Com 24 anos, Pedro Rousseff foi eleito vereador pela primeira vez  -  (crédito: Jair Amaral/EM/D.A. Press)

Com 24 anos, Pedro Rousseff foi eleito vereador pela primeira vez

crédito: Jair Amaral/EM/D.A. Press

Prestes a iniciar seu primeiro mandato como vereador de Belo Horizonte, Pedro Rousseff (PT) não abandonou o tom de campanha e não pretende fazê-lo. Sobrinho-neto da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), ele foi o sexto candidato mais votado à Câmara Municipal e o primeiro entre os petistas. Ele tem como mote principal de sua atuação tornar-se uma resposta aos parlamentares de extrema direita e encarna o papel de liderança jovem do partido na capital mineira.

 

Em entrevista ao Estado de Minas transmitida ao vivo no canal de YouTube do Portal Uai na última quinta-feira (17/10), o vereador eleito com 17.595 votos projetou sua atuação na Câmara; atacou os bolsonaristas mineiros Bruno Engler (PL) e Nikolas Ferreira (PL) e seus apadrinhados; e embarcou de cabeça na campanha de Fuad Noman (PSD).

 

 

 

Rousseff também avaliou a situação da esquerda em Belo Horizonte. Ele acredita que o PT tem de moderar o que considera como discurso identitário e renovar seus quadros para voltar a ser competitivo nas eleições majoritárias. No Legislativo, o vereador eleito acredita em uma bancada progressista reforçada com nove nomes a partir de 2025 e quer uma aliança para escolher o próximo presidente da Câmara sem influência do PL.


 

ENTREVISTA

 

Você começou nas redes sociais e se tornou influenciador. Por que se tornar político?

É uma frase que o presidente Lula fala: se vocês estão cansados dos políticos que têm hoje, vire você um político. Foi exatamente isso que eu fiz. Eu, de fato, entrei na política este ano, na política eleitoral, mas eu já participo da política de forma direta ou indireta desde o golpe que deram contra Dilma. Eu estava do lado dela quando vi cada um dos deputados votando para tirar uma presidenta honesta que não roubou e não deixava roubar. Percebi de uma forma muito simples que, se a gente, que é jovem, não fizer alguma coisa, eles vão tomar e destruir o Brasil. Todas as mazelas são por conta do golpe. Quando tiraram a Dilma, assumiu Michel Temer, que abriu espaço para um governo Bolsonaro e foi, de fato, ali que começou o crescimento de uma extrema direita que a gente não via desde a época militar. Uma extrema direita raivosa, preconceituosa e extremista, que não aceita divergência. Então, é o seguinte: eu entro na política este ano, mas a minha vida toda foi rodeada pela política e eu cansei de ver políticos que não me representam. Então, este ano, eu mesmo resolvi ser candidato para poder fazer diferente.

 

 

Como é sua relação com a ex-presidente Dilma Rousseff?

Sempre foi a minha maior conselheira. Sempre esteve ao meu lado, guiando. Esta candidatura, por mais que ela não tenha sido presente aqui, por estar no Banco dos Brics, na China, ela liga toda semana, basicamente, opinando e me dando o caminho para poder seguir. Tudo aquilo que eu faço vem sendo guiado e aconselhado por ela.



Como foi entrar para a política eleitoral? Como avalia sua primeira campanha?

Eu brinco e até falo a frase que a Dilminha fala, que é para eu não ficar debaixo da asa dela. Tanto que ela não participou mais da nossa campanha propositalmente, justamente porque ela queria ver: "Pô, mas será que esse menino tem brilho próprio? Será que ele aguenta?" Porque a política é um ambiente muito difícil, tem ameaças, tanto de morte quanto de processos, ameaças contra a família. Então, ela queria ver se eu ia aguentar o Porradão. E aí eu começo a pegar a experiência política de fato na prática na campanha de 2022, quando entro para a coordenação da campanha do presidente Lula em Minas Gerais. Foi uma campanha muito difícil também, muito polarizada. O presidente ganhou em Minas Gerais por 20 mil votos, que é uma diferença muito pequena para o que Minas representa. Então, ali vou tomando a experiência, tanto na mobilização de campanha nas ruas quanto na campanha das redes sociais. Isso já abre um caminho de expertise para a nossa campanha agora. Então, quando vira a chave de 2023-2024, eu já começo a preparar o terreno e o território para ser candidato, que, de novo, para todo mundo que é candidato, não é de uma hora para outra; tem uma preparação de anos.

