Presidente Lula (PT) em discurso de abertura da 79ª Assembleia Geral da ONU -  (crédito: Reprodução/ONU)

Presidente Lula terá menor possibilidade de conquistar prefeituras de capitais no segundo turno das eleições

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Inelegível, Jair Bolsonaro (PL) poderá aparecer na TV e nas redes sociais em campanhas eleitorais do segundo turno de pelo menos 13 capitais do Brasil. A visibilidade deve ser maior do que a do atual presidente, Lula (PT), que viu seus palanques encolherem nas disputas para prefeituras.

 

 

A propaganda política reinicia nesta sexta-feira (11/10) com dois blocos de horário eleitoral de dez minutos cada e 25 minutos de inserções distribuídas ao longo da programação de rádio e televisão. O tempo é dividido de maneira igual pelos dois concorrentes em cada cidade.

 

Lula deve aparecer na propaganda de cinco candidatos, quatro do PT, em Porto Alegre, Fortaleza, Cuiabá e Natal, e um do PSOL, em São Paulo. Todos exibiram o padrinho em depoimentos na televisão no primeiro turno.

 

A campanha de Guilherme Boulos (PSOL), na capital paulista, foi a que mais fez isso até agora, o que deverá se repetir a partir desta sexta (11). Nesta quinta (10), o deputado federal viajou a Brasília para gravar com o presidente.

 

 

Ser a escolha de Lula não garantiu sucesso para alguns candidatos apoiados pelo petista. Em Curitiba, o petista se engajou na campanha de Luciano Ducci (PSB) ao gravar um vídeo divulgando nas redes sociais. O candidato apoiado pelo PT obteve 19,4% dos votos e viu a direita ter dois representantes no segundo turno: Eduardo Pimentel (PSD), que tem um vice do PL, e Cristina Graeml (PMB).

 

A candidata do partido nanico nem sequer teve tempo na propaganda eleitoral no primeiro turno e catapultou sua campanha após receber apoio de Bolsonaro e de Pablo Marçal (PRTB) nas redes sociais.

 

Mesmo com uma lista maior de candidatos do seu partido ou com PL na coligação disputando o segundo turno, Bolsonaro não tem exposição garantida nas cidades em que apoia candidatos.

 

Em alguns locais, caso de São Paulo e Porto Alegre, partidos aliados calculam o risco de se vincularem ao ex-presidente, inelegível após condenação por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação na eleição de 2022. Apesar disso, ele não está impedido de participar de campanhas nem de votar.

 

Na capital paulista, Bolsonaro apareceu na estreia do horário eleitoral de Ricardo Nunes (MDB), apenas em imagens de eventos com outros políticos. Não teve depoimento exibido, apesar de o ex-presidente ter indicado o vice da chapa Ricardo Mello Araújo (PL).

 

"Vou mergulhar de cabeça [na campanha]", afirmou após Nunes terminar à frente de Boulos no primeiro turno.

 

Dirigentes do MDB, no entanto, avaliam que associação entre Bolsonaro e o prefeito pode virar munição para Boulos, que tenta repetir na cidade o embate entre Lula e o ex-presidente, do qual a esquerda saiu vencedora em 2022.

 

 

Situação semelhante acontece em Porto Alegre, onde Sebastião Melo (MDB), com 49,7%, terminou à frente de Maria do Rosário (PT) no primeiro turno e tenta somar votos de eleitores de Juliana Brizola (PDT), terceira colocada.

 

Melo declarou voto em Bolsonaro no segundo turno de 2022. Na chapa deste ano, aceitou uma indicação do PL, a militar Betina Worm. Em julho, ele recebeu o ex-presidente em Porto Alegre. Apesar do proximidade, o padrinho não apareceu na propaganda do emedebista durante o primeiro turno.

 

O cenário é semelhante ao de Fortaleza, onde o bolsonarista André Fernandes (PL) enfrente o petista Evandro Leitão. Até agora, o ex-presidente teve participação tímida na campanha.

 

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"Acredito que ele (Bolsonaro) deva sim vir, mas o candidato sou eu. O povo de Fortaleza quer me ouvir, quer me ver e quer entender o que é que eu tenho para melhorar a vida deles. E eu estou aqui para isso", afirmou Fernandes à Folha de S.Paulo.

 

Palanques de Lula no segundo turno 

  • São Paulo - Guilherme Boulos (PSOL)
  • Fortaleza - Evandro Leitão (PT)
  • Cuiabá - Lúdio Cabral (PT)
  • Natal - Natália Bonavides (PT)
  • Porto Alegre - Maria do Rosário (PT)

 

Palanques de Bolsonaro no segundo turno 

  • São Paulo - Ricardo Nunes (PL)
  • Manaus - Capitão Alberto Neto (PL)
  • Fortaleza - André Fernandes (PL)
  • Goiânia - Fred Rodrigues (PL)
  • Cuiabá - Abilio (PL)
  • Belo Horizonte - Bruno Engler (PL)
  • Belém - Eder Mauro (PL)
  • João Pessoa - Marcelo Queiroga (PL)
  • Natal - Paulinho Freire (União)
  • Porto Alegre - Sebastião Melo (MDB)
  • Porto Velho - Mariana Carvalho (União)
  • Aracaju - Emilia Correa (PL)
  • Palmas - Janad Valcari (PL)