Presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que partido tem dificuldades em adaptar discurso a um mundo com menos carteiras assinadas -  (crédito: Ricardo Stuckert / PR)

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que partido tem dificuldades em adaptar discurso a um mundo com menos carteiras assinadas

crédito: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconheceu nesta sexta-feira (11/10) uma mudança no mercado de trabalho, com menos carteira assinada do que quando o PT começou, e afirmou que o partido precisa se atentar a isso.

 

 

O chefe do Executivo disse que o PT tem dificuldade em adaptar o discurso a esta nova realidade. Ele afirmou ainda que a preocupação com trabalhadores autônomos é com a Previdência. Por isso, seu governo propôs o projeto que regulamenta o trabalho dos motoristas de aplicativo, por exemplo.

 

A declaração foi dada em entrevista à rádio O Povo/CBN Fortaleza. Lula está na capital cearense desde a noite de quinta-feira (10/10).

 

 

O presidente afirmou que é preciso refletir como mudou o mercado do trabalho desde os tempos de fundação do PT nos anos 1980, disse que o partido tem dificuldade de adaptar o discurso aos novos tempos e fez uma relação disso com as eleições municipais.

 

Lula citou que a base originária que criou o PT hoje é bem menor. "O trabalhador de carteira profissional assinada, que nós habitualmente representávamos, que estava ali na fábrica. No meu tempo do sindicato, a Volkswagen tinha 44 mil trabalhadores. Hoje tem 12 mil. Então, houve uma mudança substancial no mundo do trabalho", disse.

 

"E nós, então, precisamos adequar o nosso discurso ao mundo do trabalho, que não é só a carteira profissional assinada. É o cara que quer trabalhar em home office, é o cara que quer ser um pequeno empreendedor, é o cara que quer ter um pequeno comércio, é o cara que quer trabalhar por conta própria", completou.

 

Segundo ele, o PT "continua sendo o maior partido do Brasil", mas "precisa transformar essa preferência eleitoral e essa simpatia que ele tem em voto, que eu recebo, mas que a gente não consegue receber nas prefeituras".

 

Lula disse ainda que o governo deve garantir as melhores condições para o caso de o cidadão querer empreender. Ele citou, como exemplo, o programa Acredita, sancionado na quinta-feira (10/10). A medida garante crédito para empreendedores e beneficiários do CadÚnico.

 

Ele disse ainda que a preocupação de seu governo com trabalhadores autônomos é com a Previdência. "Porque esse cidadão pode ficar doente, esse cidadão pode ter uma infortúnio, esse cidadão vai ficar velho. Então, é preciso que a gente cuide, e qual é a garantia que a gente pode fazer com que ele tenha se precavendo", afirmou.

 

 

O governo busca regulamentar os trabalhadores por aplicativo, uma promessa de campanha. O Ministério do Trabalho enviou em março, com urgência constitucional, o projeto que regulamenta o trabalho dos motoristas de aplicativo.

 

Mas, como mostrou a coluna Painel, da Folha, o texto só deve ser votado na Comissão de Indústria, Comércio e Serviços da Câmara depois das eleições, segundo o relator, deputado Augusto Coutinho (Republicanos-PE).

 

O PSD de Gilberto Kassab levou 878 prefeituras neste primeiro turno das eleições, tornando-se a sigla com mais cargos no Executivo municipal do país. Em seguida, vêm MDB e PP, com 847 e 743 prefeituras, respectivamente.

 

O PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, aparece em quinto lugar, considerando as cidades com 1º turno. Já o PT, do presidente Lula, está em nono, com 248.

 

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No primeiro turno, o partido venceu a disputa pelas prefeituras de Contagem e Juiz de Fora. Mas foi derrotado em redutos petistas, como o ABC paulista, e em cidades-chave do interior e do litoral de SP, incluindo Araraquara, onde o candidato do PL, de Jair Bolsonaro, superou uma concorrente petista.