BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) - O prefeito e candidato à reeleição em Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), disse que o presidente Lula (PT) não deve participar de sua campanha no segundo turno. O mandatário apoiou o deputado federal Rogério Correia (PT) no primeiro turno na capital mineira, que ficou em sexto lugar na disputa e declarou voto em Fuad no segundo turno.
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Nesta terça-feira (15), o prefeito foi o primeiro convidado do segundo ciclo de sabatinas promovido por Folha e UOL, agora com os postulantes que avançaram ao segundo turno na capital mineira e em mais quatro capitais.
"Nós aceitamos o apoio de quem quer que venha. Eu acredito que o presidente Lula participou da campanha do Rogério e não deve participar da minha, não faz sentido", afirmou Fuad.
Ele disse que os recursos federais enviados ao município são fundamentais, mas acrescentou: "Isso é uma coisa relevante, uma coisa importante. Mas apoio político eu não vi ainda do presidente, nem busquei, pedi. Eu acho que não vai interferir."
O prefeito tem tentado neste segundo turno repetir a estratégia de ligar seu nome às obras em andamento na cidade e evitar apadrinhamento político, ao contrário de seu adversário, Bruno Engler (PL), que é apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Fuad também já recebeu o apoio da deputada federal Duda Salabert (PDT). O prefeito ainda afirmou que mantém boa relação com o governador Romeu Zema (Novo) e acredita que teria seu apoio não fosse a questão partidária.
Em relação à ausência no debate da TV Band Minas na noite desta segunda (14), Fuad disse que os encontros envolvem preparação e ele não tem tempo, por ser candidato e prefeito, para participar de todos os encontros programados.
"Eu vou nos debates nos quais eu tenho como me preparar para eles, o da [rádio] Itatiaia e o da [TV] Globo", afirmou o candidato do PSD.
Em relação ao transporte público, tema que tem pautado a eleição na cidade inclusive por envolver a renovação do contrato de concessão de ônibus no próximo mandato, ele afirmou que a capital mineira tem a frota mais jovem do país graças à sua política de "tolerância zero".
Também disse que foi o primeiro prefeito a enfrentar os empresários de ônibus no município e que as doações de campanha recebidas por executivos do setor aconteceram em um jantar promovido por empresários.
"Tinham 90 pessoas [no jantar], e cada uma pagou R$ 5.000 para ouvir o prefeito falar. Sete dessas doações eram de empresários de ônibus. Minha campanha vai custar R$ 20 milhões, acha que R$ 35 mil vai financiar a campanha?", questionou o prefeito.
O prefeito também afirmou que pretende reduzir a fila de cirurgias eletivas - de 28 mil pessoas em agosto - com uma parceria com os hospitais privados e ressaltou que ela não será zerada porque consultas feitas diariamente podem resultar em pedidos de novas cirurgias.
Em relação à mortalidade infantil no município, de quase 10 mortes por mil nascidos vivos, uma das piores entre as capitais brasileiras, o prefeito disse desconhecer a situação, mas ressaltou que sua gestão diminuiu o nível de pobreza na cidade de 4,7% para 1,7%.
No final da sabatina, Fuad revelou que participou na semana passada da última sessão de quimioterapia e foi liberado nesta segunda do processo de tratamento contra um linfoma não Hodgkin.
O rival de Fuad no segundo turno de Belo Horizonte, Bruno Engler, será sabatinado pela Folha e UOL na sexta-feira (18), às 15h.
As entrevistas com os candidatos de BH são conduzidas por Raquel Landim, com participação de Wanderley Preite Sobrinho, do UOL, e Ranier Bragon, repórter especial da Folha de S.Paulo em Brasília.
Além do ciclo de sabatinas, Folha, UOL e RedeTV! promoverão debate com os postulantes à Prefeitura de São Paulo no segundo turno, Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL). O encontro está marcado para esta quinta-feira (17), às 10h20.
A ideia é que o encontro repita o formato do organizado por Folha e UOL no primeiro turno, com banco de tempo para cada candidato. Haverá blocos para perguntas entre Nunes e Boulos e também de jornalistas.