"As pautas municipais não são originalmente ideológicas. Um buraco na rua não é o Bolsonaro ou o Lula que resolve; os dois querem resolver. Tem que focar no que nos une e ir negociando projeto a projeto" -  (crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press)

"As pautas municipais não são originalmente ideológicas. Um buraco na rua não é o Bolsonaro ou o Lula que resolve; os dois querem resolver. Tem que focar no que nos une e ir negociando projeto a projeto"

crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press

A vereadora Marcela Trópia (Novo), reeleita para o segundo mandato, acredita que a nova composição da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) promete ser marcada por uma fragmentação ideológica maior entre os vereadores. A parlamentar acredita que com os novos nomes que irão compor a próxima legislatura, a polarização irá se intensificar, com grupos políticos mais fortes e definidos, o que pode também dificultar a aprovação de projetos de interesse do próximo prefeito.


Marcela Trópia foi reeleita para o segundo mandato com 17.878 votos — sete mil a mais do que nas eleições de 2020 —, tendo a quinta maior votação para o próximo mandato. A parlamentar foi a terceira entrevistada da série de sabatinas do Estado de Minas Portal Uai com os vereadores eleitos em Belo Horizonte.



 

“É uma Câmara com grupos mais fragmentados. Então, a gente tem as pessoas que vão continuar sendo base, independentemente do prefeito que ganhar, tem a direita, tem a esquerda, tem grupos políticos ali dentro também, vinculados a um deputado ou a outro, uma figura mais forte ou outra, mas eu sinto que esses grupos estão mais fortes em termos de identidade. Têm pautas mais claras, estão aglutinados por uma razão mais clara, e vai ser interessante acompanhar a composição dos próximos meses”, disse a vereadora em entrevista ao Estado de Minas e Portal Uai na manhã desta terça-feira (15/10). 

 

 

Para Marcela, essa nova composição poderá dificultar a articulação política do próximo prefeito. Ela prevê que será desafiador obter o apoio necessário para alcançar votações expressivas, como as de 28 votos.


 

"Aquela massa de vereadores que atende localmente, que não se importam muito com pautas mais ideológicas, esse número se reduziu. A gente tem cada vez mais vereadores preocupados com pautas ideológicas e também regionais, mas sabe aquela grande massa que tinha ali de vereadores que você conseguiria aglutinar 10, 12 vereadores que não têm problema em estar no mesmo bloco de um outro vereador que pensa um pouco diferente, porque o propósito ali da pessoa é trabalhar pela região, pelo bairro, por uma causa, causa animal, pessoas com deficiência, eu acho que esse grupo se reduziu e agora vem uma identidade muito forte", projeto a parlamentar. 

 


“Eu acho que deu uma polarizada meio de um pentágono, de um grande grupo”, completa.

 

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