 

 

O que você pretende fazer no seu primeiro mandato?

Quase 18 mil pessoas em Belo Horizonte votaram em mim, o menino de 24 anos, que é candidato pela primeira vez, com um único motivo: renovar a política à esquerda. As pessoas estão cansadas de só receber pauladas dos bolsonaristas e não ter ninguém para defendê-las. As pessoas estão cansadas de ver a extrema direita sendo racista, homofóbica, perseguindo opositores, disseminando fake news, quase destruindo o Brasil, e não ter ninguém para defender o campo democrático. A nossa eleição é um voto de revolta contra tudo que esses bolsonaristas tentaram construir ao longo dos últimos anos, e que agora, em Belo Horizonte, a gente tem um jovem de 24 anos com muita voz e muita energia para poder fazer o embate. Esse é o mote principal da nossa campanha e, portanto, do nosso mandato.



Você tem acompanhado a atuação dos atuais vereadores? Como é a sua avaliação da Câmara hoje?

A Câmara hoje passou pelas eleições, então tivemos uma grande mudança, que achei muito importante. A nossa bancada de esquerda chega agora a quase 10 vereadores, o que é uma participação importante para qualquer negociação para a presidência da Câmara. Vai ter que passar pelo nosso bloco, isso é fato. E eu, como o mais votado dentro da federação, já estou encabeçando a formação da chapa à presidência da Câmara. Para todo mundo que está ouvindo a gente: o presidente da Câmara pode parecer um cargo sem poder, mas é quem, de fato, toca a prefeitura ao lado ou contra o prefeito. Então, temos que ficar muito atentos a isso. O nosso último movimento tem sido em torno de não deixar o PL participar de uma chapa vencedora. Porque, a partir do ponto que o Fuad é reeleito e o PL consegue uma participação na presidência da Câmara, o PL vai infernizar a nossa vida. O PL não vai deixar pautas importantes passarem e vai tentar passar pautas reacionárias. Então, meu objetivo é fazer como o Lula fez, como o Fuad fez agora, e como nós estamos fazendo: uma grande bancada, uma grande composição dentro da presidência do campo democrático. Independente do partido da pessoa, se ela é do campo democrático, se apoia os valores de continuidade, não é reacionária. Eu, pessoalmente, Pedro Rousseff, gostaria de ter uma grande composição para isso e tudo aquilo que é reacionário, de extrema direita, para fora.



Qual é a sua relação com Pablo Almeida (PL), que foi o vereador mais bem votado da história de Belo Horizonte?

O Pablo Almeida foi chamado para um debate comigo ao vivo, com o Eduardo Costa, mas não foi. Eu não tenho relação com ele porque nunca o vi pessoalmente; seria a primeira vez. Mas ele foi frouxo. Eu não gosto de falar mal da pessoa sem conhecê-la, mas seria uma boa oportunidade, naquele dia, para ter tratado sobre as boas propostas para BH.



Você faz projeções sempre tendo como premissa a reeleição de Fuad. Acha que vai ser mais complicado, por exemplo, se o Bruno Engler conseguir ser eleito prefeito?

Com certeza, não tenho dúvida nenhuma. Por isso que eu faço abertamente campanha para o prefeito Fuad, porque eu acho que ele é a melhor opção para Belo Horizonte e para a Câmara também. Com o prefeito Fuad sendo reeleito, fica mais fácil a gente, de fato, montar uma presidência da Câmara somente do campo democrático. Agora, se o Bruno for eleito, realmente fica difícil.

 

Além do PL, a Câmara tem vereadores de outros partidos que dialogam bastante com as pautas associadas ao bolsonarismo. Você pensa em isolar apenas o partido ou a bancada conservadora de uma forma geral?

Quando eu falo do PL, de fato, é o partido. Porque lá dentro não há dúvidas em relação à ideologia, assim como dentro do PT não há dúvida sobre a nossa corrente e sobre o que eu penso e o que os outros vereadores pensam também. Então, estou colocando aqui o PL justamente por isso: porque ali consigo mentalmente colocar um bloco extremista dentro de um partido que, na minha visão, eu não quero que participe da presidência da Câmara e, portanto, não quero que atue de forma ativa nas decisões que vão tomar rumo a Belo Horizonte. Existem, sim, de fato, outros vereadores que estão fora do PL que são da extrema direita. Isso, caso a caso, nós vamos vendo e vamos fazer um mapa disso.

