O prefeito de Coronel Fabriciano, na Região do Vale do Rio Doce, Marcos Vinícius Bizarro (sem partido), comemorou a eleição de seu aliado para sucedê-lo na administração municipal com um ato considerado misógino.
No último domingo (6/10), logo depois da divulgação do resultado da eleição, Bizarro comemorou a vitória do aliado Sadi Lucca (PL) para a Prefeitura de Coronel Fabriciano 'martelando' latas de cerveja da marca Stella Artois.
A comemoração pode ser considerado misógino por que o nome da adversária derrotada por Sadi Lucca é Dra. Stella Nunes (MDB). Além disso, Stella é ex-mulher de Bizarro. Assista ao vídeo!
Stella Nunes classificou o ato como misógino, desrespeitoso e inadmissível. Ela destaca que a atitude simbólica de Bizarro perpetua a violência de gênero. A ex-candidata promete recorrer à Justiça diante da ação, que foi praticada em local público e vista por centenas de pessoas.
De acordo com dados Rede de Observatórios da Segurança, 3.181 mulheres foram vítimas de violência durante o ano passado, o que corresponde a oito por dia. O Ministério Público Federal acompanha 11 denúncias de violência política de gênero nas eleições municipais de 2024. No entanto, o número pode ser ainda maior, já que os dados não incluem denúncias investigadas por procuradores nos estados e não pelo grupo de trabalho do MPF.
Sadi Lucca venceu as eleições em Coronel Fabriciano com 38.459 votos, o que corresponde a 68,52%. Já Stella Nunes ficou em segundo lugar na disputa, com 13.281 tentos e um percentual de 23,66%. A candidata emedebista publicou uma nota de repúdio ao ato do atual prefeito.
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Confira-a, na íntegra, abaixo:
Nota de repúdio
Manifesto meu mais profundo repúdio a qualquer forma de misoginia e discriminação contra a mulher.
Sou mulher, filha e mãe. Recentemente, foram divulgadas imagens do meu e-marido, em um ato público, promovendo um ato de misoginia e estímulo a agressão à mulher em plena praça pública e na frente de centenas de pessoas. Além de ferir todas as mulheres, me lesou mais de uma vez, pois fez chorar minha mãe e minha filha. Isso não condiz com quem diz sustentar o lema: pátria, amor e família.
São inaceitáveis atitudes que perpetuam a violência de gênero e desrespeitam os direitos das mulheres. Tais manifestações são inadmissíveis e não podem ser toleradas e compactuadas em nossa sociedade. A misoginia não apenas fere a dignidade das mulheres, mas também compromete o progresso social e a igualdade de direitos.
É fundamental nos unir contra essas práticas, promovendo um ambiente de respeito e dignidade para todas as pessoas, independentemente de seu gênero. Que as autoridades competentes se pronunciem e tomem as devidas providências para combater a misoginia e proteger os direitos das mulheres.
Agradeço a todas as pessoas, principalmente às mulheres, que têm demonstrado solidariedade e que também não aprovam atos indignos como esse. Lamento profundamente pelas pessoas e mulheres que, por outro lado, ainda apoiam tais atitudes,
Reitero meu compromisso com a luta pela igualdade e erradicação de qualquer forma de violência e discriminação. É hora de construirmos uma sociedade mais justa, onde todas as vozes sejam ouvidas e respeitadas.
Atenciosamente,
Dra. Stella Nunes
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