorre a prefeito], declarou para a mulher lá [Cristina Graeml, que concorria contra Pimentel] ‘pode usar meu nome’. Sinalizou duplamente. Gente! Isso não é papel da direita de nível maior”, declarou à coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

 

Ele conta que muitos evangélicos ficaram em dúvida sobre em quem votar, principalmente em São Paulo — onde Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB) disputavam pelo eleitorado bolsonarista —, em razão dos "sinais dúbios" que Bolsonaro emitiu. “Na sexta (4/10), depois de muita briga, ele fez um recorte das falas dele na live [afirmando que apoiava Ricardo Nunes] e nós espalhamos. Marçal perdeu 17% dos votos de bolsonaristas. Imagine se ele entrasse firme dizendo ‘esse cara é uma farsa, não tem história na direita’”, criticou o pastor.

 

 

“O eleitorado se dividiu porque Bolsonaro não desmascarou Pablo Marçal. Quem fez isso fui eu. Eu apoio Bolsonaro. Mas eu já disse: sou aliado, e não alienado”, finalizou.