 

Você manifestou seu apoio a Fuad Noman antes mesmo do Rogério Correia, que foi candidato. Por que isso aconteceu desta forma?

Nós fizemos campanha para o Rogério até o último dia. Uma campanha de luta, uma campanha de grandes batalhas. Eu fiz isso porque o presidente Lula, no mesmo dia, às 3 horas da tarde, ligou para o prefeito Fuad para dar seu apoio a ele. E tudo aquilo que eu faço e todo mundo que votou em mim sabe bem disso. Eu tenho um compromisso com o presidente Lula e com a presidenta Dilma. Tudo aquilo que eles fazem que é bom eu corro atrás e faço a mesma coisa. Então, logo após a ligação do presidente Lula, rapidamente, fiz a mesma coisa.



 

Você diz que pretende ser voz de combate aos bolsonaristas. Como prevê os embates dentro do espaço político da Câmara de Vereadores?

O Nikolas elegeu vários fantoches dele em Belo Horizonte, vereadores que devem todos os seus cargos ao Nikolas, todos os seus votos ao Nikolas e, portanto, também devem o seu mandato ao Nikolas. Vários fantoches que são ali apenas manipulados por um ente que nem mora mais em BH, mora em Brasília, colocando peruca para fazer bagunça na Câmara Federal. A nossa relação aqui não é com os outros, mas diretamente com o chefão deles, o Nikolas. Ele morre de medo de mim, porque eu, assim como ele, sou de BH, sou jovem e tão combativo quanto ele.




Como você enxerga o fenômeno Nikolas Ferreira?

A gente não pode falar que o Nikolas hoje não é forte. O Nikolas é forte, sim. O que a gente da esquerda tem que fazer é fortalecer lideranças políticas que são tão fortes quanto ele. Por isso, a nossa candidatura, que foi a mais votada da história do PT de Minas Gerais, vem com esse intuito: fazer o embate. Eu vejo o Nikolas como um grande risco e é esse o nosso maior objetivo: barrar o avanço da extrema-direita, porque o Nikolas tem 27 anos. Se a gente não faz o embate com ele agora, no que ele pode se tornar?

 

O eleitor de Belo Horizonte pode esperar de você um vereador disposto a participar da gritaria, se for preciso?

Gritaria e briga, de jeito nenhum, mas, se tiver que dar umas cadeiradas, com certeza. Porque eles só aprendem desse jeito. É só quando surge uma voz firme e corajosa contra eles que eles aprendem. O Pablo Marçal só parou de crescer quando tomou uma cadeirada na cabeça, para mostrar que não é tão homem assim. A mesma coisa acontece com Nikolas e os fantoches dele.



A gente sabe que o PT em Minas Gerais está dividido entre dois grupos: um capitaneado pelo Reginaldo Lopes e outro pela Gleide Andrade. Você é de qual grupo?

 

Eu sou do grupo da Dilma.

 

Mas e em Minas?

O Pedro Rousseff faz parte do grupo da Dilma Rousseff. O meu grupo é esse, então, para tudo que foge disso, tenho muita simpatia, mas não é meu grupo. Não sou do grupo do Reginaldo, não. Sou do grupo do Rogério. Acho que são dois deputados federais exemplares, realmente estrelas, mas o meu grupo é o da Dilma Rousseff.

 

O PT, com Rogério Correia, não ficou entre os cinco mais votados da corrida pela prefeitura. Isso tem sido uma tônica nas últimas campanhas aqui para Belo Horizonte. O que você acha que o partido tem errado? O que pode melhorar para as próximas eleições?

Eu acho que são dois pontos. Primeiro, o discurso identitário, que, de fato, é uma pauta muito importante, porque a esquerda está tomando muita pedrada por conta disso. A gente dá munição para os bolsonaristas com esse discurso que é importado, nem é um discurso brasileiro, nem é um discurso do PT. Então, o que eu acho que falta é o PT e a esquerda voltarem para as origens, que sempre foram colocar comida na mesa das pessoas, trabalho, emprego, renda, moradia, praças, meio ambiente e não falar sobre pautas woke e identitárias. O PT e a esquerda precisam dar um passo atrás e voltar a defender tudo aquilo que a gente fez para eleger Lula e Dilma.

