Guilherme Boulos (PSOL) fez a primeira agenda de rua após o primeiro turno da eleição paulistana -  (crédito: Mário Agra / Câmara dos Deputados)

Guilherme Boulos (PSOL) tem 58% de rejeição na primeira pesquisa do segundo turno para a Prefeitura de São Paulo

crédito: Mário Agra / Câmara dos Deputados

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Na primeira pesquisa Datafolha do segundo turno em São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) aparece como o candidato mais rejeitado, com 58% dos eleitores respondendo que não votariam nele de jeito nenhum. A parcela dos que dizem o mesmo em relação a Ricardo Nunes (MDB) é de 37%.

 

 

O cenário confirma um dos principais obstáculos para o deputado federal, a alta rejeição, que é determinante para os resultados nesta fase de embate direto. Os dois vão se enfrentar nas urnas no próximo dia 27.

 

A pesquisa mostra ainda que 11% dos eleitores talvez votem em Boulos, e 30% votarão com certeza. Em relação a Nunes, os percentuais são de 25% e 48%, respectivamente.

 

 

O Datafolha entrevistou 1.204 eleitores paulistanos nesta terça (8) e quarta-feira (9). Encomendado pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo, o levantamento está registrado na Justiça Eleitoral sob o código SP-04306/2024. O nível de confiança é de 95%. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos.

 

Em termos de intenção de votos, há ampla vantagem para Nunes, de acordo com a pesquisa: 55% a 33%.

 

Na última pesquisa do primeiro turno, divulgada no sábado (5), véspera da votação, Boulos tinha a terceira maior rejeição entre todos os candidatos, 38%. A liderança do ranking ficou com Pablo Marçal (PRTB), após 53% dos eleitores responderem que não votariam no influenciador de jeito nenhum. Na sequência veio José Luiz Datena (PSDB), com 39%.

 

Marçal terminou a eleição em terceiro lugar, com 28,14% dos votos válidos. O atual prefeito obteve 29,48%, e o deputado do PSOL, 29,07%. Já Datena ficou com 1,84%.

 

 

Agora, entre eleitores que declaram ter votado no candidato do PRTB, 92% dizem que jamais votariam em Boulos ?9% afirmam o mesmo em relação a Nunes. Há ainda os que escolheram Marçal e agora respondem que talvez votem em Boulos (4%) e em Nunes (17%); os que afirmam que votarão com certeza são 3% no caso do deputado e 17% no caso do atual governante.

 

Entre aqueles que apoiaram o emedebista na rodada anterior, a rejeição ao representante do PSOL chega a 85%.

 

Já entre os que votaram em Tabata Amaral (PSB), e que são almejados pelo psolista, o índice dos que descartam votar no candidato apoiado por Lula (PT) bate 32%, e outros 55% rechaçam apoiar Nunes.

 

No grupo que votou em Boulos no primeiro turno, 86% se recusam a endossar o atual prefeito.

 

Boulos atravessou o primeiro turno sem conseguir reduzir sua taxa de rejeição, que desde o início de agosto nunca ficou abaixo de 35%. Ele só perdeu o posto de líder em rejeição após Datena, que deu uma cadeirada em Marçal num debate, crescer nesse quesito, e o influenciador disparar como o mais repelido depois da série de episódios polêmicos, com ataques a rivais e a escalada no tom das provocações.

 

O ex-coordenador nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), tachado por adversários como invasor e radical, buscou desde o ano passado moderar sua imagem, explorando a atuação como parlamentar e a obrigação de dialogar com setores além da esquerda. Também fez ajustes no figurino, aparecendo de terno com frequência, e na oratória, mais contida que nos tempos de militância.

 

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No segundo turno, Boulos vem adotando estratégias para tentar ampliar a rejeição de Nunes. Além de reforçar o fato de que o emedebista é apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a campanha do PSOL enfatiza episódios como o do boletim por violência doméstica feito pela primeira-dama em 2011.