Professora Marli; Marcela Trópia; Pedro Rousseff; Flávia Borja; Janaína Cardoso e Luiza Dulci: vereadores eleitos dividem política entre o plenário e a família -  (crédito: (Em ordem) Divulgação -  Leandro Couri/EM/D.A Press - Jair Amaral/EM/D.A Press - Karoline Barreto/ CMBH - Reproducao de Internet- JairAmaral/EM/D.A Press)

Professora Marli; Marcela Trópia; Pedro Rousseff; Flávia Borja; Janaína Cardoso e Luiza Dulci: vereadores eleitos dividem política entre o plenário e a família

crédito: (Em ordem) Divulgação - Leandro Couri/EM/D.A Press - Jair Amaral/EM/D.A Press - Karoline Barreto/ CMBH - Reproducao de Internet- JairAmaral/EM/D.A Press

As câmaras municipais cumprem uma função institucional essencial nas cidades brasileiras ao propor leis, aprovar orçamentos e representar os cidadãos de maneira mais próxima. À parte da definição, no campo político essas casas são também vistas como o ponto de partida para carreiras que podem alçar voos mais longos mirando prefeituras, assembleias legislativas e o Congresso Nacional. Neste cenário, as cadeiras de vereador são celeiro para famílias importantes no meio perpetuarem sua linhagem na vida pública. A composição do Legislativo em Belo Horizonte a partir de 2025 seguirá essa lógica, com sobrenomes já conhecidos do eleitorado.


Ao menos nove dos 41 vereadores que comporão a Câmara Municipal de Belo Horizonte na próxima legislatura têm em seu ambiente familiar uma situação não tão distinta das que encontrarão no plenário e nos corredores da Casa. É o caso, por exemplo, da segunda candidata mais votada da capital mineira, a Professora Marli (PP), escolhida por 23.773 eleitores.


 

Marli Aparecida de Aro Ferreira se prepara para seu segundo mandato de vereadora. O nome completo indica o parentesco com o atual secretário-chefe da Casa Civil do governador Romeu Zema (Novo), e ex-deputado federal Marcelo Aro (PP). O homem forte das relações institucionais do Executivo estadual é filho da vereadora com o deputado estadual Zé Guilherme (PP). A família acumula décadas de convivência nos círculos de poder do estado e tem como base de sua influência a Federação Mineira de Futebol (FMF).


Ao avançar na lista dos mais votados chega-se à quinta colocada, Marcela Trópia (Novo) e seus 17.878 votos.  Ela também vai para seu segundo mandato e é sobrinha-neta de Wilson Trópia, vereador de BH entre 1989 e 1994 e deputado estadual entre 1995 e 1999. Ainda no campo familiar, a vereadora é autora do projeto de lei que dá a uma praça na Região Norte da cidade o nome de Célio de Oliveira Trópia, avô da parlamentar. 


O sexto mais votado em BH é outro sobrinho-neto com sobrenome pesado. Este ainda mais, por se tratar de uma ex-Presidente da República. Pedro Rousseff (PT) tem Dilma como tia avó e afirma que a petista é também uma conselheira de primeira hora. Com 17.595 votos, ele foi o candidato mais bem-sucedido do partido neste pleito e é novato na Câmara Municipal.


Com o sétimo posto da lista e 16.393 votos está Flávia Borja (DC), reeleita para seu segundo mandato na Casa. Ela é esposa de Fernando Borja, ex-vereador da capital e atual secretário-executivo da Secretaria de Estado de Casa Civil, também sob a batuta de Marcelo Aro. O casal integra a Igreja Batista da Lagoinha, onde são pastores.


Com 10.169 votos, Luiza Dulci é a outra petista novata na Câmara e, assim como Pedro Rousseff, carrega um sobrenome importante dentro do partido. A economista e socióloga é filha de Otávio Dulci, professor da UFMG e um dos fundadores da legenda. Ela também é sobrinha de Luiz Dulci, cofundador da legenda e Ministro-Chefe da Secretaria-Geral da Presidência entre 2003 e 2011, nos dois primeiros mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).


Janaína Cardoso (União Brasil) foi reeleita para a Câmara com 7.740 votos e é outra que divide a política entre a Câmara Municipal e a família. Ela foi esposa de Marcelo Álvaro Antônio (PL), ex-ministro do Turismo no governo de Jair Bolsonaro (PL) e atual deputado federal. Do casamento nasceu Amanda Teixeira Dias (PL), recém-empossada como deputada estadual na vaga de Alê Portela (PL), outra detentora de sobrenome com representação no Legislativo belo-horizontino.


Logo atrás de Janaína, como 30º nome mais votado está outro filho de um quadro histórico do petismo. Pedro Patrus (PT) carrega o nome do pai, Patrus Ananias (PT). O vereador foi reeleito após campanha com forte presença do atual deputado federal, ex-prefeito de Belo Horizonte e ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no primeiro governo Lula.


Com 7.061 votos, Maninho Félix (PSD) assegurou sua permanência na Câmara Municipal e, com isso, a perpetuação de uma longa tradição no Legislativo da capital mineira. O vereador, de 50 anos, tentou a eleição em 2016 e 2020 e ficou na suplência em ambas. No ano passado, assumiu a cadeira de Bim da Ambulância (Avante), eleito deputado estadual. Maninho é filho de Geraldo Félix, vereador de BH por cinco mandatos entre 1992 e 2013.


Às portas do terceiro mandato, Marilda Portela (PL) encerra a lista de quem repete o assunto nos gabinetes da Câmara e na mesa de jantar. A parlamentar é casada com o deputado federal Lincoln Portela (PL) e mãe do ex-deputado estadual Léo Portela (PL) e da deputada estadual Alê Portela (PL), hoje licenciada do cargo para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Social do governo Zema.