 

E o segundo ponto, que eu acho que a nossa eleição dá uma resposta para isso, também é a renovação partidária. O PT e a esquerda têm quadros importantíssimos, quadros que criaram o PT. Lula, Dilma e tantos outros foram fundadores. Mas, pela idade, eles estão saindo de cena; isso todo mundo sabe. O que resta para o partido é renovar, é dar força para as novas lideranças, para os novos políticos, novas políticas, pessoas jovens que, acima de tudo, sabem mexer com as redes sociais e têm muita garra para fazer isso. Porque a gente tem que ter não só as mesmas armas, mas mais potência que os bolsonaristas, e o que temos até então não representa muito bem. Nós tivemos em Contagem um exemplo perfeito: Marília Campos, muito bem reeleita com um discurso perfeito: trabalho, renda, emprego, praças, qualidade de vida. Não adotou um discurso identitário, um discurso muito extremista, e foi ali muito bem reeleita numa cidade que, sabemos, é bem à direita.

 

 

Na sua avaliação, essa candidatura do Rogério Correia com a Bela Gonçalves abraçou essa pauta identitária em excesso?

Eu não sei avaliar se foi em excesso ou se foi na medida certa. Eu sei que nós não ganhamos porque faltou voto. Não sei se foi por causa do Pedro, que não é pedir voto o suficiente, ou se foi por conta do Rogério, da Bela, ou da equipe. A verdade é que faltou voto. Então, nós perdemos porque faltou voto para a gente. Eu não consigo avaliar se foi por conta de um discurso ou outro, mas faltou voto.

 

O voto útil também puxou os votos do Rogério, ali, e mesmo os votos da Duda, votos do Gabriel. Quando as pessoas perceberam que, peraí, de um lado a gente tem o Bruno Engler, que, inclusive, falou tempos atrás que quem ganha as eleições é o candidato que a justiça eleitoral escolheu. Um tipo de candidato que não crê nas urnas eletrônicas, um candidato que apoiou as invasões do dia 8 de janeiro, um candidato que não aceita oposição, um candidato que nem vai trabalhar porque é vagabundo. Então, de um lado a gente tem isso, e do outro lado temos até então o segundo lugar no primeiro turno, que era o prefeito Fuad. Então, houve um voto útil. E também teve o fato de a esquerda ter ficado dividida. Teve a questão da Duda, do Rogério, o próprio Gabriel também pegou vários votos.

 

O que você acha de Bruno Engler e como você avalia a atuação dele na Assembleia Legislativa?

Bruno é um vagabundo que não trabalha. E isso não é o Pedro falando, a própria Assembleia fala: é o deputado que mais faltou. Então, como podemos achar que ele vai trabalhar na prefeitura se ele nem trabalhou como deputado? Não tem jeito de achar isso. Para além de não trabalhar, Bruno representa o pior da direita: uma direita que não aceita opiniões divergentes, uma direita que esteve com Bolsonaro e participou da destruição do Brasil, colocou o Brasil na fome, com o desemprego alto, inflação altíssima, dólar disparando, pessoas morrendo por falta de vacina. O próprio Bruno disse que não tomou vacina. Como um prefeito em Belo Horizonte pode assumir sem completar o ciclo básico, que toda criança, toda pessoa tem que fazer pela saúde das outras pessoas? Então, o Bruno representa, para mim, a barbárie, e o prefeito Fuad representa o campo democrático.

 

Temos uma crítica na sociedade em geral sobre famílias que vem da política. Como você vê isso? Você acha que te prejudica ter um nome Rousseff?

Quem gosta, gosta; quem não gosta, amém. Eu tenho muito orgulho e encho a boca para poder falar que sou sobrinho da primeira presidenta deste país, de uma presidenta honesta que não deixava roubar e que foi retirada por sacanagem. Morro de orgulho disso. Então, para quem é crítica, eu mato no peito.

 

 

Você falou muito sobre renovação. Querendo ou não, é uma tradição, não? Porque você está seguindo os passos dela.

Mas a renovação vem dentro de cada pessoa, das novas pessoas. Se a Dilma fosse candidata de novo, a gente não poderia avaliá-la como renovação. Por mais que eu seja Pedro Rousseff, eu sou sobrinho dela, mas não sou Dilma Rousseff. Então, sou um quadro de renovação, porque nunca participei ativamente. Tenho novas ideias, e também tem a questão das redes sociais. Hoje em dia, a política, não só as candidaturas, mas a política em si, a comunicação é feita pelas redes. Então, ter políticos que sabem se comunicar pelas redes é muito importante.

 

 

Como está sua participação na campanha de Fuad? Esse canal está aberto?

Eu estive ontem com o prefeito Fuad para poder conversar sobre a campanha, falar sobre a câmara também. Além da importância da gente estar junto no projeto democrático em Belo Horizonte. Então, tive ontem também uma reunião com o PT e todos estão mobilizados em torno da campanha do prefeito Fuad. Hoje, estou dentro da coordenação de vilas, favelas e juventude também. Então, o PT e todo mundo que é de esquerda está na campanha do prefeito Fuad, porque sabemos que, do outro lado, a outra opção é a barbárie e o terror.

 

A campanha de um prefeito é uma coisa muito grande, né? Mas eu dei várias sugestões que parecem bobas, mas que na prática não são. São coisas básicas que outros prefeitos, o João Campos fez lá em Recife, colocar um Juliet (óculos escuros espelhados), por exemplo. Colocar o óculos e tirar uma foto. Isso é importante. A verdade é que a juventude hoje não está tão politizada como era antigamente, nas décadas de 1970 e 1980, mas a juventude pega muito pelos ganchos. Então, quando você posta uma foto dessa, já gera uma intimidade. O Bruno é um candidato novo, tem 27 anos, e o Fuad é um candidato mais velho, então, temos que ter táticas para tentar diminuir essa diferença. Eu dei várias sugestões para a campanha, outra ideia é poder fazer uma caminhada pelos bares de Belo Horizonte. O Fuad mesmo sai pela rua, 20h, 21h, passeando, vendo as pessoas.



Você tem se movimentado para conseguir apoios para Fuad? Tem conversado com Mauro Tramonte e Gabriel Azevedo?

Olha, eu não conversei com nenhum deles ainda, porque tenho muito respeito e imagino que cada um deles vai tomar a decisão cabível a eles. Espero que todos apoiem o prefeito Fuad. O Tramonte até pela questão do (Alexandre) Kalil também, porque não é possível que o Kalil vai apoiar o Bruno ou vai se manter isento. Acho muito importante que o Kalil se posicione. O Kalil não gosta do Fuad; tiveram brigas ali, mas eu acho importante, sim, que ele se posicione para poder apoiar o Fuad, não pelo Fuad, mas por Belo Horizonte.



 

Qual será sua prioridade na Câmara?

A prioridade é revitalizar o Centro de Belo Horizonte. Temos hoje vários problemas que não são desta gestão, nem da gestão passada; são de vários anos, do que a cidade foi construindo. Temos hoje um Centro que precisa melhorar: um Centro que está escuro, que tem sujeira ainda. Um centro que é inseguro, que tem muitas pessoas na rua. Então, precisamos ter um plano para isso. Sobre as pessoas que estão na rua, não é só tirar e colocar em outro lugar; não é só tirar e mandar para outras cidades. Tem que ter um tratamento para isso. O nosso plano é um tripé: emprego para essas pessoas, uma moradia digna e acompanhamento psiquiátrico ou psicológico, porque, se não tiver essas três ideias colocadas ao mesmo tempo, uma das pernas quebra e a pessoa volta para a rua, e todo o problema recomeça.

 

Falta ainda policiamento no Centro, tanto o policiamento físico da polícia, quanto um policiamento inteligente, a questão das câmeras, porque muitos dos crimes são prevenidos quando a pessoa vê que tem uma câmera.

 

Outro ponto também é que o Centro passou por uma saída tanto de moradores quanto de comerciantes. Nós temos que voltar, primeiro, na minha visão, com os comerciantes para depois as pessoas voltarem. Claro que dá para fazer isso ao mesmo tempo, por isso que, na nossa proposta, temos hoje no Centro 121 prédios abandonados, que são ou do município, ou do governo do estado, ou da União. Esses prédios, segundo o nosso modelo, serão repartidos de forma tríplice. Quero que a parte de baixo seja destinada a áreas livres para os comerciantes e empreendedores; a parte do meio, que são espaços abertos para a população entrar, como centros culturais, oficinas, cursinhos públicos; e a terceira parte, essa sim que é muito importante, é moradia popular. As pessoas têm que ter onde morar. Temos um déficit de moradia em BH que é imensurável. Temos que trazer o máximo possível de pessoas para o Centro.

 

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